Pitty
Foto por Bruno Fujii

Há tempos se discute sobre a suposta morte do Rock. Apesar do tema recorrente não ter um pingo de verdade, como provam vários artistas recentes que pautamos todos os dias, os amantes do gênero musical sabem que ele veio perdendo força ao longo das últimas décadas, principalmente no Brasil, e isso inclui até mesmo a própria cantora Pitty.

Atualmente, o Rap e seus subgêneros, como o Trap, crescem exponencialmente por aqui e até já foi considerando uma espécie de substituto do Rock no que diz respeito às letras de protesto. Além disso, é inegável a ascensão do Sertanejo e a moda que se tornaram as canções de “sofrência”.

Para Pitty, que liberou nesta sexta-feira (6) a nova versão de seu álbum de estreia Admirável Chip Novo (2003) com convidados especialíssimos, existe uma explicação para o declínio do Rock.

Em entrevista ao Estadão, a cantora baiana manifestou sua opinião a respeito do atual cenário brasileiro e destacou que o gênero que a levou ao sucesso duas décadas atrás se tornou bastante “fechado” quando enxergamos a cena como um todo (via Igor Miranda):

Sempre houve altos e baixos. De certa forma, o Rock foi se tornando muito hermético. E isso o afastou das camadas mais populares. O purismo, o reacionarismo, ou o medo de ele se entregar para novas linguagens fez com que ele tivesse parado em um tempo e espaço que atende a um nicho, mas perde conexão com a contemporaneidade.

Eu não consigo ficar parada no que o Rock era. Sou artista do meu tempo e do futuro. E não por necessidade de mercado. Tenho essa inquietude desde minha adolescência. Isso dá trabalho. Precisa ser feito com coerência artística. Mas, o que é o Rock? Ele tem muito mais a ver com o conteúdo do que a forma, não é?

Tá falado!

Pitty reforça a importância do Rap no cenário atual

No papo, Pitty ainda lamentou a dificuldade técnica em seguir na música mais pesada e correlacionou os conceitos do Rock e do Rap, se referindo também ao Funk, que nunca saiu de moda:

O Rap e o Rock têm muito a ver. Falo isso desde os anos 1990. É uma música de rua, de transgressão, de recolocação no mundo. Eles dialogam. Essa geração mais nova, por questão estética, se identifica muito mais com o Rap, o Trap e o Funk. E há a questão da acessibilidade. Basta ter um software para fazer sua música. Para ter banda de Rock, é preciso ensaiar, ter os instrumentos, alugar estúdio. Quando a tecnologia permitiu fazer música de dentro de um quarto, a possibilidade de se expressar se popularizou.

Realmente são outros tempos!

Pitty lançou ADMIRÁVEL CHIP NOVO (RE)ATIVADO

Vale lembrar que ADMIRÁVEL CHIP NOVO (RE)ATIVADO chegou em comemoração pelos 20 anos do primeiro álbum de Pitty e traz a participação de grandes nomes como Ney MatogrossoSandyPlanet Hemp e Pabllo Vittar.

Você pode conferir a reedição do disco logo abaixo e saber mais sobre o projeto neste link.

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