7 letras que mostram que os Mamonas Assassinas não eram nada conservadores

Novos fãs de Mamonas Assassinas surgem todos os dias, conforme as novas gerações vão tendo contato com aquelas músicas atemporais do único álbum da banda, de 1995.

Quase 30 anos depois, muita gente que viveu aquele fenômeno nos anos 1990 tem feito questão de mostrar como Dinho e companhia tinham um posicionamento político progressista, e não conservador como dizia o boato que surgiu durante as eleições de 2022.

Um exemplo disso é o filme biográfico que será lançado esta semana, contando a verdadeira história dos Mamonas desde a infância até o trágico acidente.

Letras dos Mamonas Assassinas e Utopia

Mas a visão de mundo dos integrantes já estava bastante explícita nas letras do disco homônimo – e também nas músicas do projeto Utopia, que veio antes dos Mamonas e era menos humorístico e repleto de críticas sociais.

É claro que não há como saber com certeza o que o tempo faria com os pensamentos de cada um dos integrantes, e até desavenças entre eles poderiam acabar surgindo justamente por esses fatores.

Também vale lembrar que as letras dos Mamonas eram retratos de sua época, inclusive no que diz respeito às piadas e à linguagem, e nosso papel aqui não é tirar a problematização de algumas das letras que se tornaram até mais polêmicas ao longo dos anos.

Ainda assim, o TMDQA! selecionou 7 trechos de músicas dos Mamonas Assassinas que falam sobre temas progressistas, como liberdade sexual, drogas, pobreza e preconceito, mostrando que, ao menos na época de sucesso da banda, eles não tinham nada de conservadores.

Confira abaixo!

LEIA TAMBÉM: Mamonas Assassinas: vídeo explica todas as referências do icônico disco da banda

7 letras que mostram que os Mamonas Assassinas não eram conservadores

“Cabeça de Bagre II”

Loucura, insensatez
Estado inevitável
Embalagem de iogurte inviolável

Fome, miséria
Incompreensão
O Brasil é Treta Campeão

“Jumento Celestino”

Depois desse sofrimento
A maior desilusão
Pra aumentar o meu lamento
Foi-se embora meu jumento
E me deixou com as prestação

E hoje eu tô arrependido
De ter feito imigração
Volto pra casa fudido
Com um monte de apelido
O mais bonito é cabeção

“Robocop Gay”

Abra sua mente, gay também é gente
Baiano fala ‘oxente’ e come vatapá
Você pode ser gótico, ser punk ou skinhead
Tem gay que é ‘mohamed’ tentando camuflar

Faça bem a barba
Arranque seu bigode
Gaúcho também pode
Não tem que disfarçar

“1406”

Eu queria um apartamento no Guarujá
Mas o melhor que eu consegui foi um barraco em Itaquá
Você não sabe como parte um coração
Ver seu filhinho chorando querendo ter um avião

Você não sabe como é frustrante
Ver sua filhinha chorando por um colar de diamante
Cê não sabe como eu fico chateado
Ver meu cachorro babando por um carro importado

Money
Que é good nóis num have (have)
Se nóis havasse nóis num tava aqui playando
Mas nóis precisa de workar

“Chopis Centis”

Quando eu estou no trabalho
Não vejo a hora de descer dos andaime
Pra pegar um cinema, ver o Schwarzenegger
Também o Van Daime

Quanta gente
Quanta alegria
A minha felicidade é um crediário
Das Casas Bahia

“Pelados em Santos”

Mas comigo ela não quer se casar
Na Brasília amarela com roda gaúcha
Ela não quer entrar
Feijão com jabá
A desgraçada não quer compartilhar

Mas ela é linda
Muito mais do que linda
Very, very beautiful
Você me deixa doidião

“Utopia 2” (da banda Utopia)

Parece que ontem eu vi na televisão
Uma pessoa dizendo ‘que situação’
Prometeu mil coisas além
Mas eu não acredito
E acho que você também

Uma coisa é certa e podemos dizer
O futuro da gente, a gente pode prever
É como o passado e outras gerações
É como diz o ditado: quem pode pode
Quem não pode…