Nação Zumbi está no line-up do festival Clássicos do Brasil
Crédito: Luca Lima

O festival Clássicos do Brasil, que terá início nesta sexta-feira (20) na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, vai celebrar a representatividade nordestina na música ao longo de três dias com shows de renomados artistas como Alceu Valença, Lenine, Zeca Baleiro, Geraldo Azevedo & Chico CésarElba Ramalho e Nação Zumbi.

Esta última promete levar ao público uma apresentação concentrada principalmente no repertório dos dois primeiros álbuns da banda, Da Lama Ao Caos (1994) e Afrociberdelia (1996), gravados com o saudoso Chico Science.

A Nação, liderada por Jorge Du Peixe desde a morte de seu vocalista original, vive também um ótimo momento na carreira, figurando na trilha sonora da elogiada série Cangaço Novo e realizando shows no exterior.

Para a apresentação no Clássicos do Brasil, que terminará no domingo (22), o grupo contará com os membros fixos Dengue (baixo) e Toca Ogan (percussão), além dos músicos convidados Marcos Matias e Da Lua (alfaias), Tom Rocha (bateria) e Neilton Carvalho (guitarra).

Como aquecimento, a gente conversou com Du Peixe para saber mais sobre o que o público pode esperar da performance no evento carioca e sobre outros assuntos relacionados à banda. O resultado da entrevista você confere logo abaixo!

TMDQA! Entrevista a Nação Zumbi

TMDQA!: Vocês se apresentarão no festival Clássicos do Brasil, que também celebra a música do Nordeste. Qual é a importância de destacar os artistas regionais?

Jorge Du Peixe: Para a gente é importante a música do Nordeste, assim como a música do Brasil inteiro. Somos do Nordeste e fazemos música brasileira. A música da região Nordeste é uma música importante, assim como a música da região Sudeste, da região Sul.

É importante que seja celebrada a música do Nordeste, sempre foi. Afinal, as matrizes da música do Brasil vem do Nordeste. É sabido isso, mas é importante que existam festivais celebrando a música do Nordeste também.

TMDQA!: A respeito da apresentação da Nação Zumbi em específico, como foi montado o setlist? O que a banda pode adiantar sobre o show?

Jorge Du Peixe: O setlist a gente vive alterando de tempos em tempos. Você dá uma renovada, vai mexendo, mas sempre existe uma parte do repertório em que estão ali dispostos os clássicos, músicas que não podem faltar no show, músicas dos dois primeiros discos. Então, ao longo desses 30 anos a gente vem moldando para lá e para cá e a gente passa um tempo com o [mesmo] repertório.

A gente está em um momento [que] esse repertório está bem amarrado em um ponto alto, e a gente quer levá-lo para esse show [no Clássicos do Brasil] também. [Teremos] músicas dos dois primeiros discos e dos mais atuais. Não é fácil você fazer um repertório, tem toda uma dinâmica no palco e uma resposta do público também. Vez ou outra um fã, ou até mesmo alguém da banda, lembra que faz tempo que a gente não tocou determinado tema ou outro e a gente vai diante dos ensaios adaptando.

TMDQA: A Nação Zumbi tem participado bastante do circuito de festivais. Como tem sido essa retomada da experiência no palco? 

Jorge Du Peixe: O festival é algo importante porque por lá você encontra vários gêneros distintos juntos. É uma grande vitrine para quem não conhece as bandas. Você vai para assistir um grupo e acaba encontrando outro que não conhecia. Acho importante participar de festivais, pois você encontra muita gente que já não encontrava na estrada por conta dessa retomada toda desse tempo que a gente passou parado.

No Brasil, muitos festivais conseguiram se manter e isso é um tom de resistência. E muitos festivais nascendo também. Para gente é importante e a gente gosta de tocar em festival. É necessário para a propagação da música do país e para os artistas ativarem o palco, onde eles devem estar. Os palcos dos festivais são muito importantes.

TMDQA!: Recentemente, a banda fez seu primeiro show em Barcelona, na Espanha, e também se apresentou em Berlim, na Alemanha. Como é a recepção internacional? O calor do público brasileiro faz muita falta?

Jorge Du Peixe: É importante levar a sua música para outros países hoje em dia. A música nos conecta independente da linguagem, ela fala, grita. Mesmo que não exista às vezes entendimento da letra [por causa da barreira do idioma], as pessoas sentem ali a vibe e a intenção, de alguma maneira. A gente vai tocar sempre [fora do Brasil]. A gente tocou no leste europeu, nos Estados Unidos, na Europa, enfim. Sempre vai existir a parcela de público brasileiro [no exterior]. Os brasileiros comparecem massivamente para consagrar [o artista], para fazer parte da festa.

Eles estão distribuídos pelo planeta e fazem questão de fazer parte desses shows. Tocamos em Barcelona, tocamos em Berlim antes, dentro de um festival bem interessante. A gente estava lá representando o Brasil. Na Espanha já tocamos no circuito de clubs, foi quase em um bate e volta mas foi importante retomar essa ida fora do país também. A gente gosta dessa correria de ir tocar lá fora. Faz parte dessa correria da vida de músico. Foi importante a gente ir dessa vez para plantar a semente e voltar depois.

TMDQA!: Vocês fizeram uma nova versão do clássico “Da Lama ao Caos” para entrar na série Cangaço Novo. Como foi revisitar essa música tão importante na carreira da banda e que deu título ao álbum de estreia da Nação Zumbi lá em 1994 com Chico Science?

Jorge Du Peixe: Fizemos essa música para “Cangaço Novo” a pedido da série e foi interessante revisitar esse tema, trazer uma intenção mais atualizada. A ideia do conceito da música que está disposta no clássico “Da Lama ao Caos” completa 30 anos em 2024 e temos alguns problemas para a autorização e sincronização, e tivemos de regravá-la.

[Foi] legal que ficou exclusivo para a série, ficou interessante. Foi divertido gravar de novo e a aceitação [do público] veio de uma maneira muito boa. Receberam de uma forma legal essa atualização. Para gente foi muito bom também.

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