Dinho Mamonas Lula

É, meu povo. Estamos vivendo uma época em que as verdades absolutas não significam muita coisa e tudo pode ser questionado, subvertido ou “cancelado” nas redes sociais. Como se sabe, existem até grupos organizados para espalhar mentiras na internet.

Recentemente, o Twitter foi tomado por uma onda de comentários dizendo que os integrantes de uma das bandas de rock mais lendárias do Brasil, os Mamonas Assassinas, seriam apoiadores de Jair Bolsonaro se estivessem vivos.

Incomodada com a alegação, uma fã do grupo criou uma longa thread na rede social para “provar” que Dinho e companhia estavam do outro lado do espectro político lá nos anos 90 (veja alguns tweets no fim desta matéria).

“Decidindo aproveitar as férias do serviço”, segundo ela própria, a usuária @carolreoli separou fotos, vídeos de entrevistas e recortes de jornal para contar a história dos Mamonas desde o início, em 1989, até o acidente fatal em 1996.

Grupo já tinha histórico político antes do Mamonas Assassinas

Depois de fazer um breve perfil com a personalidade de cada integrante, o texto explica que, antes da fama, a banda se chamava Utopia e fazia covers de clássicos do rock nacional. Nessa época, o grupo também participava de comícios dos políticos que apoiavam.

@carolreoli recuperou uma foto do vocalista Dinho com uma camiseta em apoio a Lula, quando ele foi candidato à presidência em 1994. Segundo ela, a Utopia teria escrito o seguinte verso para a campanha: “Vote certo, vote consciente / Geraldo deputado e Lula presidente”.

A thread também lembra as críticas sociais nas letras do único disco dos Mamonas Assassinas, homônimo, de 1995.

Foi a primeira vez que uma banda levou à rede nacional de televisão, de forma tão escrachada, temas como a xenofobia, em “Jumento Celestino”, o consumismo, em “1406” e, claro, a homofobia com “Robocop Gay”.

O perfil @carolreoli destacou que os versos “Abra sua mente, gay também é gente”, e “Ontem eu era católico, hoje eu sou um gay!” foram “um marco e um ato revolucionário para a época”, quando a homossexualidade era estigmatizada como “doença”.

Em uma entrevista também relembrada nas postagens, o tecladista Júlio Rasec resumiu as intenções da banda.

Nossas músicas são um retrato musical do cotidiano. A gente só relata as tragédias de forma engraçada, aí as pessoas pensam que é tudo engraçado. Mas se você for analisar, é tudo uma grade tragédia.

O que pensam os familiares e amigos dos Mamonas hoje?

A sequência de posts mostra ainda a ocasião em que os Mamonas presentearam Deolinda, líder do MST na época, com uma fantasia da Mulher Maravilha. Eles a definiram como “uma pessoa trabalhadora, alguém que luta por um ideal muito bonito”.

@carolreoli encerra a thread destacando comentários atuais de familiares dos integrantes contra o governo Bolsonaro. Ela afirma que, atualmente, todas as pessoas que tiveram a mesma criação ou conviveram com eles diariamente são contra o presidente.

E aí, sobrou alguma dúvida?

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