10 músicas que definiram a carreira da Legião Urbana
Imagem: Divulgação

Se por um lado algumas pessoas têm “rejeitado” a Legião Urbana nos últimos anos, se dizendo saturadas com os hits que tocam nos bares e luaus por aí, por outro lado a base de fãs da banda se renova a cada ano e isso acontece graças às músicas e mensagens imortais nos discos dessa que é uma das grandes bandas do Rock nacional.

É importante lembrar que estamos falando de uma banda que encerrou as atividades há 27 anos, em 1996, quando o líder Renato Russo morreu de forma precoce, porém consagrado como um dos maiores cantores e compositores brasileiros de todos os tempos.

Atualmente, Dado Villa-Lobos e Dado Bonfá seguem realizando turnês em celebração ao catálogo do grupo, com André Frateschi nos vocais desde 2015. Em entrevista ao Podcast TMDQA!, o ator e cantor falou sobre a difícil missão de carregar esse microfone tão pesado.

Depois do sucesso da nossa lista de 10 músicas que definiram a carreira do Linkin Park, decidimos fazer o mesmo com a Legião Urbana – tarefa difícil diante dos oito álbuns, muitos deles obras-primas, que o grupo produziu em menos de 15 anos de estrada.

Vem com a gente nessa seleção, em que tentamos fugir do óbvio dos grande sucessos como “Eduardo e Mônica”, “Pais e Filhos” e “Tempo Perdido”, e lembrar de canções que tenham um forte significado social, riffs ou vocais poderosos.

Legião Urbana: 10 músicas definitivas

“Meninos e Meninas” – As Quatro Estações (1989)

Renato Russo sempre foi uma voz para os excluídos, abordando temas que eram tabu nos anos 80 como a homossexualidade. Foi só no quarto álbum da Legião, quando a banda já era sucesso absoluto no Brasil inteiro, que o compositor fez o hino definitivo com relação aos seus afetos, mencionando a hipocrisia da religião.

Em “Meninos e Meninas”, ele diz: “Acho que gosto de São Paulo, gosto de São João / Gosto de São Francisco e São Sebastião / E eu gosto de meninos e meninas”.

“Por Enquanto” – Legião Urbana (1985)

Voltamos para o primeiro disco da banda, cuja última faixa foge completamente do Punk raivoso que guia a maior parte do álbum.

“Por Enquanto” surgiu de uma brincadeira de Renato nos sintetizadores do estúdio, e se tornou uma das músicas de amor mais lindas de todos os tempos, especialmente depois que foi regravada por Cássia Eller em 1990.

“A Montanha Mágica” – V (1991)

Renato Russo já disse em entrevistas que o disco V é propositalmente lento no ritmo, e alongado na duração das músicas, para simbolizar o tédio dos dias em que ele já sofria dos efeitos da AIDS, entre idas e vindas do hospital.

Mas a voz do cantor ainda estava impecável, e quem chega ao final dos quase 8 minutos de “A Montanha Mágica” é recompensado com um dos agudos mais potentes que Renato já gravou.

“Índios” – Dois (1986)

Considerada por muitos fãs a sua música favorita – inclusive este que vos escreve – “Índios” é um grito de revolta contra o extermínio dos povos originários e a exploração de suas terras no Brasil. Isso está sintetizado no seminal verso: “Nos deram espelhos e vimos um mundo doente”.

Mas a banda passou essa mensagem de forma sutil, atrás de uma parede de sintetizadores alucinantes e uma letra sobre angústia. A música ganhou uma bela versão no Acústico MTV da Legião.

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“Será” – Legião Urbana (1985)

É claro que a primeira música do primeiro disco da Legião Urbana não poderia ficar de fora desta lista! Reconhecível logo no primeiro acorde, todo mundo já fica pronto para o grito de liberdade: “Tire suas mãos de mim, eu não pertenço a você”.

É mais uma música de amor do poeta mais romântico dos anos 80, que ajudou muita gente a superar um término ou coisa parecida, “Imaginando alguma solução pra que esse nosso egoísmo não destrua nosso coração”.

“A Via Láctea” – A Tempestade (1996)

O álbum A Tempestade foi lançado apenas duas semanas antes da morte de Renato Russo, que gravou os vocais separadamente devido ao seu estado de saúde e aos desentendimentos que já tomavam conta da banda.

Em “A Via Láctea”, ele fala de forma aberta e dura sobre sua doença, com a voz fraca e versos como “Hoje a tristeza não é passageira / Hoje fiquei com febre a tarde inteira”.

“Hoje a Noite Não Tem Luar” – Acústico MTV (1999)

Pode sacar o violão! Considerado um dos maiores Acústicos MTV que o Brasil já produziu, o show da Legião Urbana por lá rendeu uma versão despretensiosa de “Hoy Me Voy Para México”, do grupo Menudo.

Renato transformou uma baladinha adolescente em uma música profunda – de novo – sobre amor, e fez com que todo mundo se apaixonasse pela cover, que até hoje toca à exaustão nas rádios.

“Faroeste Caboclo” – Que País É Este (1987)

Os famosos 9 minutos de “Faroeste Caboclo” entregam tudo: problemas sociais, migração, sexo, estupro, crime, paixão, vingança e redenção. A saga de João de Santo Cristo, Jeremias e Maria Lúcia é um verdadeiro retrato do Brasil profundo.

No fim dos anos 80, a música ficou conhecida como “A Voz do Brasil”, porque as estações de rádio cortavam todas as músicas para exibir “Faroeste Caboclo” na íntegra antes do boletim obrigatório do governo.

“Há Tempos” – As Quatro Estações (1989)

Se formos analisar as letras, “Há Tempos” é provavelmente a mais bela do catálogo da banda. Nela, Renato fala sobre o cansaço, a solidão e a tristeza de sua geração, que “há tempos” não vê encanto, imersa nos problemas do país.

Ele encerra a canção com os lindos provérbios da doutrina budista: “Disciplina é liberdade / Compaixão é fortaleza / Ter bondade é ter coragem”.

“O Mundo Anda Tão Complicado” – V (1991)

Falamos tanto sobre amor e romance ao longo dessa lista, e vamos terminar com a música mais “pura” nesse sentido. “O Mundo Anda Tão Complicado” é um relato simples e sincero de um casal que acaba de se mudar para a mesma casa, e não quer saber mais de nenhuma complicação.

Com uma letra muito fácil de se relacionar, a canção foi uma das mais pedidas nos shows da Legião Urbana pelo Brasil a partir dos anos 90.

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