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quinta-feira, 25 de abril de 2024
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Alex Kapranos quase desistiu do Franz Ferdinand

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Os escoceses do Franz Ferdinand irão lançar seu quarto disco, Right Thoughts, Right Words, Right Action, no próximo dia 26, mas esse trabalho correu sérios riscos de não acontecer.

Isso porque o vocalista da banda, Alex Kapranos, quase deixou o grupo há dois anos, pouco tempo depois de Tonight: Franz Ferdinand, último trabalho de estúdio. O motivo, de acordo com a entrevista cedida pelo vocalista ao The Observer, seria o entusiasmo perdido:

A diversão tinha terminado quando eu senti que estava trabalhando para alguém com cronograma ou prazos. Eu não sou do tipo de pessoa que trabalha nessas condições. Em toda a minha vida adulta, se eu estava em um emprego que me pressionava, eu geralmente pulava fora[…]. Eu não gosto de rotina e obrigações. E se essas obrigações acontecem com os meus contemporâneos, com meus parceiros, com a minha gravadora, meus fãs, público, ou talvez comigo mesmo… Eu sinto que seja hora de parar.

Mas Kapranos explicou após a entrevista o que passou pela cabeça dos membros para continuarem em atividade:

Quando nos reunimos para o novo álbum, nós decidimos que esse estranhamento estava em nós. E que poderíamos aproveitar isso. Isso deve estar em nossos corações e na nossa existência se quisermos continuar.

FRANZ FERDINAND NO BRASIL

Para a alegria dos fãs, o Franz Ferdinand não acabou. Atualmente, o grupo está em turnê na Europa e, no começo do ano, passou pelo Brasil para participar do Lollapalooza e por Recife (leia a resenha deste show aqui).

Você pode ouvir “Love Illumination”, faixa que faz parte do novo disco do grupo, logo abaixo:

Novos vídeos: Tom Odell, Jane’s Addiction, Tim Armstrong, The Vaccines e No Age

Tom Odell

Tom Odell - Grow Old With Me

O músico britânico Tom Odell lançou um clipe para “Grow Old With Me”, faixa que abre o seu disco de estreia Long Way Down, lançado esse ano e que foi um sucesso de vendas, mas que dividiu a opinião da crítica.

Tire suas próprias conclusões logo abaixo.

Fato é que o vídeo poderia estar em nossa lista de clipes com mais discos que amigos.

Fábrica do Som apresenta Hellbenders

Fábrica do som apresenta Hellbanders

A 15ª edição do Festival Bananada continua rendendo bons frutos. O projeto Fábrica do Som, realizado dentro do Bananada, que aconteceu em Goiânia no primeiro semestre desse ano, reuniu uma série de bandas, brasileiras e internacionais, no estúdio Rocklab para cada uma registrar uma música em áudio e vídeo. O projeto foi realizado em parceria com o Unconvention, de Manchester.

Até agora já tivemos a oportunidade de ver três desses vídeos, que foram produzidos por Gustavo Vasquez e dirigidos por Cléver Cardoso. São eles: Dry, Mondo Generator (ex-QOTSA) e Far From Alaska.

O quarto clipe foi gravado com a Hellbenders, banda brasileira de “rock goiano”, como eles mesmos dizem. A banda surgiu em 2007 e tem uma pegada stoner/garage rock. A formação do Hellbenders conta com Diogo Fleury (Voz/Guitarra), Braz Torres (Voz/Guitarra), Vitor Noah (Baixo) e Rodrigo Andrade (Bateria).

Além das citadas acima, também participaram do projeto as bandas/artistas MedialunasBeto MejiaBruna MendezNielaUh La LaCherry Devil e Amp. E, claro, assim que os vídeos forem divulgados nós compartilhamos aqui com vocês, é só ficar ligado que vem coisa fina por aí.

Abaixo, você confere a música “Brand New Fear”, com o Hellbenders:

Nirvana: Krist Novoselic fala sobre música inédita

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O Nirvana irá lançar esse ano uma edição comemorativa de In Utero, último disco da banda que viu a luz do dia há 20 anos.

