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terça-feira, 7 de maio de 2024
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Gustavo Bertoni lança clipe de estúdio para “Where Light Pours In”

Gustavo Bertoni - Where Light Pours In
Foto: Reprodução/YouTube

O vocalista e guitarrista da ScaleneGustavo Bertoni, acaba de lançar o clipe da faixa título de seu novo projeto solo.

O disco Where Lights Pours In foi lançado no dia 17 de Agosto e nele o músico brasiliense mostra um lado mais intimista e cantado em inglês. A proposta é bastante diferente do som de sua banda, mas os fãs estão reagindo muito bem ao trabalho.

Há alguns dias, Bertoni lançou também o clipe de “Be Here Now”.

Assista a “Where Light Pours In” logo abaixo.

David Bowie: ouça versões inéditas de canções que estarão em novo box

David Bowie ZEROES Capa
Foto: Divulgação

Mais um lançamento póstumo de David Bowie vem por aí.

Trata-se do box Loving The Alien, que é uma compilação de discos em CD e LP, contendo remixes e discos ao vivo. Todas as faixas do trabalho foram gravadas nos anos 80 e foram remasterizadas — incluindo algumas versões inéditas.

Duas canções desta caixa foram lançadas, “Beat of Your Drum” e “Zeroes”. Ambas fazem parte do disco Never Let Me Down, lançado em 1987.

Loving The Alien chega às plataformas e lojas no dia 12 de outubro.

“Deus deve me odiar”: Post Malone se envolve em acidente de carro

Post Malone no Rock Werchter 2018
Foto de Post Malone via Shutterstock

Post Malone, meu filho, vá se benzer!

O rapper se envolveu em um acidente sério de carro na manhã desta sexta-feira (07) em West Hollywood. O Rolls Royce de Malone estava sendo dirigido por seu assistente quando bateu contra outro veículo, uma cerca e foi parar em arbustos próximos.

De acordo com o departamento de polícia de Beverly Hills, ninguém se machucou no acidente e não havia álcool envolvido no caso.

No Twitter, o artista brincou com a situação e disse:

Deus deve me odiar, risos.

A ziquizira de Post Malone

Há apenas alguns dias, o avião em que o rapper estava teve de fazer um pouso de emergência após perder dois pneus.

Tudo ocorreu bem, mas foram horas de tensão para quem estava acompanhando o desenrolar aqui de fora. Também no Twitter, Post mandou um recado para aqueles que desejaram sua morte.

Se cuida, amigo!

Avril Lavigne anuncia novo single e publica carta emocionante sobre sua doença

Após cinco anos sem lançar inéditas e quatro batalhando contra uma séria doença, Avril Lavigne está de volta à música.

A cantora anunciou um novo single chamado “Head Above Water”, que fala sobre sua jornada com a Doença de Lyme — uma doença infecciosa causada por bactérias e que pode ser transmitida por uma picada de inseto.

A canção será lançada no dia 19 de Setembro e junto do anúncio veio uma carta emocionante da artista, que abre o coração aos seus fãs sobre os últimos anos e suas dificuldades com a doença. Além de anunciar sua nova canção, Lavigne também fala sobre iniciativas de sua fundação para combater e trazer mais consciência sobre o Lyme.

O último disco de Avril Lavigne, homônimo, foi lançado em 2013.

Leia a carta, que foi divulgada no site oficial da cantora, na íntegra e traduzida.

Oi pessoal,

Estou muito feliz por finalmente poder anunciar o primeiro single do meu novo álbum juntamente com sua data de lançamento. Cinco anos se passaram desde que eu lancei meu último disco. Passei os últimos anos em casa lutando contra a doença de Lyme. Aqueles foram os piores anos da minha vida enquanto eu passava por batalhas físicas e emocionais. Eu consegui transformar essa luta em música, da qual tenho muito orgulho. Eu escrevi músicas na minha cama e no sofá, e gravei lá também. Palavras e letras que eram tão verdadeiras na minha experiência vieram de mim sem esforço. Verdadeiramente… mantendo meu ânimo, tendo metas para alcançar e um propósito para viver, minha música ajudou a me curar e me manter viva.

Obrigado por esperar tão pacientemente enquanto eu lutei, e ainda continuo a lutar, a batalha da minha vida. A primeira música que eu escolhi lançar é chamada ‘Head Above Water’. É também a primeira música que eu escrevi na minha cama durante um dos momentos mais assustadores da minha vida. Eu tinha aceitado a morte e podia sentir meu corpo se desligando. Eu senti como se estivesse me afogando. Como se eu estivesse indo debaixo d’água e eu só precisava respirar. Como se eu estivesse em um rio sendo puxada por uma correnteza. Incapaz de respirar. Orando a Deus para que Ele me ajudasse a manter minha cabeça acima da água. Para que me ajudasse a ver através deste tempo de tempestades. Eu fiquei mais perto dele. Minha mãe me segurou. Nos braços dela, escrevi a primeira música que estou lançando para contar minha história. Mais tarde, conheci uma bela alma, Travis Clark, e nos sentamos ao piano e esculpimos o resto da música. Então eu levei para o gênio, Stephan Moccio e amei o que ele fez com a canção.

Eu decidi ser sincera sobre a minha luta, aberta e mais vulnerável do que nunca. E, para ser honesta, parte de mim não quer falar de estar doente porque quero que tudo [isso] fique para trás, mas sei que preciso. Porque não é só uma parte da minha vida, eu preciso trazer consciência para a gravidade da doença de Lyme. Uma única picada de inseto pode acabar com você. As pessoas não estão conscientes de que Lyme deve ser tratado quase imediatamente. Muitas vezes, se eles estão cientes, eles não são tratados simplesmente porque não conseguem obter um diagnóstico de Lyme! E mesmo quando recebem um diagnóstico, muitas vezes simplesmente não podem pagar pelo tratamento.

Minha fundação quer ter certeza de que isso não acontecerá com a mesma frequência. Portanto, em nosso site, estamos fornecendo agora recursos de prevenção e links para que você possa se conectar com os médicos Lyme Literate (que aprenderam a diagnosticar corretamente este doença e fornecer tratamento o mais rapidamente possível). Em breve, anunciaremos uma aliança com as principais equipes científicas que acelerarão a pesquisa de Lyme. E estamos prestes a lançar uma iniciativa com a qual você pode nos ajudar — para que, juntos, possamos ajudar mais pessoas afetadas pela doença de Lyme a obter o tratamento de que precisam desesperadamente para sair do outro lado dessa doença insidiosa. Por favor, junte-se a nós na luta enquanto eu conto ao mundo a minha história e trago consciência para a doença de Lyme. Estou levando minha vida de volta às minhas próprias mãos e fazendo o que sei que devo fazer neste tempo da [minha] vida. Fazendo música. E compartilhando minha cura e esperança através da minha música. Desejo que tudo isso te toque, lhe traga forças, te levante, inspire e encoraje você. Eu quero mais do que QUALQUER COISA estar de volta ao palco. Para segurar minhas guitarras e correr por aí. Para cantar e viajar pelo mundo para ver todos os meus fãs. Eu farei tudo que puder para voltar aos palcos, viajar, cantar para vocês, trabalhar de novo. Mas eu tenho que sempre ouvir meu corpo e manter um equilíbrio saudável, então, por favor, seja paciente enquanto isso acontece. Eu escrevi e gravei este álbum e para mim este é um momento vitorioso. Um grande feito. Estou muito orgulhosa e grata a todos que esperaram tão pacientemente e amorosamente comigo e estão apoiando este projeto.

Aqui. Agora tenho um disco muito forte, triunfante, poderoso e verdadeiro para mim e minhas experiências nos últimos anos. Meu primeiro single é chamado ‘Head Above Water’ e sairá no dia 19 de Setembro. Estou muito animada em retornar com novas músicas e ter você nesta jornada comigo. Vamos fazer isso! Nova era!

Todo meu amor,

Avril Lavigne

Paul McCartney surpreende turistas de edifício histórico dos EUA em vídeo hilário

Paul McCartney no quadro de Jimmy Fallon
Foto: Reprodução/YouTube

Que homem este Paul McCartney!

Hoje o icônico músico lançou seu novo disco de estúdio, Egypt Station (ouça ao fim da publicação), e tem se esforçado bastante para divulgar o trabalho.

O ex-beatle foi ao programa de Jimmy Fallon para uma entrevista, uma performance e também para um quadro hilário. Nele, Macca e o apresentador surpreendem alguns turistas no histórico 30 Rockefeller, edifício famoso nos Estados Unidos.

A dupla brinca de ler jornal, jogar pingue pongue e fazer outras estripulias, tudo para deixar os turistas — que passam rapidamente pelos dois — bem chocados. Paul ainda se diverte com algumas reações hilárias da galera.

O músico tocou seu novo single, “Come On To Me”, no programa. Assista a tudo isso abaixo!

LEIA TAMBÉM: YouTube vai transmitir show de Paul McCartney ao vivo nesta sexta (07)

https://www.youtube.com/watch?v=Z9q3e5wIrDw

https://www.youtube.com/watch?v=OBc7FwDrM_g

8 discos e 5 singles que você deveria ouvir hoje mesmo

Lançamentos de discos de Setembro, primeira semana

É 07 de Setembro, é feriado, o Brasil está vivendo tempos sombrios e as notícias são as mais bizarras possíveis nos grandes portais.

