TITÃS: do pior ao melhor álbum

Os shows da turnê Encontro dos Titãs reuniram desde crianças até idosos na plateia, todos impactados por uma carreira de mais de 40 anos repleta de músicas de protesto que descrevem como poucas a relação da sociedade brasileira com a igreja, a polícia, a comida, a miséria…

Como o próprio Nando Reis disse na apresentação em São Paulo, essas canções continuam representando não apenas a visão de quem as compôs, mas o próprio país, que evoluiu pouco desde a redemocratização.

Por isso, o TMDQA! preparou uma lista com as 10 músicas mais significativas da banda, pra quem quer conhecer melhor a trajetória da maior banda de Rock do Brasil, ou pra quem só quer relembrar bons momentos com essa trilha sonora incrível!

Lembrando que já fizemos o mesmo com Legião Urbana, The Cure, Arctic Monkeys e Linkin Park, e você pode conferir clicando no nome de cada grupo.

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10 músicas essenciais dos Titãs

“Epitáfio” (A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana, 2001)

Antes de voltarmos 40 anos no tempo, precisamos falar sobre o álbum que renovou a popularidade dos Titãs e garantiu alguns dos maiores sucessos do rádio no início do século 21.

Além de clássicos como a faixa-título, “Isso” e “O Mundo É Bão, Sebastião!”, a belíssima “Epitáfio” foi trilha sonora de novela, foi regravada por Gal Costa e descreveu perfeitamente a sensação de que deveria ter “complicado menos” e “trabalhado menos” com a qual todo mundo se identifica.

“Fardado” (Nheengatu, 2014)

Em 2014, com 30 anos de carreira e apenas quatro dos oito integrantes da formação clássica, os Titãs se mantiveram relevantes com seu décimo quarto álbum Nheengatu, que resgata o peso e a crítica de clássicos como Cabeça Dinossauro.

No disco, eles abordam temas como machismo, racismo, violência contra crianças e, claro, o abuso de autoridade policial, como na pedrada “Fardado”.

“Sonífera Ilha” (Titãs, 1984)

Agora sim, voltamos ao primeiro hit da banda, o qual, como Paulo Miklos bem lembrou nos shows do Encontro, os Titãs tinham que tocar até três vezes nas apresentações de início de carreira para levantar o público.

“Sonífera Ilha” foi a música mais tocada no rádio em 1984 e garantiu a presença da banda em todos os programas de TV daquela época, com sua icônica dancinha e a guitarra de Ska irresistível de Tony Bellotto.

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“Televisão” (Televisão, 1985)

Pouca gente sabe que o segundo disco dos Titãs foi produzido por Lulu Santos, o que explica o apelo Pop do trabalho e de sua faixa-título, que discute a alienação que a TV pode causar.

“Polícia” (Cabeça Dinossauro, 1986)

O terceiro álbum da banda é considerado até hoje o melhor da carreira. É o primeiro disco com produção de Liminha, que assumiu as guitarras de Marcelo Fromer na turnê de 2023 e guiou a sonoridade da banda com pulso firme por décadas.

Nele, a banda adota o som que seria sua assinatura: cru, crítico e combativo, mais próximo do Punk, com músicas explosivas como “Polícia”, hino contra a violência policial que ganha ainda mais força ao vivo, como você pode assistir abaixo.

“AA UU” (Cabeça Dinossauro, 1986)

Em uma entrevista na época, Branco Mello definiu o som de Cabeça Dinossauro como “um Rock seco, mais primitivo e visceral”. Esses adjetivos ficam claros na faixa “AA UU”, composição de Sérgio Britto que usa apenas as duas vogais como refrão.

“Os Cegos do Castelo” (Acústico MTV, 1997)

Mais uma quebra na ordem cronológida dos álbuns, dessa vez pra falar desse que é considerado o maior Acústico MTV já gravado no Brasil. É até hoje o disco mais vendido dos Titãs, e verdadeira referência em Rock acústico na América Latina.

Além de reinventar seus maiores sucessos em parcerias com o argentino Fito Páez, o jamaicano Jimmy Cliff, Rita Lee e mais, a banda ainda apresentou algumas músicas inéditas como a belíssima “Os Cegos do Castelo”, até hoje um dos maiores hits de Nando Reis.

“Comida” (Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas, 1987)

Este álbum foi gravado ainda durante a turnê do Cabeça, e tem a mesma agressividade e cunho social do anterior, mas com uma pegada mais Funk Rock. O espírito dançante, mas ácido, está sintetizado em “Comida”, pedrada de Arnaldo Antunes.

O disco ainda tem sucessos como “Lugar Nenhum”, “Desordem” e “Diversão”, além de Nando dando “Nome aos Bois”, como ele bem fez agora novamente, na turnê Encontro.

“Miséria” (Õ Blésq Blom, 1989)

Pouco lembrado quando se trata dos maiores discos dos Titãs, Õ Blésq Blom é tão importante que é considerado precursor do Manguebeat. Nas palavras de Sérgio Britto, o trabalho “se não influenciou, ao menos antecipou toda a mistura de MPB, Rock, música nordestina e programações eletrônicas”.

Na opinião deste que escreve, “Miséria” é a letra mais impactante já escrita pela banda, desde a incrível introdução por Mauro e Quitéria até versos como “A morte não causa mais espanto”.

“Será Que É Isso Que Eu Necessito?” (Titanomaquia, 1993)

Sétimo disco do grupo e o primeiro sem Arnaldo Antunes, Titanomaquia marca o último grande momento da fase de ouro dos Titãs, antes do renascimento nos anos 2000 que descrevemos no início desta lista.

Nele, a banda trabalhou em Seattle com Jack Endino, produtor do Nirvana, Mudhoney, L7 e mais. O disco é sujo, pesado e sincero do jeitinho que a gente gosta, e a música de abertura já é um pé na porta.

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