Há alguns dias foi divulgada a lista de faixas do trabalho e um dos pontos altos do mesmo é “Forgotten Tune”, música inédita que fará parte dessa edição especial.

O baixista da banda, Krist Novoselic, deu uma entrevista à rádio XFM e falou a respeito do som, que nunca havia sido lançado e/ou vazado de forma alguma:

Ela se perdeu na gaveta e aí quando reviramos tudo me perguntei, “O que é isso?” É uma música que estávamos montando – uma parte é um riff antigo do Nirvana de 1987 ou 1988, e aí me perguntaram como eu gostaria que a música fosse chamada, então respondi “Forgotten Tune” [“Som Esquecido”]

Ele ainda falou sobre a raridade da canção instrumental:

Algo novo, que nunca foi ouvido antes e nem caiu na Internet ou foi parar na mão de bootleggers, é sempre algo legal. Porque muitas vezes os fãs mais árduos nos vencem nisso, mas dessa vez temos uma para eles.

The Calling: Vocalista é sequestrado e espancado

Alex Band, vocalista do The Calling

Alex Band, vocalista do The Calling, passou por maus bocados no último fim de semana.

O vocalista estava na cidade de Lapeer, Michigan, onde a banda se apresentaria em um festival, quando foi sequestrado, espancado e solto às margens de uma linha de trem.

De acordo com o site de fofocas TMZ, Alex havia saído do hotel às 4 da manhã de Domingo para ir até uma loja de conveniências, quando dois homens em uma van azul o abordaram, jogaram para dentro do veículo, o espancaram, roubaram seus pertences e abandonaram horas depois.

Alex foi levado à emergência de um hospital da região, passou por cuidados médicos e então liberado.

Ainda não há maiores informações sobre o que teriam levado do cara.

Esperamos que não tenha sido nenhum namorado furioso pelo fato do cara ter aparecido por aqui em nossa lista de músicos apaixonantes.

The Calling

A banda estourou em 2001 com o disco Camino Palmero, muito em função do mega hit “Wherever You Will Go”.

Depois disso lançou um álbum chamado Two em 2004 antes de entrar em hiato em 2005. A volta aconteceu em 2013 com outra formação, uma série de shows e, supostamente, um novo álbum.

The Replacements confirma formação de reunião

The Replacements confirma formação de reunião

Após anunciarem os primeiros shows desde 1991, os membros originais do The Replacements, Paul Westerberg e Tommy Stinson, confirmaram os outros músicos que participarão das apresentações da banda.

São eles: o baterista Josh Freese e o baixista David Mineham. Josh já tocou bateria para diversas bandas de peso como Devo, Guns and Roses e Nine Inch Nails, só para citar algumas. Apesar de nunca ter tocado com o Replacements, Freese trabalhou com Westerberg, na carreira solo. Já Mineham, também participou da turnê solo de Westerberg nos anos 1990.

As informações foram confirmadas pelo empresário da banda, Darren Hill, em entrevista ao jornal Star Tribune. Além da confirmação, os caras divulgaram um vídeo com um trecho de um ensaio da banda tocando “Favorite Thing”. Para assistir, clique aqui.

RIOT FEST

O primeiro show da banda em 22 anos acontece no dia 25, no Riot Fest, em Toronto, Canadá. Além do Replacements, o festival reúne nomes como Blink 182, Rancid, Motorhead, Fall Out Boy, Blondie, Sublime, entre outros. O Riot Fest acontece também em Chicago, no dia 15 de Setembro, e em Denver, no dia 21 de Setembro.
Outras informações sobre o evento e o line-up completo você confere aqui!


Ouça música inédita do Guns N’ Roses

Guns N' Roses

É isso mesmo que você leu no título.

Uma música inédita do Guns N’ Roses chamada “Going Down” (não se trata de “Ain’t Going Down”) foi parar na Internet e está disponível para audição no player abaixo.

Não há muitas informações a respeito da faixa além do fato dela ter os vocais gravados pelo baixista Tommy Stinson e backing vocals de Axl Rose.