Ainda assim temos uma leva pra lá de interessante de discos e singles saindo essa semana então não poderíamos deixar de postá-los por aqui.

Veja nossa lista, divirta-se e não se esqueça de seguir a playlist oficial do TMDQA!, onde você ouve tudo isso em primeira mão!

Hozier – Nina Cried Power

Hozier - Nina Cried Power

O talentoso músico irlandês Hozier volta a mostrar seus dotes misturando soul, blues e rock alternativo no EP Nina Cried Power.

O trabalho é uma homenagem a músicos ativistas como Nina Simone e a faixa título tem participação da incrível Mavis Staples.

 

Paul McCartney – Egypt Station

Paul McCartney - Egypt Station
Foto: Divulgação

O lendário Paul McCartney está chegando ao seu décimo sétimo disco de estúdio em carreira solo, e Egypt Station mostra uma viagem do músico por diversos países, inclusive o Brasil na faixa “Back In Brazil”.

 

Lenny Kravitz – Raise Vibration

Lenny Kravitz - Raise Vibration

Raise Vibration é o décimo primeiro disco de estúdio do influente guitarrista Lenny Kravitz, que produziu o próprio trabalho, gravou canções de protesto e deve vir ao Brasil para o Lollapalooza em 2019.

 

Clutch – Book Of Bad Decisions

Clutch - Book Of Bad Decisions

A sempre ótima banda de rock and roll Clutch está de volta com seu décimo segundo disco de estúdio, o primeiro em três anos, Book Of Bad Decisions.

 

Spiritualized – And Nothing Hurt

Spiritualized - And Nothing Hurt capa

Pela primeira vez em seis anos a influente Spiritualized, liderada por Jason Pierce, está lançando um novo disco de estúdio, dessa vez com And Nothing Hurt.

O músico produziu o álbum que mostra construções belas e complexas da banda envolvendo estilos como o art-rock.

 

Mothers – Render Another Ugly Method

Mothers - Render Another Ugly Method

A banda de rock alternativo Mothers está lançando o seu segundo disco, Render Another Ugly Method, pela influente gravadora ANTI- e a mistura de sons do grupo envolvendo gêneros como Punk Rock, Indie e Post-Rock está ganhando muitos elogios lá fora.

 

Paul Simon – In The Blue Light

Paul Simon - In The Blue Light

O lendário músico e compositor Paul Simon chega ao seu décimo quarto disco de estúdio e em In The Blue Light o cara regravou canções menos conhecidas da carreira com novos arranjos e até mesmo alterações nas letras.

 

Pig Destroyer – Head Cage

Pig Destroyer - Head Cage

Head Cage é o primeiro disco de estúdio da banda norte-americana de grindcore Pig Destroyer em seis anos, e também o primeiro com o baixista John Jarvis.

Lançado pela influente Relapse Records, o disco já vem sendo chamado de um dos melhores do Heavy Metal no ano lá fora.

 

 

Singles

  • O Greta Van Fleet anunciou seu primeiro disco de estúdio, Anthem Of The Peaceful Army, e disponibilizou mais uma inédita do álbum
  • A banda brasileira Sr. Banana abordou de forma interessante os tempos sombrios em que vivemos no Brasil com a nova “Dignidade”
  • Outro grupo brasileiro com single novo é o Supercombo, que disponibilizou “Maremotos”
  • A sempre incrível cantora lançou uma nova música chamada “Way Down”
  • Lukas Graham também está de volta com a inédita “Love Someone”

Coala Festival cresce, aquece e se consolida como um dos grandes eventos de SP

Mano Brown no Coala Festival 2018
Foto: Stephanie Hahne

Assim como boa parte do Brasil, São Paulo tem vivido dias de bastante frio nos últimos meses, e era de se imaginar que o tempo continuaria assim no último final de semana quando o Coala Festival tomou o Memorial da América Latina, na Barra Funda, para dois dias de shows grandiosos.

Acontece que foi só o Sábado amanhecer com um Sol daqueles dignos de nota para perceber que as apresentações aconteceriam sobre um calor intenso que foi tomando conta da multidão que chegou cedo para ver as primeiras atrações do festival.

Em 2018 o Coala Festival resolveu expandir o seu formato e ao invés de apresentar tudo em um dia só, dividiu o interessante line-up em um fim de semana inteira, e o primeiro dia foi aberto com chave de ouro pela Francisco, el Hombre, que tem hoje um dos melhores shows do país.

A banda que está em uma fase de transição gravando seu próximo disco não deu muitas pistas do que vem por aí no álbum e apresentou um show baseado em Soltasbruxa, o ótimo álbum que foi ganhando vida na estrada com um show que alterna momentos de intensidade, interações com a plateia, recados políticos e muita emoção com a sempre marcante “Triste, Louca ou Má”.

Com o Sol batendo em cheio no palco e no público, ficou claro que o grupo tem domínio do que faz no palco e, não à toa, foi colocado como atração de abertura para fortalecer uma tática que tem rolado em festivais de fazer com que o público chegue mais cedo para ver um dos principais shows. Se é válido eu ainda não sei, porque muita gente durante o dia lamentou que perdeu o show, mas é uma abordagem interessante que pode ganhar força em outros eventos Brasil afora.

Francisco El Hombre no Coala 2018
Foto: Stephanie Hahne

Seguindo essa linha logo depois tivemos o ÀTTOOXXÁ, grupo que mistura pagode baiano, música eletrônica e até guitarras inspiradas no Heavy Metal para promover uma verdadeira festa.

O show dos caras é um dos mais requisitados no país atualmente e rende uma verdadeira festa pra quem está por ali se acabar dançando na pista ao som dos riffs, das batidas e dos graves.

Menos impactante do que uma apresentação à noite, a performance do ÀTTOOXXÁ no Coala Festival ainda mostrou por que o nome do grupo é tão falado e celebrado no circuito de festivais pelo Brasil: muita entrega no palco, energia e a clara percepção de que os músicos ali no palco estão se divertindo muito ao divertirem quem está à frente deles.

A festa no Coala continuou com o show da Academia da Berlinda que teve a companhia mais do que especial de Lula Lira, filha de Chico Science, e inundou o palco de alegria antes da apresentação de outro nome que vem chamando a atenção nos festivais do país.

Xênia França subiu ao palco com uma presença incrível e parecia bastante à vontade brincando com seu cabelão enquanto entoava as canções do setlist e também falava bastante sobre empoderamento feminino, questões sociais e políticas e interagia com os outros músicos de sua banda.

Xênia França no Coala 2018
Foto: Stephanie Hahne

Durante o show ela teve diversos problemas técnicos que claramente a deixaram desconfortável em alguns momentos e também fizeram com que o som que viesse ao público tivesse chiados e microfonias, e Xênia fez questão de falar sobre como entendeu tudo isso como uma espécie de “aula” para superar momentos difíceis em um post no Instagram.

Ela pode ficar tranquila porque mesmo com tudo isso, foi um prazer ver alguém que claramente ama tanto a música e a possibilidade de estar ao microfone para passar mensagens tão importantes.

Quem veio depois foi o bombadíssimo Baco Exú do Blues, baiano que ganhou o coração de crítica e público com Esú, seu disco de estreia lançado em 2017.

Com um show extremamente animado e usando uma camiseta do Black Sabbath, o rapper foi acompanhado de banda e do músico Xan Luango, e levantou a plateia após o show mais calmo de Xênia. Baco pedia a todo momento que seus fãs dançassem, pulassem e cantassem os versos de suas canções.

E falando nelas, faixas como “Abre Caminho”, “Esú”, “Banho de Sol” e mais estavam no repertório. Fechando a apresentação enérgica estava o hit “Te Amo Disgraça”, que ganhou a internet no ano passado e virou até meme.

O responsável por fechar o primeiro dia do Coala foi o sempre ótimo Gilberto Gil. Acompanhado de sua banda composta por músicos incríveis — e onde três deles são seus filhos — o cantor lendário mostrou disposição e satisfação em estar ali.

Já no começo do show, Gil se derreteu em agradecimentos para quem esperou por sua apresentação embaixo do sol escaldante que tomou conta da tarde no festival. E a galera estava empolgada! Dali do pit de fotógrafos, era possível ouvir a todo momento fãs gritando “Lindo! Gostoso!” para um Gil que se divertia.

Gilberto Gil no Coala 2018
Foto: Stephanie Hahne

No setlist do show, aberto com “Tempo Rei”, o cantor fez espaço também para covers de Bob Marley, cantados a plenos pulmões pelo público. Gil tocou também “Andar com Fé”, “Aquele Abraço”, “Back in Bahia” e novas do disco Ok, Ok, Ok, lançado neste ano, e muito bem recebidas. Em determinado momento, ao discutir política, o cantor foi embalado em um coro de “Fora, Temer” e “Lula Livre”, demonstrando seu apoio ao ex-presidente.

Com muita animação e gratidão, Gilberto Gil encerrou o primeiro dia do evento com um show belíssimo, recompensando o perrengue que o calor fez seus fãs passar ao longo do dia.

