Estudo traz dados sobre uso de inteligência artificial na música
Foto stock via Shutterstock

A Inteligência Artificial (IA) tem causado muitos debates éticos e trabalhistas, e nesta segunda-feira (08/04) chega ao Brasil com tudo. 

Seguindo o mesmo caminho de diversas categorias criativas na Europa e América do Norte, 22 entidades representativas dos setores brasileiros Musical, Audiovisual, Editorial, Jornalístico e de Dramaturgia uniram forças para apresentar uma carta ao Senado Federal. 

O documento é fruto da colaboração entre os principais segmentos da economia criativa. Ele propõe recomendações específicas para a inclusão no Projeto de Lei 2338/2023, de autoria do Senador Rodrigo Pacheco e sob relatoria do Senador Eduardo Gomes.

O objetivo é garantir os direitos dos artistas e criadores diante dos desafios impostos pelo avanço da IA, com foco especial na Inteligência Artificial Generativa.

Setores criativos brasileiros alertam para o avanço da IA

A carta conta com o respaldo e a adesão de entidades e organizações de renome, tais como o Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), a Comissão Federal de Direitos Autorais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a Associação Brasileira de Jornais (ANJ), a Associação Brasileira de Direito Autoral (ABDA), a Associação Procure Saber, a Pro-Música Brasil, a ABMI, a ABRAMUS, a UBC, a ABDR, a SNEL, a Câmara Brasileira do Livro (CBL), a ABRELIVROS, o GEDAR, a INTERARTIS BRASIL, a DBCA e a AUTVIS. 

A diversidade dessas instituições reforça a importância e a abrangência da mensagem dos setores criativos na defesa desses interesses. A união demonstra a magnitude do desafio enfrentado e a necessidade de uma resposta conjunta e eficaz da já datada legislação brasileira.

Carta destaca os desafios que a Inteligência Artificial coloca sobre os direitos autorais

O documento, entregue aos senadores que compõem a Comissão Temporária do Senado responsável por analisar o tema da Inteligência Artificial, destaca a importância de se estabelecer uma regulamentação adequada para o uso da IA, a fim de preservar os direitos dos criadores e proteger a diversidade cultural e a criatividade humana. 

Além disso, a carta ressalta a necessidade de se manter um diálogo aberto e construtivo entre a classe artística e o Legislativo, garantindo que as vozes e preocupações dos criadores sejam devidamente consideradas na elaboração de políticas que impactem seu trabalho e sua sustentabilidade.

É o que salienta Paulo Rosa, Presidente da Pro-Música Brasil:

Esta verdadeira coalizão de instituições de âmbito nacional e importantes setores da economia criativa em torno de assunto tão crítico e delicado como a regulação da IA, demonstra unidade entre todos que participam desta iniciativa, visando a proteção da criatividade e propriedade intelectual de criadores e produtores de conteúdo.

Para Sydney Sanches, Presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) e da Comissão de Direitos Autorais da OAB Nacional, trata-se da proteção às profissões ligadas às artes e cultura:

É incontroverso que o principal ativo das ferramentas de inteligência artificial são os conteúdos protegidos, que precisam ser respeitados. A defesa da indústria criativa é essencial para a preservação da diversidade cultural e da criatividade humana.

Não venham com a problemática, que eu tenho a solucionática!

O documento é principalmente um alerta, porém oferece alguns caminhos possíveis para lidar, desde já, com as mudanças que se impõem pelo avanço tecnológico.

A carta apresenta recomendações específicas para garantir a proteção dos direitos autorais frente ao avanço da IA, incluindo a necessidade de autorização prévia para o uso de obras protegidas, a transparência no desenvolvimento e aplicação de algoritmos e a responsabilização das empresas e desenvolvedores de IA por eventuais danos causados.

As entidades pedem a inclusão dessas questões no PL 2338/2023 e solicitam serem ouvidas no debate parlamentar, já que este envolve questões primordiais para diversas profissões criativas.

Este é um dos movimentos mais formais, estruturados e abrangentes que a cultura brasileira organizou no assunto da Inteligência Artificial, um tópico ainda recente. Resta saber como as casas legislativas irão incluir no debate as categorias profissionais mais afetadas por essa tecnologia. 

OUÇA AGORA MESMO A PLAYLIST TMDQA! ALTERNATIVO

Clássicos, lançamentos, Indie, Punk, Metal e muito mais: ouça agora mesmo a Playlist TMDQA! Alternativo e siga o TMDQA! no Spotify!