Além disso, várias fontes reportam que o próprio guitarrista da banda Ron “Bumblefoot” Thal confirmou em seu Twitter que a faixa é autêntica mas apagou a mensagem posteriormente.

Corra e aperte o play antes que a música seja tirada do ar.

The Clash: Membros remanescentes vão se reunir para entrevista

Mick Jones, Paul Simonon e Topper Headon se reunem

A BBC divulgou recentemente que os três membros remanescentes da formação clássica do The Clash vão se reunir no mês que vem para uma entrevista exclusiva.

Paul Simonon, Topper Headon e Mick Jones, que tocaram juntos na melhor fase da banda ao lado do saudoso Joe Strummer, irão participar do BBC Radio 6 Music, onde serão entrevistados por Cerys Matthews no Maida Vale Studios.

Segundo declarações de Matthews, o papo vai abordar temas como o início do The Clash, as inspirações da banda e o que cada um tem feito desde a separação. Também foi divulgado que uma pequena plateia vai poder participar do programa, inclusive fazendo algumas perguntas.

As gravações acontecem no dia 6 de Setembro, e se você estiver em Londres no período, pode encontrar informações sobre como participar no site da BBC.

A data de exibição do programa ainda não foi confirmada.

The Clash e a melhor caixa de todos os tempos

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Além dos assuntos citados acima, a banda muito provavelmente irá falar sobre uma caixa de discos que está lançando e chamando de “a melhor caixa de todos os tempos.”

A belezinha será lançada em formato daqueles típicos aparelhos de som dos Anos 80 e terá os discos de estúdio da banda remasterizados (exceto o patinho feio Cut The Crap), uma coletânea em CD duplo e três singles, além de material gráfico relacionado à banda.

Red Fang libera trailer de seu novo álbum

Red Fang lança neste ano Whales And Leeches

Red Fang libera trailer de seu novo álbum

Os norte-americanos da banda de stoner metal Red Fang lançarão no dia 15 de Outubro, via Relapse Records, seu terceiro álbum de estúdio, sucessor de Murder the Mountains – um dos discos mais comentados e aplaudidos de 2011.

Depois de ter divulgado a capa de Whales And Leeches, o quarteto disponibilizou a track listing do registro, bem como o link para a pré-venda (em diversos pacotes) e um trailer do mesmo (com o trecho de “DOEN“, uma das novas músicas).

A edição regular do álbum contará com 11 faixas inéditas, enquanto a edição deluxe trará duas bônus. Confira:

01. “DOEN”
02. “Blood Like Cream”
03. “No Hope”
04. “Crows in Swine”
05. “Voices of the Dead”
06. “Behind The Light”
07. “Dawn Rising”
08. “Failure”
09. “1516”
10. “This Animal”
11. “Every Little Twist”
12. “Murder The Mountains”
13. “Black Water”

Produzido por Chris Funk e mixado por Vance Powell, Whales And Leeches traz Mike Scheidt (Yob) e Pall Jenkins (The Black Heart Procession) como convidados especiais. O álbum já pode ser reservado através do site da loja oficial do grupo, que, além de discos, conta com novas camisetas.

Abaixo, assista ao trailer do novo registro do Red Fang!

Entrevista: Everson Dias (produtor e engenheiro de áudio)

Entrevista: Everson Dias (produtor e engenheiro de áudio)

Everson Dias é um renomado produtor e engenheiro de áudio do Rio de Janeiro e que possui nada menos que dois Grammys Latinos para comprovar seu profissionalismo.

Em seu portfólio, constam trabalhos com bandas e artistas como Marisa MonteIvan Lins, Kid Abelha Biquini Cavadão, além de diversas participações em trilhas de novelas globais e em produções como a da música “O Poeta Está Vivo”, para o festival Rock in Rio 2013.

Na entrevista exclusiva concedida ao Tenho Mais Discos Que Amigos!, o proprietário do Eversongs Studio compartilhou fatos curiosos da cena musical brasileira, falou o que pensa sobre música na internet, explicou os processos da produção de músicas e de jingles, e comentou sobre a diferença do som do vinil para o de CD/versão digital.

Confira!