Segundo Dia

O segundo dia do Coala Festival 2018 começou com Johnny Hooker, mais Sol, mais calor e muita gente cantando as músicas de um dos músicos mais performáticos do país.

Ao se apresentar e passear pelo palco, ele fez caras, bocas, mandou ver em um beijão de língua no guitarrista da sua banda e brincou dizendo que estava ali para uma matinê, com “Johnny Hooker só para crianças viadas”.

De forma bastante singular e impactante, Hooker faz um show que mistura elementos diversos da música brasileira, principalmente nordestina, com traços latinos e música contemporânea.

Começando a todo vapor, com o público ao seu lado, Johnny deu uma desacelerada no meio do show antes de encerrar com “Flutua”, parceria com Liniker que foi cantada pela maioria dos presentes.

Johnny Hooker no Coala 2018
Foto: Stephanie Hahne

O carioca Rubel deve estar acostumado com o Sol, e subiu ao palco do Coala quando o astro-rei ainda castigava os presentes, apresentando sua mistura de nova MPB com folk cheio de traços do indie e encantando o público com suas letras.

Com todos os moldes de um show intimista, a apresentação perdeu um pouco do impacto em um palco gigantesco no meio da tarde, mas ainda assim mostrou por que, divulgando um dos grandes discos nacionais de 2018, Rubel é requisitado pela maioria dos festivais brasileiros de hoje em dia.

Na sequência tivemos Mano Brown e seu show voltado ao funk com o projeto Boogie Naipe, e não dá pra negar: a festa está garantida quando o rapper conhecido pelo trabalho nos Racionais sobe ao palco ao lado de sua trupe de talentosos instrumentistas e cantores.

O show tem boas vibes do início ao fim, mas poderia usar pelo menos um pouco mais das habilidades de Mano Brown como um dos rappers mais influentes e talentosos da história do país. A gente entende que a proposta é outra e que, claramente o músico estava se divertindo no palco, mas uma pitada do trabalho que o consolidou para o público brasileiro cairia muito bem no meio da apresentação que ele leva aos palcos com Boogie Naipe.

Mano Brown no Coala 2018
Foto: Stephanie Hahne

Outra artista que está começando a aparecer nos line-ups de quase todos os festivais Brasil afora é Luedji Luna, e a gente não tem medo de dizer que ela fez o melhor show do Coala Festival.

Com uma voz incrível e uma presença de palco hipnotizante, suas roupas verdes combinaram com o belíssimo palco do Coala e todas as suas samambaias, e transformaram tudo em uma grande mostra de talento.

Com um time de mulheres nos instrumentos de sopro, Luedji percorreu seu set com a maestria de uma artista consolidada, mesmo estando em evidência há pouco tempo.

Luedji Luna no Coala 2018
Foto: Stephanie Hahne

Se em 2017 ela nos apresentou ao seu trabalho com Um Corpo No Mundo, os próximos meses definitivamente reservam coisas ainda mais grandiosas para uma artista que você deveria acompanhar de perto.

A organização do Coala Festival reservou colaborações interessantíssimas para o seu encerramento, e a primeira veio quando o grupo Ilú Obá de Min apresentou o seu trabalho voltado à cultura afro e recebeu as incríveis Juçara Marçal e Elza Soares para participações especiais.

Elza Soares no Coala 2018-5
Foto: Stephanie Hahne

Sempre presente de forma incrível no palco, Elza entrou para cantar algumas músicas do seu disco mais recente, como “Banho, que tem participação do grupo na versão de estúdio, e a imponente “Exú nas Escolas”, que teve ainda mais impacto ao vivo quando acompanhada pelo Ilú Obá de Min.

A outra dobradinha da noite veio para encerrar o Coala Festival 2018 quando Milton Nascimento recebeu Criolo e proporcionou grandes momentos no palco.

Antes de receber o rapper paulistano, ele cantou verdadeiros clássicos como “Para Lennon & McCartney”, “Encontros e Despedidas” e “Bola de Meia, Bola de Gude”, prendendo a atenção dos espectadores para um passeio pelo repertório de um dos artistas mais importantes que o Brasil já produziu.

Quando Criolo subiu ao palco veio uma versão sensacional de “Não Existe Amor Em SP”, maior sucesso do rapper que, como é de costume, se emocionou quando as milhares de pessoas cantaram tudo junto e ainda ouviu trechos sendo entoados por Milton Nascimento.

Após a performance Criolo falou sobre como vivemos em uma sociedade cheia de ódio mas que ainda tem muito amor, e frisou que só o amor transforma, celebrando aquela noite ali onde tantos se amavam das mais diversas formas e mostravam também todo seu amor pela música.

Milton Nascimento + Criolo no Coala 2018-4
Foto: Stephanie Hahne

Ele ainda mandou ver em “Menino Mimado”, do seu mais recente disco voltado ao samba, e voltou a mostrar duetos com Milton Nascimento em canções como “Cálice”, de Chico Buarque e Gilberto Gil, que foi censurada na época da ditadura.

O show ainda teve espaço para outros grandes clássicos como “O Que Será” e “Travessia”, que teve uma “invasão de palco” por Maria Gadu, cantando junto com os dois e usando um boné do MST.

Foi um fechamento digno de um festival que contou com 11 mil pessoas no seu primeiro dia e 13 mil pessoas no segundo, consolidando-se como um dos grandes eventos de São Paulo e se colocando na lista de um dos eventos musicais mais importantes do Brasil, muito por conta do seu line-up que busca mesclar clássicos da música brasileira com novos artistas em uma onda urban que, sem dúvidas, agradou e fez com que o Coala chegasse a um novo patamar.

O TMDQA! esteve no Coala a convite dos hotéis Ibis no Sábado.

Greta Van Fleet lança inédita e anuncia seu disco de estreia; ouça

Greta Van Fleet - Anthem Of The Peaceful Army
Foto: Divulgação

A banda norte-americana Greta Van Fleet finalmente irá lançar seu disco de estreia.

Após dois EPs, o grupo que tem sido apontado como uma das mais interessantes novas forças do Rock And Roll anunciou que irá lançar o seu primeiro disco, Anthem Of The Peaceful Army, no dia 19 de Outubro via Lava/Republic Records.

Junto com o anúncio a banda ainda divulgou uma inédita chamada “Watching Over” e também liberou a lista de faixas do álbum, que na versão digital terá 11 músicas e no CD/LP contará com 10.

Você pode ver tudo isso logo abaixo e ouvir a nova música do Greta Van Fleet, menos explosiva que “When The Curtain Falls” e mais introspectiva, na playlist oficial do TMDQA!, também na sequência.

Tracklist – Anthem Of The Peaceful Army

1.   Age of Man
2.   The Cold Wind
3.   When The Curtain Falls
4.   Watching Over
5.   Lover, Leaver (Taker Believer)
6.   You’re The One
7.   The New Day
8.   Mountain of the Sun
9.   Brave New World
10. Anthem
11. Lover, Leaver (Taker, Believer) (Exclusivo do digital)

https://www.instagram.com/p/BnaSPWAF3W5/?taken-by=gretavanfleet

 

Novo país, novo império: NARCOS lança vídeo e anuncia estreia

Trailer de Narcos México

E a nova temporada de Narcos vem aí!

A Netflix disponibilizou um vídeo onde mostra cenas dos novos episódios e, como já havia sido anunciado, agora a produção deixa a América do Sul para falar sobre os impérios criados por traficantes no México.

Junto com o vídeo veio também a data de estreia da nova temporada, 16 de Novembro, e uma sinalização importante de que a aclamada produção original da Netlifx segue em frente, já que houve dúvidas depois que um membro da equipe de produção foi morto enquanto procurava por locações no país da América do Norte.

Assista ao trailer dos novos episódios de Narcos logo abaixo.

Socorro? Kanye West e Lil Pump lançam clipe bizarro em premiação do Pornhub

Kanye West e Lil Pump - I Love It
Foto: Reprodução/YouTube

É assim que vamos começar nossa sexta-feira: com Kanye West e Lil Pump lançando vídeo em uma premiação da indústria pornô.

Os rappers se uniram na inédita “I Love It”, com uma letra bem proibidona e com um clipe apenas bizarro. Nas imagens, West e Pump aparecem como miniaturas de si mesmos, porém com fantasias enormes representando suas roupas e calçados.

Quem também está lá é a atriz e comediante Adele Givens, falando sobre fingir orgasmos e a sexualidade feminina.

O vídeo foi dirigido por Kanye e Amanda Adelson, e produzido pelo aclamado diretor Spike Jonze, responsável por filmes como Ela (2013), Quero Ser John Malkovich (1999) e Onde Vivem os Monstros (2009).

“I Love It” foi lançada durante uma premiação do Pornhub, famoso site de vídeos pornô. West, inclusive, foi o diretor criativo do evento… sério!

Assista:

Hozier volta em grande estilo com o EP “Nina Cried Power”

Hozier - Nina Cried Power

Em 2014 o músico irlandês Hozier lançou o seu primeiro disco de estúdio, homônimo, e caiu nas graças do mundo inteiro.

Foram nada mais nada menos do que 1 milhão de cópias do álbum comercializadas, sendo que mais de 500 mil saíram nos Estados Unidos, principal mercado fonográfico do planeta.

