The Cure
Divulgação

É difícil imaginar que uma banda com mais de 40 anos de carreira pode estar entre as mais quentes do momento. No entanto, é exatamente isso que vive o The Cure em 2023, com uma turnê aclamada mundialmente que vem arrebatando fãs por onde passa.

O giro tão especial do grupo comandado por Robert Smith finalmente está confirmado no Brasil, e irá desembarcar por aqui como parte do festival Primavera Sound, como te contamos nesta matéria.

Para celebrar essa trajetória tão especial e também ajudar os fãs a relembrarem grandes clássicos da banda, o TMDQA! separou uma lista com 10 músicas essenciais para entender a carreira do The Cure. Confira a seguir!

“Boys Don’t Cry” (single, 1979)

Logo de cara, o The Cure mostrou que seria uma banda muito diferente. Com “Boys Don’t Cry”, um de seus primeiros singles que fez parte do ciclo de lançamentos do álbum de estreia Three Imaginary Boys, Robert Smith já se colocava como um letrista que esbanjava sinceridade em um momento onde demonstrar emoções era sinal de fraqueza para muitos vocalistas.

Além de tudo, é claro, a música foi pioneira para moldar a sonoridade do Cure, que viria a ser tão característica por sua mistura única de New Wave e Post-Punk.

“A Forest” (Seventeen Seconds, 1980)

Apesar do sucesso inicial, o Cure se afastou da sonoridade de seu início quando lançou o sucessor Seventeen Seconds. O grande exemplo disso é o clássico “A Forest”, considerado por muitos como um dos primeiros exemplos do Rock gótico, que viria a ter a banda britânica como referência por anos.

Aqui, vale destancar o alcance que a influência dessa sonoridade teve, inclusive gerando covers recentes de bandas como o pesadíssimo Behemoth (confira a seguir).

“Primary” (Faith, 1981)

Um dos trabalhos mais subestimados da banda, Faith foi uma sequência dentro do esperado após Seventeen Seconds. O Cure manteve a pegada mais dark para o trabalho, mas conseguiu em faixas como “Primary” encontrar uma evolução de sonoridade que mostrava um resgate do início de carreira.

Vale destacar ainda o quanto Simon Gallup ficava cada vez mais à vontade e o baixo se tornava instrumento central da sonoridade do grupo, inclusive com “Primary” tendo o próprio Robert Smith também assumindo as quatro cordas e fazendo dupla com Gallup. Sensacional!

“One Hundred Years” (Pornography, 1982)

Encerrando a fase mais sombria do The Cure, Pornography foi o resultado de uma banda que estava à beira do fim, em todos os sentidos possíveis. Por isso, “One Hundred Years” se destaca ao transmitir um senso de urgência, com letras fortíssimas:

  • It doesn’t matter if we all die / Ambition in the back of a black car / In a high building there is so much to do (Não importa se todos nós morrermos / Ambição nos fundos de um carro preto / Em um prédio alto há tanto a fazer)
  • Please love me, meet my mother / But the fear takes hold / Creeping up the stairs in the dark / Waiting for the death blow (Por favor me ame, conheça minha mãe / Mas o medo toma conta / Subindo as escadas no escuro sorrateiramente / Esperando o golpe fatal)
  • Under a black flag / A hundred years of blood / Crimson, the ribbon tightens ’round my throat / I open my mouth and my head bursts open (Sob uma bandeira preta / Cem anos de sangue / Escarlate, o laço se aperta ao redor da minha garganta / Eu abro minha boca e minha cabeça explode)

Sonoramente, a faixa também traduz bem a atmosfera tensa de Pornography, evocando um sentimento pornográfico (é claro!) que remete ao vício e uso de drogas. Pode não ser para todo mundo, mas foi fundamental nesse momento da carreira do Cure!

“Close to Me” (The Head on the Door, 1985)

Depois do discreto The Top em 1984, o The Cure voltou com tudo em The Head on the Door. O disco de 1985 viu uma forte influência Pop tomar conta da banda, remetendo à sonoridade inicial mas com um teor mais experimental do que “Boys Don’t Cry” e afins.

Exemplo disso é “Close to Me”, um dos destaques do álbum que também ajudou a banda a furar muitas bolhas. Tanto é que a faixa em questão ganhou uma versão sensacional do The Get Up Kids, banda pioneira do Emo. Confira a seguir!

“In Between Days” (The Head on the Door, 1985)

Ainda em The Head on the Door, o Cure mostrou que não havia esquecido como compor um grande hit a la “Boys Don’t Cry” ao nos entregar “In Between Days”, que viria a se tornar grande clássico e, em questão de sonoridade, talvez o mais próximo que tivemos de seu disco de estreia desde então.

Além de tudo, a música também parecia servir como a base para o que viriam a ser os próximos anos da carreira, onde o alcance se multiplicou como nunca antes e levou o The Cure ao mainstream de uma vez por todas.

“Just Like Heaven” (Kiss Me, Kiss Me, Kiss Me, 1987)

Como falamos acima, “In Between Days” parecia a base para o futuro do Cure e esse futuro teve sua melhor forma em “Just Like Heaven”. A música liderou o sucesso do álbum Kiss Me, Kiss Me, Kiss Me, primeiro da banda a atingir a certificação de Platina e que os ajudou a atingir o status de lendas da música.

O auge relativamente tardio foi uma surpresa para muita gente, mas basta analisar essa trajetória até aqui para entender que tudo foi quase uma evolução natural, hein?

“Lovesong” (Disintegration, 1989)

Depois de Kiss Me, Kiss Me, Kiss Me, era difícil imaginar o The Cure voltando à sonoridade mais sombria de anos anteriores. Acontece que foi exatamente isso que eles fizeram em Disintegration, só que dessa vez o elemento Pop ficou presente para contrastar com as influências góticas, incluindo a estética cada vez mais característica de Robert Smith.

“Lovesong” é o exemplo perfeito de como esses dois mundos se encontraram, e seu sucesso é a prova de que foi nesse álbum que o The Cure conseguiu fazer colidir tudo que havia construído até então da melhor maneira possível.

“Fascination Street” (Disintegration, 1989)

Como acabamos de dizer, Disintegration retomou alguns elementos do Rock gótico e mais próximo do Post-Punk que haviam ficado no meio do caminho para o Cure. Nenhuma música do álbum mostra isso melhor do que “Fascination Street”, que tem um apelo Pop quase inexplicável, diferentemente de “Lovesong”.

Aqui, a repetitiva e marcante linha de baixo guia uma sensualidade que envolve tanto o ouvinte a ponto de sua longa introdução instrumental não ter incomodado nem mesmo a gravadora da banda, que escolheu o single como primeiro para o disco em questão.

“Friday I’m in Love” (Wish, 1992)

Se Disintegration foi o auge criativo do The Cure, Wish foi o auge comercial e uma consequência de tudo que havia sido feito até então. “Friday I’m in Love” rompeu todo tipo de barreira e estabeleceu a banda como um sucesso Pop inquestionável, mas também marcou o começo de uma queda que viria a seguir pelos anos seguintes.

Ainda assim, é por causa de faixas como essa que o The Cure segue tão presente nas vidas de tanta gente e impactando milhões com o simples anúncio de um show. Agora, resta ver o que nos reserva o futuro da banda, que promete um disco novo há muito tempo — segundo Robert Smith, entretanto, o sucessor de 4:13 Dream (2008) está perto de chegar.

Vamos ver!

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