TMDQA!: Você me contou que sua paixão pela música começou com os Beatles, uma banda pela qual você tem muito carinho. Você pode compartilhar a história com o TMDQA! também?

Everson: Foi em 1965, eu tinha 10 anos. Meus pais trabalhavam em um parque de diversões e morávamos em uma casa nos fundos do parque. O parque tinha acabado de ser montado, e ia ser feito o teste com o som. Todo parque tinha uma cabine, onde durante todo o funcionamento, tocava músicas, e tinha um locutor oferecendo músicas e fazendo propaganda local. Era de tarde, e minha mãe disse: “Eles vão testar o som. Vai lá pra ver”. Quando eu estava entrando no parque, começou a tocar “Help!“. Tocou aquela parte instrumental (do James Bond) e em seguida “Help!”. Fiquei assim, meio abobalhado, ouvindo a música e, desde então, não fiz mais nada na minha vida, que não fosse ligado à música.

Tem algum momento engraçado/curioso que rolou durante alguma gravação/produção ou em show, que pudesse falar para nós?

Em 1978, eu trabalhava na produção musical da gravadora Continental (que depois foi comprada pela Warner). O Paulinho Albuquerque, na época, fazia a produção dos shows do Ivan Lins. Certa vez ele me perguntou: “Everson, você trabalha com som, né?”, eu falei: “Claro!”. Então ele me contou a seguinte história: “O Rogério Costa, irmão da Elis Regina, é quem faz o som do show do Ivan. Mas ele vai ter que ir pra São Paulo porque a Elis vai começar a fazer shows, e ele é o técnico dela também. Então eu pensei se você não poderia fazer o som do Ivan. Não precisa mexer em nada. Tá tudo pronto. É só ligar o equipamento e testar os microfones. Mas o Ivan não pode saber que o Rogério foi embora pra São Paulo”. Eu falei: “Ok!”. Durante um mês, eu segui a regra. Ligava e testava o som. No segundo mês, o Ivan falou: “Everson, eu sei que você gosta muito do meu trabalho. Mas vir ao show o mês inteiro é maluquice”. Então eu tive que confessar: “Ivan, sou eu quem faz o som do seu show”. Ele ficou me olhando espantado, sem entender nada.

Você gravou a primeira demo do Kid Abelha. O que significa isso para você, tendo em vista que a banda recentemente comemorou 30 anos de história e sucesso?

Gravei também a demo da Marina Lima, do Biquini Cavadão, do Sempre Livre e, não tenho muita certeza, mas acho que fiz a primeira gravação da Marisa Monte, quando ela voltou da Itália em 1987.
Quando o Kid gravou a segunda demo (foram duas mesmo), eu disse ao Leoni, que ia tentar ajudar de alguma forma. E fiz o seguinte: Levei uma cópia na Som Livre, e ouvi com o Max Pierre (que na época era o diretor musical). Max gostou muito. Mas falou que a Som Livre só tinha a Xuxa no cast e que seria muito difícil uma contratação de um grupo novo. Então falei com o Mayrton, que era o diretor musical da Odeon. Ele, na época, tava produzindo um disco com o Dalto. E pediu pra eu deixar a cópia com ele, que ele ouviria depois de gravar o Dalto (nunca ouviu). Depois levei ao João Augusto, na Polygram. Ele de cara falou: com esse nome (Kid Abelha e os Abóboras Selvagens), vai ser muito difícil conseguir alguma coisa. Enfim, tentei tudo que estava ao meu alcance.
Então, o Leoni cedeu o fonograma pra um pau de sebo da Warner chamado Rock Voador. O disco foi feito em parceria com o Circo Voador e a Rádio Fluminense. Da turma toda, apenas o Kid teve uma carreira vitoriosa (30 anos). É muito legal ver uma coisa que começou assustada, tomar o vulto que tomou.

Entrevista: Everson Dias (produtor e engenheiro de áudio)

E os Grammys? Como você soube que foi indicado e qual foi sua reação ao ganhá-los?