De lá pra cá o músico mostrou seu trabalho através de turnês e agora ele está de volta com um trabalho de estúdio na forma do EP Nina Cried Power, que tem quatro faixas e a participação especial da incrível Mavis Staples.

Nina Cried Power

A canção que batiza o EP mostra toda energia de Hozier tanto musicalmente quanto em relação ao ativismo social, e aqui ele relembra diversos artistas, ativistas e defensores de movimentos sociais cujas obras mudaram o mundo através de protestos dos mais inteligentes.

Joni Mitchell, John Lennon, James Brown e aquela que inspirou o nome da canção, Nina Simone, são lembrados na faixa que abre o trabalho e dá as boas vindas ao ouvinte.

Ao falar da música, Hozier lembrou:

A canção foi escrita em algum momento do ano passado e meu objetivo era creditar a realidade da esperança, solidariedade e amor encontrados no espírito humano em uma era onde os seus opostos tiveram espaço nas plataformas mainstream 24 horas por dia e 7 dias por semana. A canção começou como uma crítica direta à linguagem popular moderna relacionada à consciência política e partiu daí.

De várias formas a música é um agradecimento ao legado de artistas do Século 20 cujos trabalhos nos inspiram, e aqueles dos quais tiramos forças em tempos de incerteza. Mavis Staples é uma dessas artistas. Trabalhar com ela nessa canção foi nada mais, nada menos do que um sonho realizado.

Quem também falou a respeito foi a própria cantora:

Oh, Nina irá acordar o mundo. É uma canção tão grandiosa que poderia abalar a Terra, repleta de alma, paixão e fogo, mostrando as dificuldades de alguns dos meus contemporâneos. Eu estou te falando, quando você ouvir essa canção, ela irá te fazer se levantar para protestar.

Show em Dublin

Ontem à noite (05) nós tivemos o prazer de ir a um show de Hozier em Dublin para vê-lo de perto no que o próprio chamou de “ensaio” para o que vem por aí após o lançamento do EP, e podemos dizer que ele está afiadíssimo para mostrar seus novos sons ao mundo.

Ouça Nina Cried Power logo abaixo, logo antes de um vídeo da apresentação na Irlanda.

https://www.instagram.com/p/BnZoMYIAMVx/?taken-by=tmdqa

Oi? Michael Moore culpa Gwen Stefani por Donald Trump na presidência

Gwen Stefani (No Doubt) e Donald Trump
Foto: Wikimedia Commons

É isso mesmo que você leu: aparentemente, Gwen Stefani é a grande culpada por Donald Trump estar na presidência dos Estados Unidos.

Pelo menos é nisso que o polêmico Michael Moore acredita. Em nova entrevista, o diretor explicou que tudo pode ter acontecido após uma disputa de salários entre Stefani, que é uma jurada do The Voice, e Trump, que era apresentador do O Aprendiz americano, ambos na NBC.

Ainda segundo Moore, o ex-apresentador de reality show queria provar sua popularidade na emissora, então fez uma cerimônia pomposa na Trump Tower para anunciar que se candidataria.

Ele falava sobre concorrer à presidência desde 1988, mas ele não queria realmente ser presidente. Não há cobertura na Casa Branca. E ele não quer morar em uma cidade negra. Ele estava tentando colocar a NBC contra outra rede, mas isso simplesmente saiu dos trilhos.

O diretor soltou a “bomba” enquanto divulga seu novo documentário, Fahrenheit 11/9, que fala sobre a jornada de Trump ao poder.

Sobre as eleições de 2020 e sua esperança para o governo americano, Moore declarou:

Precisamos de figuras amadas concorrendo. Diga o que quiser sobre Trump, mas dezenas de milhões assistiram ao programa dele. Precisamos de Tom Hanks, Oprah, Michelle Obama. Quem não votaria em Michelle Obama?

LEIA TAMBÉM: Gwen Stefani anuncia residência de shows em Las Vegas

YouTube vai transmitir show de Paul McCartney ao vivo nesta sexta (07)

Paul McCartney em 2017
Foto de Paul McCartney via Shutterstock

Paul McCartney está dando um show de divulgação de seu novo disco!

Depois de conceder várias entrevistas — o que deve continuar acontecendo –, o ex-beatle vai fazer um show ao vivo no YouTube, em Nova York. O músico deve apresentar canções de seu novo disco, Egypt Station, ao lado de clássicos dos Beatles, Wings e da carreira solo.

A apresentação rola amanhã, sexta-feira (07), a partir das 21h30 no horário de Brasília. O show será transmitido também no canal oficial de Paul McCartney, e você já pode salvar o player que está logo abaixo.

Egypt Station chega às plataformas de streaming e lojas ao redor do mundo também amanhã.

LEIA TAMBÉM: Paul McCartney aparece no top 10 da Billboard pela primeira vez em 20 anos

Waldo Huerta y los Rapaces de la Chakra explora sons latino-americanos em novo disco

Waldo Huerta y los Rapaces de la Chakra
Foto: Divulgação

A banda chilena Waldo Huerta y los Rapaces de la Chakra carrega em si um mar de influências latino-americanas e ao lado do selo carioca Cantores Del Mundo, lançou um álbum colorido.

Samba, canções folclóricas, joropo venezuelano e até mesmo jazz pop serviram de base para o disco auto-intitulado do grupo liderado por Waldo Huerta. Responsável pelo vocal, violão e trombone, o músico iniciou o projeto como solo, apenas convidando alguns colegas para ensaiar. “Durante o processo de ensaios, acabamos compondo novas músicas, criando novas parcerias musicais e foi assim que a banda surgiu”, ele conta.

“Sem notar, já tínhamos um disco em processo de criação e estávamos ensaiando toda semana. Foi quando resolvemos fazer shows e descobrimos que o público gostava. De um modo natural, tínhamos o álbum, a banda e o público. Foi um processo espontâneo que resultou nessa pequena família musical”

A família que Waldo se refere é formada por Nicolás Cáceres (baixo), Camila Bañados (voz), Arturo Saud (saxofone), Gato Tamblay (trompete), Sebastián Hermosilla (bateria), Jorge Machuca (piano e acordeão), Juan Pablo Salvo (trompete) e Trinidad Montalva (coro e viola da gamba).

Ouça o disco Waldo Huerta y los Rapaces de la Chakra logo abaixo.

Em apresentação impecável, Daíra mostra amor pelo repertório de Belchior

Daíra no Rio de Janeiro
Foto: Floriza Rios

Tocar música dos outros é algo peculiar. Pode ser uma surpresa no repertório, uma curta homenagem ou até mesmo uma brincadeira… Mas, qualquer seja a natureza da cover, geram-se comparações. É inevitável lembrar da original e, a partir daí, julgar se a versão ficou boa ou não. Existem casos em que a versão é boa, mas incomparável à grandiosidade da original. Não é o caso de Daíra, que, além de entregar impressionantes covers, ainda deixa os espectadores boquiabertos com seu talento musical.

Daíra lançou, em 2016, o álbum Amar e Mudar as Coisas, composto inteiramente de releituras de canções do saudoso compositor cearense Belchior. Com a turnê desse lançamento, a cantora já percorreu o Brasil e voltou ao Rio de Janeiro recentemente para reapresentar seu imersivo e potente show aos cariocas.

A apresentação aconteceu no último dia 23, no Teatro Fashion Mall. A produção do show ficou por conta de Rodrigo Garcia (que já trabalhou com Cássia Eller e Júlia Vargas), e teve assessoria da PRISMA.

 

Belas e respeitosas versões para as músicas de um dos maiores compositores nacionais

Antes de qualquer análise, vale destacar que a beleza da apresentação não está apenas no fato de que são clássicos do repertório de um renomado compositor nacional. O modo como as músicas foram vestidas, cada arranjo e cada instrumentação, tornaram as versões ainda mais especiais.

A roupagem, que mistura gêneros nordestinos com elementos de folk e blues, foi essencial para destacar o talento não só de Daíra, mas como também de sua banda. O grupo, formado por Augusto Feres (guitarra/violão), Magno Souza (baixo) e Lucas Videla (bateria, tocando pela primeira vez nesse show), foi quem deu vida aos novos arranjos, que ao mesmo tempo destacavam o talento individual de cada um e demonstravam respeito pela obra atemporal de Belchior.

Carismática, Daíra mostrava interesse pelo interesse do público, que, por sinal, acompanhava a cantora conforme cantava as já consagradas letras. Ela ainda provou seu talento instrumental além, é claro, do performático. Ela completou as canções tocadas com instrumentos variados, desde violão até triângulo e charango (um instrumento de cordas da família do alaúde).

Da esquerda para a direita: Augusto Feres, Daíra, Lucas Videla e Magno Souza. Foto: Floriza Rios

O repertório

Em pouco mais de uma hora de apresentação, Daíra e sua banda entregaram 18 canções. Nelas a cantora demonstrou firmeza ao interpretar as canções de Belchior e um desavisado poderia facilmente achar que as músicas eram composições da própria artista. Sonhadores poderiam até falar que era como se o falecido compositor tivesse escrito as músicas justamente para a voz da carioca.

