Stewart Copeland (The Police)
Foto via Wikimedia Commons

Enquanto os fãs do The Police tentam se conformar de que a lendária banda não irá se reunir novamente, Stewart Copeland compartilhou alguns detalhes sobre os anos que antecederam o fim do grupo.

O baterista refletiu em uma nova entrevista a Rick Beato que a melhor decisão da banda britânica foi encerrar suas atividades na década de 80, mesmo vivendo uma de suas melhores fases na indústria.

O trio formado também por Sting (voz e baixo) e Andy Summers (guitarra) se separou em 1986, poucos anos depois de ter lançado o emblemático disco Synchronicity, que apresentou ao público o maior sucesso de sua carreira, a faixa “Every Breath You Take”.

Sobre o fim da banda exatamente em seu auge, Copeland declarou recentemente:

Foi ótimo nunca termos visto o outro lado da parábola, o declínio inevitável do outro lado. Isso é muito raro, porque normalmente o pensamento é: ‘deveríamos fazer mais um disco’. Estávamos cercados por pessoas que pensavam que deveríamos fazer outro disco.

O músico ainda apontou para o fato dele e seus companheiros terem conseguido gravar o quinto e último disco da banda, pois as tensões entre os integrantes começaram a aparecer bem antes, já nas gravações do terceiro álbum Zenyattà Mondatta (1980):

Olhando para trás, fico muito grato por termos conseguido sequer cinco álbuns porque, na verdade, tudo já estava para acabar depois do terceiro, ‘Zenyatta Mondatta’ (1980), que foi a primeira vez onde a tensão dentro da banda começou a aparecer. E então quando fomos para Montserrat (Espanha) para fazer ‘Ghost in the Machine’ (1981), foi o inferno na terra.

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Evolução de Sting e tensão no The Police

Na conversa, Stewart Copeland também lembrou como as diferenças entre os integrantes do The Police, em um determinado momento, contribuíram para a separação da banda:

Só décadas depois, na terapia de banda, é que descobrimos qual era o problema: é que fazemos música por razões diferentes. Quando jovens e codependentes, éramos inspirados pelas nossas diferenças. […] Mas então, depois que Sting compôs uma série de hits… sabe, ele era um novato. Andy [Summers] já havia gravado em todos os estúdios do mundo, eu já havia feito alguns discos e sabia de algumas coisas, mas era a primeira banda de Sting. Ele era muito grato de início. Mas ele aprendeu. Ele pega rápido.

Segundo o baterista, Sting foi se aperfeiçoando não apenas em como gravar um disco, mas também em como “fazer um arranjo perfeito para uma música pop”. A partir daí, o vocalista passou a “criar tudo, inclusive a parte da bateria, em uma criação mentalmente perfeita” e isso fez com que Stewart tivesse cada vez mais dificuldade em se comprometer.

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Última reunião do The Police

Os donos de hits como “Don’t Stand So Close to Me” e “Roxanne” realizaram uma turnê de reunião entre 2007 e 2008 e, enquanto os fãs estavam felizes com o reencontro, Copeland e Sting estavam ansiosos para encerrar tudo.

Revelando que todos estavam aliviados por saber que aquele projeto tinha uma data para se encerrar e não se tornaria uma turnê duradoura, o baterista confessou:

Nos últimos shows, Sting e eu contávamos: ‘Ok, quantos shows mais? 12? Quantas horas, minutos mais, ficaremos presos um ao outro no palco?’. Naquela época, consegui tranquilizá-lo: ‘Cara, não estamos fazendo um álbum. Sei que todos ao nosso redor esperam que sim, mas saiba que você não tem músicas para o The Police… então você não precisa se preocupar com isso. Estamos bem. Vamos aproveitar’. E ele seguiu isso. Nos soltamos. […] Saindo do palco no Madison Square Garden depois do nosso último show, foi o sentimento mais caloroso. Conseguimos. Sting, você é um filho da p#ta, tenha uma ótima vida.

No ano passado, vale lembrar, Sting também falou sobre a turnê e enterrou qualquer chance do The Police voltar aos palcos.

O músico disse que a reunião aconteceu em uma época em que os integrantes estavam bem certos sobre o que queriam fazer e não tinham vontade de ir mais longe, apontando que: “Você deve fazer isso uma vez e no momento certo. Quando o The Police se reuniu, já fazia muito tempo e era o momento certo para fazer isso”.

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