Certa vez, recebi o telefonema de alguém ligado ao Grammy aqui no Brasil. Estavam procurando o Val Martins, que era integrante da Banda Yahoo, sócio e engenheiro de áudio do estúdio. Ele havia ganhado o prêmio pela mixagem do disco Xuxa Só Para Baixinhos II em 2002, e eles estavam com dificuldades em achá-lo pra enviar uma correspondência. Eu disse que eles poderiam enviar para o meu endereço, que eu entregaria a ele.
Quando recebi o convite em nome dele, vi que meu nome constava na lista. Fiquei curioso e, liguei perguntando por que meu nome constava na lista. O cara falou: “É porque você é um dos ganhadores do Grammy”. Enfim, eu gravei e o Val mixou. Ganhei novamente pelo Xuxa Só Para Baixinhos III, em 2003.

O que você acha da cena musical atual?

Tem algumas coisas boas. Mas com o advento da internet, tudo de ruim ficou mais acessível. Gosto de pouca coisa.

Você havia me falado que uma frase bem interessante e verdadeira: “Com a internet e os recursos de hoje, o underground é só um rótulo”. Qual é a sua opinião sobre a música na internet?

Como disse antes: Tudo de ruim ficou mais acessível. Hoje, com a ajuda do computador e dos programas de música, praticamente qualquer um canta e faz música.

Como se dá o início de trabalho com uma banda/artista? Eles te procuram normalmente ou você vai atrás das bandas/artistas para produzi-los?

Hoje é mais difícil investir em novos artista. Depois do fim dos grandes estúdios e das mordomias das gravadoras, ficou difícil vender música. Hoje não me comprometo mais além da produção das músicas.

Entrevista: Everson Dias (produtor e engenheiro de áudio)

Em linhas gerais, o que é feito nas etapas de produção de um álbum?

Pré-produção, produção, pós-produção, mixagem, masterização, finalização…
Como produtor, tenho uma regra básica:
Repertório (uma das fase complicadas);
Escolha do tom das músicas;
Demos/Arranjos/loops;
Gravação de base (bateria, baixo e voz guia);
Guitarras/violões e solos;
Teclados/solos;
Vocal/voz;
Afinações/edições;
Mixagem;
Masterização.

Até que ponto você defende seu ponto de vista em determinada produção e até que ponto a vontade do artista é acatada na realização do trabalho?

O meu ponto de vista já é defendido na primeira reunião de produção. Quando alguém me procura, já tem meu histórico. Mas tudo é discutido.

Em seu currículo constam alguns artistas da música gospel. Como é o trabalho com músicos desse meio? E o que difere da produção de seus trabalhos para a produção de músicos de outros estilos? Ouvi dizer que a gravação dos vocais normalmente é feita ao vivo em uma igreja ou evento para que seja captada a emoção e espiritualidade das letras. Isso é verdade?

Não é uma regra gravar vocais ao vivo. A música gospel evoluiu muito nos últimos anos. Sempre uso músicos cristãos nas produções de música gospel. Hoje, não existe termo de comparação entre o músico gospel e o secular. São todos excelentes.

Sobre a produção de jingles, spots e trilhas, como é que funciona o processo desse tipo de trabalho?

A produção e criação de música original pra publicidade é completamente diferente da música dos discos. Com a trilha ou o jingle, você tem 30 segundos, ou um minuto, pra contar uma história. Então, a intenção musical é outra. Acorde diferentes e etc. Tem espaço (clima) diferente pra entrada da locução. Muitas vezes você tem que criar em cima do filme pronto.

Já aconteceu de alguém te procurar para um trabalho e você se recusar por não gostar/concordar com a ideia ou por algum outro motivo?

Não. Sempre finalizei tudo que me foi contratado.

Entrevista: Everson Dias (produtor e engenheiro de áudio)

Você prefere trabalhar com músicos ou com anúncios? Quais são as principais diferenças na produção de ambos os tipos de material?

A explicação anterior (jingles e etc) vale pra esse.

Qual entre os seus trabalhos você considera o mais legal?

Eu curto todos.

O que você ouve quando está descansando?

Bom, eu procuro ficar sempre antenado com as novidades. Mas praticamente ouço dos ’80s pra baixo.