A setlist passeou por toda a discografia de Belchior, desde o álbum de estreia (de 1974), que marcou presença com músicas como “Na Hora do Almoço” e “Mote e Glosa” (a primeira faixa da estreia). Todos os álbuns, mais especificamente os primeiros, tiveram espaço semelhante no repertório, com uma média de 2 a 3 músicas para cada. Foi uma viagem aos saudosos tempos de Belchior.

Foto: Floriza Rios

As participações

A potente voz de Daíra impressionou a todos no teatro, mas não foi a única voz a ser ouvida. O show contou também com as participações dos compositores Claos Mozi e Lucas Fidelis, ambos artistas independentes. Com Claos, Daíra cantou a canção “Água Morta“, canção-protesto que menciona os acontecimentos da cidade de Mariana, em 2015. Logo depois, a dupla cantou “A Palo Seco“, canção do homônimo álbum de estreia de Belchior lançada originalmente em 1974. “Agora, Claos vai cantar comigo uma do Belchior, porque toda participação em show meu tem que cantar uma dele”, brincou Daíra.

Logo depois, Lucas Fidelis subiu ao palco. Juntos, fizeram um dueto para “Aguapé“, colaboração entre Belchior e Fagner lançada em 1980 no álbum Objeto Direto. Ainda cantaram uma canção autoral de Lucas, “Pouco Troco“.

 

Destaques

Vale destacar alguns pontos específicos além, é claro, da organização do evento e do carisma de Daíra.

Como já dito, os diferenciados arranjos foram pontos positivos. “Meu Cordial Brasileiro“, faixa originalmente lançada no álbum Era uma vez um homem e seu tempo, de 1979, não chegou a entrar em Amar e Mudar as Coisas, mas ganhou uma versão bela e cheia de groove na setlist do show. Depois desse momento dançante, Daíra sentou no chão com seu violão e, acompanhada apenas por Augusto, deu voz à uma versão impressionante da bela “Divina Comédia Humana“. Depois, sozinha, a cantora deu continuidade ao voz e violão com “Comentário a Respeito de John“, outra faixa que não entrou em seu disco.

Além de tudo isso, a irmã mais nova de Daíra subiu ao palco durante a performance da cantora com Lucas Fidelis. Obviamente, tanto a banda quanto o público receberam muito bem o inusitado momento.

Apenas um Rapaz Latino-Americano“, uma das mais famosas composições de Belchior, fechou a apresentação com chave de ouro, da mesma forma que fecha Amar e Mudar as Coisas.

Foto: Floriza Rios

Segue abaixo a setlist da apresentação. Vale lembrar que Amar e Mudar as Coisas está disponível em todas as plataformas digitais.

1. “Paralelas”
2. “Alucinação”
3. “Conheço Meu Lugar”
4. “Pequeno Mapa do Tempo”
5. “Como o Diabo Gosta”
6. “Meu Cordial Brasileiro”
7. “Divina Comédia Humana”
8. “Comentário a Respeito de John”
9. “Coração Selvagem”
10. “Princesa do Meu Lugar”
11. “Na Hora do Almoço”
12. “Água Morta” (música de Claos Mozi, com participação do próprio)
13. “A Palo Seco” (com participação de Claos)
14. “Aguapé” (música de Lucas Fidelis, com participação do próprio)
15. “Pouco Troco” (com participação de Fidelis)
16. “Jornal Blues ou Canção Leve de Escárnio e Maldizer”
17. “Mote e Glosa”
18. “Apenas um Rapaz Latino-Americano”

Lançamentos Nacionais: Betina, Lamutes, Fernanda Lemos e Gabriela Brown

Betina
Foto: Thais Silvestre

A cantora paulista Betina lançou recentemente o seu segundo álbum de estúdio, Hotel Vülcânia.

Com uma sonoridade que mescla a nova MPB com indie rock e influências psicodélicas, o disco conta com as participações de Tatá Aeroplano, Heloiza Abdalla, Bonifrate e ainda uma parceria com a banda Boogarins, na faixa de encerramento “Ruído Tropical“.

Confira abaixo o álbum na íntegra:

 

Lamutes

Lamutes
Foto: Reprodução / Instagram

A banda carioca Lamutes faz um som que mistura pop rock e surf rock. Em 2016, o grupo lançou seu segundo EP, Cotidiano Ocasional, e recentemente lançou seu primeiro single desde então, “Peppers“.

Diferentemente das outras canções, “Peppers” tem letra em inglês. A música foi lançada junto a um clipe, que mostra os integrantes da banda nas proximidade de uma feira. Brincadeiras ao longo do vídeo envolvem, sim, pimentas. Além disso, outras cenas mostram filhotes de cachorros e os integrantes da banda aguardando em um ponto de ônibus.

“Peppers”, tal como os já lançados EPs da Lamutes, estão disponíveis nas plataformas digitais. Confira abaixo o clipe:

 

Fernanda Lemos

Fernanda Lemos
Foto: Divulgação

Aos 24 anos, a cantora carioca Fernanda Lemos lançou o seu primeiro EP, Tipos de Amor. As 5 faixas falam sobre sua vida pessoal e assumem a forma de estilos brasileiros.

O álbum teve produção de Leandro Sapucahy, que já trabalhou com grandes nomes da música nacional como Arlindo Cruz e Maria Rita. Jota Moraes também foi convidado a dar seu brilho singular às músicas, através de seus belos arranjos.

Desde pequena, Fernanda compõe. Ela gravava algumas covers e canções autorais para seu canal no Youtube, onde apresentava versões acústicas no projeto Cafô!. “Tomar coragem para expor essas canções demorou muito tempo (…). Mas agora chegou a hora das pessoas conhecerem o meu lado como compositora”, disse.

Conheça os diferentes Tipos de Amor nas plataformas digitais, onde o EP já encontra-se disponível:

 

Gabriela Brown

Gabriela Brown
Foto: Gabriel Hand / Divulgação

Gabriela Brown é uma cantora que vai além de uma bela voz. Com a proposta de levar mulheres ao palco, ela se apresenta com uma banda composta por mulheres.

Misturando música soul com a nova MPB, Gabriela lançou seu novo single, “Meu Carnaval” justamente no Dia Nacional da Visibilidade Lésbica (29 de Agosto). A canção veio acompanhada de um delicado e solar clipe, que celebra o amor entre mulheres. O comum e o incomum das relações é comemorado.

“Normalmente, vemos os casais vivendo atrocidades e sofrendo com todos os tipos de preconceito. Minha música, por outro lado, vai pintar a rotina e a vida gay como ela é, celebrando-a”, conta a cantora.

Confira abaixo o clipe:

Burt Reynolds, ator conhecido por filmes como Boogie Nights, morre aos 82 anos

Burt Reynolds
Foto de Burt Reynolds via Shutterstock

Triste notícia para o cinema mundial: Burt Reynolds faleceu aos 82 anos de idade nos Estados Unidos.

O lendário ator indicado ao Oscar por sua atuação como o diretor de filmes pornográficos Jack Horner em Boogie Nights (1997) sofreu um ataque cardíaco e morreu em um hospital da Flórida, segundo confirmou o seu empresário Erik Kritzer.

Antes de Boogie Nights, Reynolds fez sucesso em filmes como Agarra-me se Puderes e Amargo Pesadelo, consolidando sua carreira nos anos 70 como um dos grandes nomes de Hollywood.

Burt Reynolds

O último filme em que ele esteve foi Shadow Fighter, lançado em Março de 2018, e ele fazia parte do elenco de Once Upon A Time In Hollywood, novo filme de Quentin Tarantino que tem um timaço de estrelas com nomes como Brad Pitt, Leonardo DiCaprio, Margot Robbie e mais.

Esse ano Burt completou incríveis 60 anos de carreira, já que começou em 1958 quando aceitou um emprego no Hyde Park Playhouse, um teatro em Hyde Park, Nova York, que funcionava apenas no Verão.

Ele não estava considerando a carreira de ator mas ao passar a viver no ambiente cercado por vários deles, se interessou pela arte e estreou na Broadway com a peça Look, We’ve Come Through, com a qual inclusive excursionou e além de atuar em diversas cidades dos Estados Unidos, também conduziu o ônibus do elenco como motorista.

Em 2002 ele mostrou suas habilidades em um ramo bem diferente do que estava acostumado, o dos games, quando gravou a voz de Avery Carrington, personagem de Grand Theft Auto: Vice City que representava um magnata texano que não se importava em usar das piores táticas como incêndios e até assassinatos para influenciar os preços de propriedades e imóveis.

Burt Reynolds também se aventurou na música quando em 1973 lançou um disco chamado Ask Me What I Am, com 11 faixas voltadas ao country. Dez anos depois, em 1983, ele cantou com a lendária Dolly Parton no filme A Melhor Casa Suspeita do Texas.

Que descanse em paz.

Podcast TMDQA! #31 – Vida e histórias do maior roadie brasileiro

Podcast TMDQA! #31
Arte por Henrique Codonho

Você sabia que um dos maiores roadies do mundo é brasileiro? Rogério Souza é atualmente o gerente de palco do Lollapalooza, foi diretor técnico das Olimpíadas do Rio de Janeiro e, antes disso, excursionou por 15 anos ao lado do Motörhead. Além de ter convivido com Lemmy Kilmister até seus dias finais, Rogerinho já trabalhou com bandas como Iron Maiden, Anthrax e Judas Priest.

