Frejat fala sobre show no PRIO Festival
Crédito: divulgação

Uma das atrações do Prio Blues&Jazz Festival, que será realizado entre os dias 27 e 29 de Outubro na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, Frejat promete um show que será tanto nostálgico como atual.

No evento que também receberá nomes como Marina LimaSeu JorgeBNegãoLuedji Luna, Céu e Orquestra Imperial, o ex-integrante do Barão Vermelho deve apresentar versões de artistas consagrados como Djavan e Tim Maia, além de repaginar sucessos de sua carreira.

Em entrevista para o TMDQA!, Frejat falou sobre a apresentação no Prio Festival e também conversou sobre suas influências musicais, assim como a turnê paralela ao lado do filho, Rafael Frejat, e outros assuntos relacionados à sua vida. Confira o papo logo abaixo!

TMDQA! Entrevista Frejat

TMDQA!: Você é uma das atrações do Prio Blues&Jazz Festival e já falou algumas vezes sobre a sua relação com esses gêneros. O que você tem ouvido quando a gente fala de Blues e Jazz que vale a pena levar até o conhecimento dos fãs?

Frejat: Estou sempre ouvindo tanto blues quanto jazz, mas hoje em dia eu não fico muito nessa busca insaciável pela novidade. Tenho ouvido sempre e bastante os três Kings: Albert King, Fred King e BB King.

Tem um músico novo, chamado Marcus King, que é muito bom blueseiro, além do Ben Harper, que tem uma pegada de blues que eu gosto muito também. Gosto de outros artistas e guitarristas de blues e de soul que têm um pouco do Ray Charles, que aproximou soul, blues e rhythm and blues. Essa praia me agrada mais.

TMDQA!: Por falar no público, o que se pode esperar da sua apresentação na Marina da Glória? Existem surpresas no repertório? Como você montou o setlist?

Frejat: O repertório inicial tinha quase 40 canções: fomos filtrando até chegar à seleção final. Tem “Esquinas”, do Djavan – eu sempre ouvi claramente uns blues ali; “Amor Meu Grande Amor”, que a gente trouxe para um arranjo mais próximo do original da Angela Ro Ro; “Me Dê Motivo” e “Não Vou Ficar”, do repertório do Tim Maia.

No caso de “Me dê Motivo”, eu já fazia com a minha banda uma versão bluesificada dessa música, mas agora ela vem com um arranjo feito para essa formação maior do Frejat em Blues, que tem naipe de metais e coro feminino. E tem também Luiz Melodia, que é o compositor com mais canções no show, além das minhas próprias.

TMDQA!: Em sua turnê “Frejat Trio Eletro Acústico”, você se apresenta com seu filho, Rafael Frejat. Como tem sido a dinâmica de vocês no palco? É algo que você já esperava que acontecesse?

Frejat: Essa experiência do Frejat Trio foi maravilhosa, tanto que a gente até levou esse núcleo de direção musical, formado por mim, pelo Maurício Almeida e pelo meu filho Rafael Frejat, para o show Frejat em blues. Trabalhamos juntos na preparação do show do trio e foi muito produtivo, muito interessante no sentido de renovação, de mexer nos arranjos com a visão do Maurício e do Rafael. Algumas versões estão parecidas, em outras a gente mexeu bastante, formato que levamos para o trabalho do blues, também.

É meio óbvio dizer que é uma delícia trabalhar com o meu filho, mas a questão é o Rafael é muito talentoso: ele tem uma visão, uma capacidade enorme de prestar atenção em todos os detalhes. Está muito ligado em tudo, tem um senso estético muito apurado, e tem sido um prazer enorme e um orgulho trabalhar com ele. Eu até espero que as pessoas fiquem atentas a isso e não vejam como um apadrinhamento.

O talento do Rafael é indiscutível e as pessoas que assistem ao show percebem tudo isso, explicitamente. Eu fico muito feliz de estar dando essa oportunidade, tanto para ele quanto para o Maurício.

TMDQA!: Ainda sobre sua relação com o Rafael, vocês indicam bandas um para o outro? Existe essa troca de gerações?

Frejat: Sim. Na verdade, a minha relação com o Rafael é de troca: ele me apresenta algumas coisas, eu apresento outras a ele. É lógico que durante muito tempo eu fui o alimentador, porque tenho uma coleção de discos gigantesca, que ele aproveitou bastante e conhece bem.

Então, o Rafael tem um embasamento, um conhecimento histórico da música muito bom, além de estar ligado também nas coisas que a geração dele gosta. Eu acabo acompanhando uma coisa ou outra. Às vezes eu pergunto o que ele está ouvindo, aí ele me apresenta o artista ou a banda. E às vezes ele descobre discos de artistas que eu gosto e ficamos ali, desfrutando juntos. É muito bom, é uma relação muito sadia.

TMDQA!: Para finalizar, voltando mais para sua carreira, quais as principais diferenças entre o Frejat que surgiu lá nos anos 1980 com o Barão Vermelho e o Frejat que hoje faz shows com a sua banda?

Frejat: Olha, são 40 anos de experiência profissional. Eu acho que a minha maturidade, a minha vivência, me faz poder cantar as canções e conduzir essas histórias de forma muito mais sólida do que eu fazia quando comecei, com o Barão. Comecei a cantar na banda no final de 1985, início de 1986, e todo esse processo foi uma evolução, um desenvolvimento muito grande.

Hoje, eu tenho muito mais segurança não só pra tocar guitarra e cantar, mas pra pensar o processo e o conceito musical do meu trabalho. Tenho muito mais clareza sobre todas essas coisas. Mas é lógico que quando eu comecei já tinha as minhas convicções, que funcionaram muito para construir essa obra que hoje eu tenho.

É lógico que algumas canções podem ficar um pouco mais datadas, ou não funcionarem tão bem anos depois, mas nada que eu diga que não tem mais a ver comigo. Consegui construir uma trajetória sem precisar repudiar o meu passado, ou alguma coisa que eu tenha feito, e me sinto privilegiado por isso.

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