Gregg Alexander New Radicals Sophie Ellis-Bextor

Imagine “Murder on the Dance Floor” na voz de um vocalista masculino, em vez do marcante timbre de Sophie Ellis-Bextor. Essa realidade alternativa quase aconteceu! O compositor por trás do sucesso, Gregg Alexander, revelou que a música por pouco não foi o single de estreia do New Radicals, sua banda na época, ao invés do hino “You Get What You Give” que marcou a carreira do grupo.

Hoje, é difícil imaginar que a história se desenrolasse de qualquer outra forma – sem que o famoso “clipe do shopping” se tornasse o cartão de visitas daqueles jovens americanos e sem que a cantora britânica não colocasse todo mundo pra dançar no começo dos anos 2000.

Mas a simples possibilidade abre caminhos inimagináveis para falar da história de dois artistas que haviam saído das primeiras páginas há algum tempo.

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Belíssimo plano B

Gregg Alexander sempre foi um compositor com caneta de ouro: o que ele toca, toca mundo afora – foi assim com o New Radicals ou com as canções que compôs para outros artistas. Tanto que ele foi indicado ao Oscar por uma delas.

No caso de “Murder”, a canção surgiu de uma frustração recorrente para os jovens: o fato de não conseguir sair para dançar. Dali surgiu a composição que ele posteriormente gravaria com a banda, cuja demo você pode ouvir no final da matéria.

Maybe You’ve Been Brainwashed Too, o disco clássico do New Radicals, sairia apenas em 1998. Porém, em 1994, Gregg Alexander já se via diante de uma difícil decisão. Ele contou ao jornal The Guardian sobre a escolha do primeiro single:

Eu quase tive que decidir no cara ou coroa. A gravadora queria algo urgente, e eu não tinha tempo nem recursos para finalizar ambas as músicas. Achava que ‘Murder’ tinha potencial para ser um hit, mas ‘You Get What You Give’ era uma obra de arte. Era tudo o que eu sempre quis expressar em cinco minutos.

Optando pela música que considerava sua obra-prima, Alexander dedicou seus esforços a “You Get What You Give”. A canção se tornou um sucesso mundial, definindo o som do New Radicals e deixando sua marca na história da música.

Já “Murder on the Dance Floor” permaneceu guardada na forma de uma demo com qualidade profissional, esperando sua chance de brilhar.

Sophie Ellis-Bextor: a voz certa na hora certa

Após a dissolução do New Radicals, a demo de “Murder on the Dance Floor” chegou até Sophie Ellis-Bextor, cantora que já havia conquistado as paradas com o hit dance “Groovejet (If This Ain’t Love)”. Reconhecendo o potencial da música, Alexander e Ellis-Bextor se uniram para finalizá-la, dando vida ao sucesso que conhecemos hoje.

Em 2001, “Murder on the Dance Floor” finalmente alcançou o estrelato na voz de Sophie Ellis-Bextor. Mas a história da música não termina aí. 23 anos depois, a canção ganhou uma nova onda de popularidade graças ao filme Saltburn

Antes e depois de Saltburn

Desde o lançamento do filme Saltburn, “Murder on the Dancefloor” atingiu um número impressionante de recordes.

No Spotify, a música teve o maior número de streams globais diários no dia 31 de dezembro de 2023, com 1,5 milhão de reproduções, um aumento de 340% em relação ao ano anterior. A música também entrou na parada global do Spotify pela primeira vez, na 130ª posição, e teve um aumento de 290% nos streams no Brasil.

No Reino Unido, “Murder on the Dancefloor” alcançou o 8º lugar na parada oficial de singles, igualando sua posição original de 2001, e permaneceu no Top 20 por várias semanas.

Nos Estados Unidos, a música entrou no Hot 100 da Billboard pela primeira vez, alcançando a 84ª posição, e os streams da música e do álbum Read My Lips aumentaram em 360%.

Destino ou golpe de sorte?

Apesar de “Murder on the Dance Floor” quase ter seguido um caminho completamente diferente, Gregg Alexander demonstra tranquilidade e satisfação com o rumo que as coisas tomaram:

Sempre quis que o mundo ouvisse ‘Murder’. E quando conheci Sophie, embarcamos em uma jornada criativa incrível, resultando no primeiro de muitos sucessos que alcançamos juntos.

A história de “Murder on the Dance Floor” é um lembrete de que o destino das músicas, assim como o dos artistas, nem sempre segue um roteiro linear. Muitas vezes, basta estar no lugar certo na hora certa, ou ter o talento e a persistência para transformar uma demo rejeitada em um hit atemporal.

Ouça a demo original abaixo!

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