Nós entrevistamos o homem ao vivo, na sede da On Stage Lab, escola de mercado musical situada em São Paulo que está promovendo masterclasses com ele e outros grandes nomes do showbiz.

Se interessou? Dê uma olhada nos temas e datas no site: onstagelab.com.br. Pra deixar tudo mais interessante, o podcast arrumou um descontão pra você! Na hora de fechar sua matrícula, insira o cupom TMDQA_10 para conseguir um preço especial.

Ouça o episódio no player abaixo ou procure por nós no Spotify, iTunes, Google Podcasts, Castbox e outros. Para comentários, críticas e sugestões de temas, acesse facebook.com/podcasttmdqa. Leituras no final de cada episódio!

Ficha técnica

Duração: 59’31”
Apresentação e edição: Rafael Teixeira
Entrevistado: Rogério Souza
Vinhetas: Natália André
Artes: Henrique Codonho

Músicas

Rainbow – Stargazer
Motorhead – Ace Of Spades, Overkill, Jack The Ripper e The Game
Anthrax – Madhouse
Megadeath – Symphony of Destruction
Os Mutantes – Panis et Circenses

The Kooks renova as energias positivas em novo disco, “Let’s Go Sunshine”

The Kooks - Let's Go Sunshine

Let’s Go Sunshine. Se para você o título lembra algo cheio de positividade, então digo que acertou em cheio, pois essa é exatamente a pegada desse álbum combinando com o título e deixando claro que a vibe desse disco é nada menos que positiva. A sensação que temos é que a banda que o escreveu te chama para dar um passeio numa tarde ensolarada enquanto uma música indie gostosinha toca no som do seu carro.

E parece que os caras não estão pra brincadeira, não. Após um showzão aqui no Brasil, o The Kooks começou a liberar esporadicamente diversos drops para que sentíssemos o gostinho do que estava por vir. Neste disco, lançado na última sexta-feira (31), e que possui nada menos que 15 faixas, Let’s Go Sunshine já conta com três videoclipes para as músicas “All The Time”, “No Pressure” e o vídeo que foi lançado no combo do álbum para “Four Leaf Clover”.

Abrindo com a “Intro”, que é apenas uma pequena amostra de toda a alegria por trás do disco e indo direto para “Kids”, que deixa claro que a banda não teve intenção de mudar seu estilo com este álbum, a banda mostra que quis manter a fórmula que a tornou conhecida, fazendo com que qualquer pessoa que conheça uma música sequer do Kooks já saiba que se trata do grupo.

Seguindo para “All The Time” , que foi o primeiro single deste novo disco e já conta com um videoclipe bem bonitinho, a música te passa aquele sentimento de liberdade com uma pegada romântica na letra. Basta uma ouvida para ficar cantarolando o refrão o dia inteiro.

Já “Believe” é aquela música clássica que praticamente toda banda tem para falar que você deve acreditar no amor. Tudo com uma pegada muito gostosa e um arranjo que combina com sua letra motivacional, sem deixar de fora a vibe boa para que você não deixe de acreditar mesmo.

A mesma pegada segue com “Fractured and Dazed” que é aquele tipo de balada que o The Kooks parece adorar fazer, mesmo estilo de música que você já encontra nos álbuns anteriores da banda. Como falei anteriormente, essa é a receita do sucesso da banda e eles não pretendem mudar.

Em “Chicken Bone”, que tem esse nome engraçadinho e não fala de ossos de galinha, podemos esperar uma coisa um pouco mais sexy, que só de ouvir já podemos enxergar o vocalista, Luke Pritchard, sensualizando no palco como ele sempre adora fazer em seus shows.

Enquanto isso, “Four Leaf Clover”, que também já possui um vídeo, aposta no mesmo estilo que falei acima, é a mesma balada bonitinha com ritmo que lembra diversas outras músicas da banda e não surpreende ninguém. É divertida e gruda na cabeça, então acho que isso já basta para a banda estar satisfeita com a música.

Como nem tudo são flores, “Tesco Disco” é aquela música que dá vontade de pular, bem dispensável para o álbum, e até arrisco dizer que é muita gente vai achar que ela é chata. O mesmo acontece com “Honey Bee”, que tem a mesma pegada cansativa da anterior.

Em “Initials for Gainsbourg” é onde o disco desanda um pouco e tem uma falha perceptível na ordem de escolha das músicas, começando com uma série de sons mais cansativos e “mais do mesmo”, dando aquela vontade de parar por ali. Mesmo “Pamela” que se mostra mais animadinha que as outras, é um pouco decepcionante, mas se encaixa na categoria do “dá para ouvir”.

Seguimos com “Picture Frame” que é a clássica sentimental com violão e letra tocante, para os amantes daquele sentimento de solidão básico, que na minha humilde opinião, não se encaixa na vibe que o álbum te proporciona anteriormente.

Já a dupla formada por “Swing Low” e “Weight Of The World”, são as mesmas sentimentais que não impressionam nos arranjos e não têm nenhuma surpresa aparente, deixando um pouco a desejar em relação ao resto das músicas com mais potencial que o álbum tem a oferecer.

A saideira “No Pressure”, que também tem um vídeo muito bonitinho que renova suas esperanças no amor, passa exatamente essa mesma pegada fofinha com a letra e um arranjo divertido, conseguindo salvar de forma bacana o que foi perdido em algumas faixas anteriores, dando aquele sentimento de alívio para que você termine o disco com um sorrisão no rosto e bem mais leve, assim como a letra da música sugere, sem se preocupar com as pressões do mundo.

No geral, Let’s Go Sunshine é um bom trabalho da banda com aquele estilo clássico que eles possuem desde o primeiro álbum. O que difere aqui é a vibe que combina para ser trilha sonora daqueles filmes de comédia romântica, passando por todos os estágios do filme, desde a briga do casal principal até o final do filme que é quando eles ficam juntos. No mais, o disco poderia ter menos faixas (algumas não fariam falta) e ser algo bem menos cansativo e repetitivo em algumas músicas, mas é notável o sentimento de liberdade e felicidade que ele trouxe após a primeira ouvida.

Há 10 anos o Rancore lançava “Liberta”, uma verdadeira pérola do underground

Rancore - Liberta

Agosto de 2008. Há dez anos uma banda paulistana chamada Rancore lançaria seu segundo disco de estúdio, Liberta, e entraria rapidamente para o grupo dos nomes mais importantes do hardcore no país.

De forma independente e incorporando tudo que havia vivenciado nos últimos dois anos, após o lançamento do disco de estreia Yoga, Stress e Cafeína, o Rancore moldou um som bastante próprio que se destacou entre os pares da época pela forma como, ao mesmo tempo, usava a agressividade do punk rock para falar sobre temas dos mais sérios e pessoais com melodias e letras incríveis.

Não à toa, o disco rapidamente tornou-se o favorito de muita gente que vivia a cena e foi parar até na pele dos ouvintes, com uma legião de fãs do Rancore tatuando o logotipo da banda por conta de suas canções.

Dez anos após o lançamento de Liberta, nós conversamos com integrantes da banda que gravaram o disco a seu respeito para tentar contar um pouco da história do álbum.

Origens

Teco Martins e Candinho, do Rancore
Foto por Julio Fugimoto

Teco Martins, vocalista da banda, nos contou sobre o período em que o Rancore compôs as canções que fariam parte do Liberta, e lembra quais vieram primeiro e como tudo surgiu:

Desde que lançamos ‘Yoga, Stress e Cafeína’ começamos a fazer muitos shows e turnês, e logo começamos a querer tocar novas músicas. A primeira música a ser composta para esse o novo disco foi ‘Escadacronia’, que já carregava uma outra estética musical e poética em relação ao disco anterior e que de certa forma foi o guia para onde queríamos levar nosso som. A partir de então foram aparecendo músicas como ‘Liberta’, ‘Temporário’, ‘Bem Aqui’, ‘Voar’, ‘Canto Gritando’, ‘Quarto Escuro’, ‘Castelo’, ‘Respeito é a Lei’, em ensaios de composição que fazíamos durante a semana (nos finais de semana estávamos em turnê com nosso primeiro disco e íamos testando e lapidando essas músicas novas).

Todas as músicas surgiram de uma ideia na guitarra do Henrique Uba, o Candinho, e dele se estendia para a banda que na época era formada também por mim, pelo Ale Iafelice na bateria, Marcelo Barchetta ‘Cabelêra’ na guitarra e ‘Alemão’ (André Mindelis) no baixo. A cada ensaio íamos coletivamente evoluindo essas ideias iniciais e as músicas e o disco iam ganhando forma.

Foi o primeiro disco profissional que participei na minha vida, onde nos preocupamos em gravar pré-produções e tivemos uma equipe excelente ao nosso lado. Guilherme Chiapetta do Cafuá e África lá em Casa foi o produtor musical, e somou muito pro resultado final também.

Alê Iafelice, baterista da banda, falou sobre como essa fase de transição foi importante para a banda e também deu uma boa noção de como as gravações começaram:

Foi uma fase muito importante e marcante, estávamos consolidando uma nova formação da banda, e integrantes que, assim como eu, não tinham participado tanto do processo de composição do disco anterior, puderam colocar sua personalidade e energia.

