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Foto: Reprodução/HBO

A primeira temporada de The Last of Us pode ser analisada por dois aspectos: como uma comparação em relação ao videogame no qual se inspirou, ou isoladamente, como uma série de TV com um baita orçamento e sob muita expectativa do público e da crítica. Em ambos os casos o saldo é positivo quanto à qualidade da produção, com poucos deslizes que definitivamente não estragam a experiência de assistir aos nove episódios.

Como adaptação, há quase um consenso de que ela é ótima. O desafio talvez tenha sido menor, porque TLOU já era um game com uma história muito rica, mas isso não tira o mérito dos realizadores.

Lacunas que ficaram vazias no game foram preenchidas de forma criativa e coerente com a própria mitologia, características fundamentais dos protagonistas foram preservadas e, principalmente, a ambientação foi recriada com excelência.

Algumas cenas do jogo foram reproduzidas integralmente, mas sempre com um propósito narrativo claro. Seja para situar o público da proporção da calamidade em que o mundo se encontra na série ou para pontuar evoluções nos personagens, o retrato dos games foi útil e visualmente bonito.

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Pedro Pascal e Bella Ramsey em The Last of Us na cena da girafa
Foto: Reprodução/HBO

The Last of Us as entrelinhas

O que não é falado no texto de The Last of Us é tão importante quanto a exposição das regras daquele universo, os diálogos que estabelecem os personagens e os cenários que compõem aquele mundo pós-apocalíptico.

Por isso, as atuações de Pedro Pascal e Bella Ramsey são o maior destaque desta primeira temporada. Tomando a tela na maioria esmagadora de tempo durante os episódios, os dois tiveram o desafio de apresentar diversas faces de Joel e Ellie, respectivamente.

Além das situações adversas naturais em um ambiente inóspito como aquele, há elipses que exigem do público a interpretação mínima do que aconteceu em determinados intervalos de tempo, e a única forma de fazer isso é lendo como os personagens estão a cada virada de episódio. Mérito dos dois!

Sarrafo muito alto

Sobre o final da temporada de The Last of Us, há uma grande diferença entre “entregar menos do que o esperado” e “não entregar nada”.

A segunda opção é facilmente descartada, porque são vários aspectos – micro e macro – que são para lá de elogiáveis. Fotografia, atuações, som… tudo isso compensa os poucos deslizes de TLOU quanto ao roteiro e à direção.

Mas o parâmetro de comparação que a série esbarrou para ter uma queda de qualidade foi estabelecido por ela mesma. A primeira metade da temporada foi tão boa que qualquer coisa que não fosse excelente estaria fadada às críticas. Além disso, a pressa para resolver alguns assuntos na reta final resultou em um contraste amargo com o começo.

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Pedro Pascal e Bella Ramsey em The Last of Us
Foto: Reprodução/HBO

Cabe ressaltar, no entanto, que The Last of Us é um sucesso independente da queda nos dois últimos episódios. Assim como um videogame, a série colocou seus protagonistas em locais diversificados e pouco repetitivos – considerando o cenário apocalíptico no qual estão inseridos – e apresentou personagens coadjuvantes interessantíssimos, cada um no seu próprio contexto e enfrentando a crise de uma forma particular.

E, por incrível que pareça, os “zumbis” praticamente não têm espaço aqui. Não há uma espetacularização da nojeira que são as pessoas infectadas pelo fungo cordyceps, apenas um olhar profundo naquele mundo que eles dominam.

TLOU é ótima não apenas pelos personagens principais, mas por tudo que os cerca. Que a segunda temporada seja ainda melhor!

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