O desenvolvimento das composições foi feito na maioria das vezes por todos juntos no estúdio, e tivemos MUITOS e MUITOS ensaios para deixar tudo tinindo, ralando bastante até chegar no resultado que gostaríamos para poder enfim entrar em estúdio.

Sempre terei um carinho bem grande por toda essa fase, aquela saudade boa às vezes bate, mas a vida segue e acho que temos que apreciar e viver o presente, pensar que o que passou é apenas aprendizado e experiência pra usarmos no agora.

André Mindelis, o “Alemão” falou sobre o orgulho que sente de ter participado dessas gravações:

Lembro de momentos de stress na composição devido a divergências entre alguns membros, mas acho que isso faz parte. Às vezes até ajuda no processo. Estávamos todos ansiosos para ouvir o que sairia e também muito focados em dar o nosso melhor para registrar algo que nos orgulharia depois.

Tenho muito orgulho de ter participado, acho que foi algo novo e diferente do que a maioria das bandas estavam fazendo na época aqui no Brasil e reconheço um bom nível técnico e criativo no resultado nele.

Candinho, guitarrista que começou as ideias de boa parte do disco antes do grupo lapidá-las, também falou a respeito:

A gente tinha feito as músicas do disco passado meio rápido e fomos arrumando elas no estúdio. Para o Liberta a gente quis chegar mais preparado. Rolou bastante ensaio e chegamos com o disco já todo acertado; isso não é necessariamente bom mas na época era a forma que queríamos fazer e deu certo. Sinto falta principalmente da dinâmica de banda, de um grupo de amigos construindo algo junto, de uma ingenuidade maior, pelo menos minha. Era algo sério mas ao mesmo tempo não era.

 

Reconhecimento

Rancore ao vivo
Foto por Julio Fugimoto

Meses após o lançamento de Liberta, o Rancore era uma banda que tinha suas músicas conhecidas pelo público do underground em várias cidades brasileiras, e foi inevitável que os shows começassem a ficar cada vez mais frequentes, e Teco se lembra de como foi a repercussão do álbum, principalmente quanto à quantidade de público:

Foi aumentando muito rápido. Começamos a lotar casas de shows e a sermos convidados pra tocar em festivais maiores. Muita gente fez a tatuagem do símbolo da capa do disco. Tudo isso foi um pouco assustador também. Bastante energia pra lidar. Mas agradeço muito a tudo que vivi nessa fase, e que vivo até hoje porque foi um portal para que eu chegasse até aqui; muitos aprendizados e muitas amizades ganharam vida; e a partir do lançamento do ‘Liberta’ aumentamos muito nosso público e as responsabilidades para com a banda e logo veio a escolha pros integrantes entre viver somente de música ou continuar trabalhando/estudando e outras coisas. Eu, Candinho e Ale largamos outros trampos, faculdades, e até relacionamentos para ir viver a Rancore com toda intensidade necessária e o Cabeleira e o Alemão acabaram saindo da banda por não conseguirem conciliar com outros compromissos. Eles eram/são excelentes músicos e foram fundamentais para o ‘Liberta’, apesar de não terem continuado na banda. Sou muito grato a eles. Logo depois Eu, Candinho e Ale nos unimos ao Caggegi no baixo e Gustavo Tx. na guitarra e fizemos o Seiva (2011), que inclusive foi eleito o “melhor disco do ano” aqui no TMDQA! Mas aí são outras histórias…

Candinho também se lembrou da receptividade do público e ainda falou sobre como a ajuda das bandas já consolidadas na época foi fundamental para o processo, já que a reunião nos shows fazia com que os públicos se misturassem e tudo tivesse o alcance amplificado:

Foi muito bom. O que rolou foi que a gente tinha ficado muito feliz com o resultado do disco e isso somado ao fato de sermos mais novos gerou uma expectativa grande na gente quanto à aceitação das pessoas nos shows, delas sentirem o mesmo que a gente sentia em relação ao projeto, e isso foi sendo correspondido. Na época parecia um processo natural, mas é difícil essa sincronia acontecer.

Outra coisa boa desse momento foi que tivemos uma força de bandas que estavam na ativa há mais tempo, e que davam espaço pra gente tocar direto, principalmente com o Sugar Kane. E era uma ajuda muito legítima, sincera. Tocar com o Sugar Kane em Curitiba ou o Garage Fuzz em Santos na época era muito bom por vários motivos; conhecer as pessoas e aprender com essas bandas o principal, mas eu gostava também do elemento surpresa. Pouca gente ou ninguém nessas ocasiões tinha alguma expectativa pro nosso show.

Influências

Rancore
Foto por Julio Fugimoto

As influências para a gravação do Liberta eram as mais diversas possíveis, e talvez expliquem como a sonoridade do Rancore se moldou para esse lançamento tão importante na carreira dos caras.

Enquanto Teco Martins lembrou de nomes como He is Legend, Cave In, Propagandhi e Norma Jean, também falou sobre a Bossa Nova e citou o que vinha lendo na época que acabou inspirando as letras do álbum:

Machado de Assis, Platão, Dostoiévski, García Marquez, Freud, Jung, Borges, Taoísmo, muito do punk rock em português e da Bíblia também.

Candinho falou a respeito das influências e ainda explicou a fase que passava durante a gravação do disco:

Eu ouvia umas bandas que tinham uma influência do hardcore mais recente da época mas experimentavam um pouco mais, tipo o Alexisonfire e o Thrice. Era um pouco bitolado até.

O fato dos outros caras irem numa outra direção, o Teco principalmente, que já escrevia pensando em música Brasileira, e o Chiapetta, que produziu e tinha uma bagagem e visão bem diferente, fez o disco soar menos datado e mais orgânico. O lado que soa meio datado, meio durão do disco acho que cai mais na minha conta mesmo. Mal, time!

Candinho não precisa se preocupar, porém, já que o outro guitarrista da banda, o Cabelêra, também falou sobre como vivia e respirava o hardcore:

Olha eu, vou falar por mim, eu sou hardcore até morrer, eu cresci e aprendi mais com isso do que em qualquer instituição de ensino na minha vida (risos). Sempre ouvi muito som pesado e hardcore melódico, reggae… Mas a minha formação musical passa por Michael Jackson, Madonna, Pantera, Metallica, Bad Religion, Satanic Surfers, A wilhelm scream, Propagandhi e mais.

Eu ouvia o que me mostravam e até gostava mas não pegava tanto como um norte. Até porque nessa época surgiram muitas banda que muitas hoje nem existem mais e foi uma época diferente, não sei bem explicar.

Os sons podem ter influenciado os outros da banda mas acho que foi sem querer, um amadurecimento mesmo pensando numa identidade para o nosso próprio som.

 

Vocais nus e Bateria de primeira

Rancore no CCSP
Foto por Julio Fugimoto

É natural que qualquer processo de composição e gravação de um disco seja marcado por diversos fatos interessantes e curiosidades que às vezes nunca chegam ao público.

Quando perguntamos por alguns desses fatos que ainda não sabíamos, Teco Martins disse que gravou todos os vocais do álbum nu (fato confirmado pelo Ale), e tanto o Alemão quanto o Cabelêra se lembraram das habilidades de Iafelice com a bateria:

O Ale gravou as baterias de uma vez sem errar, foi bizarro. Para mim a banda tinha e ainda tem ótimos músicos, mas o Alexandre é um cara diferenciado e entre tantos bons bateristas, ele estava sempre um passo acima dos demais.

 

Liberta na vida de cada um

Tatuagens do Rancore em integrantes da banda

Discos e álbuns marcantes impactam diferentes pessoas de diferentes maneiras.

Esse que aqui escreve, por exemplo, ouviu o álbum pela primeira vez enquanto ainda fazia rascunhos do que seria o Tenho Mais Discos Que Amigos! um dia. Foi um dos álbuns nacionais que mais coloquei pra tocar na época justamente por conta da sinceridade e da abordagem às temáticas propostas junto com a coragem de estampar, ao mesmo tempo, peso e melodia como pano de fundo para falar de todas essas questões.

Desde o seu título até canções como “Escadacronia”, a minha favorita em todo álbum, passando pela confessional “Cresci” onde Teco Martins escancara questões pessoas com as quais nos identificamos facilmente, Liberta é como um ritual de passagem, um ponto na estrada onde passamos e decidimos pelo caminho que tomaríamos dali pra frente de uma forma ou de outra, tendo a convicção de que muitos se sentiam como a gente e estariam ao nosso lado.

Quando perguntamos aos responsáveis pelo disco sobre o que o Liberta significou em suas vidas, eles disseram:

Teco Martins: “O retrato de uma fase muito intensa e verdadeira meu e de pessoas que eu amo muito; um momento de grande conexão espiritual-musical.”

Ale Iafelice: “Significou uma parte importante de nós sendo deixada eternamente para esse mundo da forma mais pura, sem querer pagar de isso ou aquilo, simplesmente sendo nós mesmos em busca da evolução musical e humana.”

Alemão: “Significou muitas coisas, mas destaco que é o meu registro musical de maior relevância ate hoje. Vivi muitas aventuras graças a ele e conheci muita gente legal na estrada. Agradeço a todos que participaram de alguma forma, guardo tudo isso com muito carinho no coração. O registro está aí e para mim sempre trará boas lembranças de uma época. Música e surf são a minha religião até hoje e vejo que são formas de você se expressar por conta própria. Você não precisa de ninguém para aprovar aquilo, faz para você mesmo e, se agradar aos outros, é ainda mais legal. É bom poder mostrar pros meus futuros netos ou bisnetos que eu participei desse projeto, e quem sabe o Liberta é descoberto pelas futuras gerações daqui a 200 anos?”

Candinho: “O Liberta foi uma época muito boa na minha vida, principalmente pelas pessoas com quem eu estava junto. E Essa sincronia que existiu entre a banda e muita gente de ver um valor naquilo, me deu a chance de presenciar momentos muito especiais. Nos shows existia essa catarse coletiva, é piegas mas é difícil explicar. Parecia na época, e ainda parece, muito certo, muito positivo. Sou grato por todo mundo que estava envolvido nisso e me sinto sortudo de ter sido parte.”

Cabelêra: “Aprendi muito. Apesar de muita gente achar um disco ‘libertador’, capa branca, eu acho ele um disco BEM dark, o som e as letras mexem com um lado mais espiritual da música que não é qualquer um que consegue falar sobre… Pela idade que nós tínhamos, me sinto orgulhoso de ter feito isso tudo junto com meus amigos. Quando olho 10 anos atrás, penso comigo, ‘puta que pariu’. Respeitando sempre os integrantes que vieram depois mas não consigo imaginar onde o Rancore estaria hoje com aquela formação…’

 

Liberta

Não tem jeito, hoje é dia de apertar o play e ouvir o Liberta bem alto para relembrar, celebrar ou conhecer um dos grandes discos nacionais da última década.

E como não poderia deixar de ser, #VoltaRancore! ;)

Slash é mais um a lamentar o estado atual da indústria da música

Slash
Foto: Wikimedia Commons

É, enquanto artisticamente o mundo da música só nos dá coisas boas, a parte burocrática do negócio parece estar cada vez pior. Quem apontou o problema dessa vez foi Slash.

O guitarrista do Guns N’ Roses, em entrevista para a LA Weekly, deu sua opinião sobre a indústria musical e os problemas que vem enfrentando. O músico ainda reforçou a dificuldade que novos artistas encontram no mercado.

Leia um trecho:

Todos os sinais de alerta estavam lá e o mercado das gravadoras não quis ouvir. Neste momento, você tem seus grandes artistas comerciais que estão no melhor escalão do Top 40, para os quais os selos pagam esses enormes salários, e eles recebem o dinheiro de volta de todas as formas possíveis. Então você tem outros artistas que, se eles não estão de acordo com o padrão Top 40, eles têm [apenas] uma chance. Se eles não conseguirem, estão fora. Não há pessoas do A&R [em português Artistas e Repertório, a divisão de uma gravadora responsável pela pesquisa de talentos], não há ninguém indo às casas de shows para procurar novos talentos para desenvolver. Considerando tudo, mesmo com o Guns N’ Roses, havia um núcleo de um grande grupo ou um grande artista que precisava aprimorar suas habilidades e lançar um, dois, até três discos antes de realmente dar certo, mas havia uma promessa e eles perceberam isso e tiveram a visão. Isso simplesmente não existe mais.

Slash ainda falou sobre sua própria gravadora, a Snakepit Records, e comemorou o fato de não ter nenhum selo maior comandando seu negócio.

Quem também andou abrindo o jogo — e de uma forma bastante dura — sobre a indústria foi Brent Hinds, líder do Mastodon. O músico se diz esgotado e ainda revelou que pretende tirar férias da música por um tempo.

É, tá complicado.

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Childish Gambino lança clipe animado incrível para “Feels Like Summer”

Childish Gambino Feels Like Summer
Foto: Reprodução/YouTube

Childish Gambino está de volta com mais um clipe sensacional!

O rapper lançou no último sábado (01) o vídeo para “Feels Like Summer”, um dos singles do EP Summer Pack.

O clipe foi dirigido por Ivan Dixon, Greg Sharp e o próprio Donald Glover. A animação mostra o cantor caminhando enquanto as mais diversas coisas acontecem ao seu redor, incluindo os mais diversos famosos.

Uma galera como Jaden Smith, Drake, Future, Snoop Dogg, Wiz Khalifa, Dr. Dre, Diddy, Will Smith, Rihanna, Jay-Z, Whitney Houston, Michael Jackson e mais são alguns dos nomes que aparecem no vídeo.

Em dois momentos marcantes, Nicki Minaj e Travis Scott aparecem brincando juntos — a cena faz referência a atual treta entre os rappers por conta de seus discos lançados. Pouco depois, Kanye West aparece chorando com um boné de Donald Trump que diz “Make America Great Again”, e é consolado por Michelle Obama.

Assista abaixo!

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Trampa surpreende ao misturar seu Rock com Orquestra em novo disco

TRAMPA
Foto: Thaís Mallon

A TRAMPA lançou na última sexta-feira (31) Trampa A Sinfonia, novo disco com um material pra lá de especial.

No trabalho, a banda brasiliense reimaginou diversas músicas da carreira — que têm influências no punk, grunge, indie e mais — com arranjos acústicos e orquestrados.

O vocalista André Noblat falou um pouco sobre o projeto em comunicado de imprensa:

A orquestra sempre soma nas músicas, te mostra novos horizontes, torna a melodia mais pesada, e já as canções mais leves, ficam ainda mais belas.

Em 2008, o grupo já havia feito algo parecido, porém em formato de show. Naquele ano a banda lançou Trampa Sinfônica, um concerto no Teatro Nacional de Brasília com a parceria do maestro Silvio Barbato, que se foi em 2009. No novo projeto, o grupo busca homenagear Barbato.

Ele foi o primeiro cara a apostar no nosso trabalho. Foi uma grande ideia. Quase dez anos já se passaram desde que o perdemos e acredito não haver forma melhor de homenageá-lo. A música acústica toca o coração, e a orquestra toca a alma.

O novo disco foi conduzido pelo maestro Joaquim França e produzido pelo vencedor do Grammy Latino, Diego Marx, que já trabalhou com a Scalene.

Quem elaborou a capa do álbum foi Tiago Palma, que se inspirou em Guernica, quadro icônico de Picasso. O artista contou que a ideia veio da própria banda, e que “o espírito é o mesmo, a crítica a guerra, e as várias conotações históricas”.

Confira a arte, que estará no lançamento em vinil, e lista de músicas abaixo e ouça o disco!

Capa Osquestra TRAMPA
Foto: Divulgação
  1. Causa e Efeito
  2. Você
  3. Guerra
  4. Evolução
  5. Te Presenteio com a Fúria
  6. Seu João
  7. Sujo

The Cranberries fala sobre causa da morte de Dolores O’Riordan: “viverá eternamente na música”

Dolores O Riordan, vocalista do The Cranberries
Foto de Dolores O'Riordan via Shutterstock

Há poucas horas foi finalmente revelada a causa da morte de Dolores O’Riordan, e agora o The Cranberries se pronunciou.

Hoje, foi divulgado que O’Riordan faleceu de um afogamento acidental após ingerir uma grande quantidade de álcool. A banda usou o Twitter para publicar um comunicado aos fãs nesta quinta-feira (06), voltando a homenagear sua vocalista.

Leia a carta do grupo:

No dia 15 de Janeiro de 2018, perdemos nossa querida amiga e colega de banda Dolores O’Riordan. Hoje continuamos a ter dificuldades de lidar com o que aconteceu.

Nossas condolências vão para os filhos de Dolores e sua família, e nossos pensamentos estão com eles hoje.

Dolores viverá eternamente na música. Ver o tamanho do impacto positivo que ela teve na vida das pessoas tem sido um grande conforto para nós. Gostaríamos de agradecer todos nossos fãs pelas diversas mensagens e pelo seu apoio contínuo durante esse momento difícil.

Pedimos, por favor, para que nossa privacidade seja respeitada neste momento.

Em Março deste ano, o The Cranberries revelou que lançará “no início de 2019” um álbum de inéditas contendo vocais de Dolores.

Dolores O’Riordan (The Cranberries) morreu após afogamento

Dolores ORiordan, do The Cranberries
Foto de Dolores O'Riordan via Shutterstock

A causa da morte de Dolores O’Riordan foi revelada como sendo afogamento acidental.

O resultado da autópsia vem quase oito meses após a morte da líder do The Cranberries, que nos deixou no dia 15 de Janeiro deste ano. Segundo a BBC News, O’Riordan se afogou na banheira do hotel no qual estava hospedada após beber uma quantidade excessiva de álcool.

Como apontam os oficiais, a artista tinha 330mg de álcool por 100ml de sangue, ou quatro vezes o limite legal para beber na Inglaterra, e uma quantidade “terapêutica” de remédios prescritos na corrente sanguínea.

Ainda segundo a autópsia, Dolores não tinha hematomas ou sinais de que estava se auto-infligindo. O psiquiatra da cantora teria dito que ela estava de “bom humor” quando a encontrou no dia 8 de Janeiro.

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