Tem algum artista da atualidade que tem chamado a sua atenção e que mereça a dos outros também?

Não.

Aliás, sei que você tem uma enorme coleção de vinis. Qual é a sua opinião sobre a diferença do som do vinil para o de CD/versão digital?

São muitas diferenças. Mas a que eu mais sinto falta, é da parte gráfica. As capas maravilhosas. O som do vinil é mais gostoso do que o do CD. Mas pra você sentir essa diferença, tem um processo. Você tem que ter um bom toca discos, boas agulhas, boas caixas de som e, principalmente, os discos importados. Porque no Brasil, nunca teve um bom corte para os discos. Se você não tiver nada disso, nem vale a pena ter vinil.

Você tem mais discos que amigos?

Acho que não tenho nem 10 amigos.

Stone Temple Pilots: Fãs de Scott Weiland hostilizam Chester Bennington em show

Scott Weiland fala sobre Chester Bennington, novo vocalista do Stone Temple Pilots

A treta é forte e não tem fim.

Durante um show de Scott Weiland na Filadélfia no último final de semana, os fãs do cara que estavam assistindo à performance começaram a gritar “Fuck You Chester”, em uma mensagem bastante clara a Chester Bennington, vocalista do Linkin Park que assumiu os vocais do Stone Temple Pilots recentemente.

Ao ouvir o público, o vocalista agradece e começa a falar a respeito, dizendo que Chester já tem outra banda e que hoje está em um grupo sem nome, muito provavelmente fazendo alusão ao fato de que, segundo Weiland, ele é dono do nome Stone Temple Pilots.

Além disso, ele fala que só quer fazer música e que “o mundo dá voltas”, antes de voltar a tocar um som de seu show.

Você pode assistir ao vídeo com isso tudo logo abaixo.

Recentemente Weiland falou sobre Bennington e disse que acha que ele “não agiu de forma maldosa”.

STONE TEMPLE PILOTS E CHESTER BENNINGTON

Depois de ter demitido Scott Weiland, o STP pegou a todos de surpresa ao anunciar Chester Bennington como novo vocalista.

O cara já lançou a inédita “Out Of Time” já como integrante da banda, e fez shows com eles com direito a apresentação ao lado de Slash Duff McKaganex-companheiros de Weiland no Velvet Revolver.

O STP planeja lançar um EP durante nos próximos meses, além de começar uma turnê no dia 04 de Setembro.

Baterista do System Of A Down fala sobre novo disco da banda

System of a Down pode gravar novo álbum

Senhoras e senhoras, com vocês, mais um capítulo da novela “novo disco do System Of A Down“.

Desde que a banda lançou Mezmerize / Hypnotize em 2005 e resolveu entrar em hiato tempos depois, os fãs do grupo têm esperado ansiosamente por um novo trabalho de estúdio, já que a banda se reuniu para shows e inclusive tocou aqui no Brasil.

De uns tempos pra cá, os integrantes da banda têm falado sobre a possibilidade do trabalho sair e, em declarações muitas vezes polêmicas, acabam entrando em contradição.

Primeiro o baixista Shavo Odadjian disse que um novo disco da banda só não saía por causa do vocalista Serj Tankian, mas a banda soltou um comunicado dizendo que isso não era verdade.

Depois o baterista John Dolmayan foi ao microfone no final de um show em Los Angeles e disse: “na próxima vez que tocarmos aqui, teremos um novo álbum”.

Um dia depois, Serj Tankian voltou a desmentir os rumores e disse que um novo disco ainda está longe de acontecer.

Agora, em novo capítulo da saga do System Of A Down, o baterista John Dolmayan voltou a falar sobre o trabalho, dessa vez durante uma entrevista para o canal de TV alemão ZDF Kultur.

A conversa foi registrada no último final de semana, quando a banda tocou em um festival em Hockenheim e Dolmayan foi questionado a respeito de um novo álbum, e respondeu: “O novo álbum irá sair. Em algum momento.”

Apesar da boa notícia, ele confirmou o que Serj disse e revelou que a banda ainda não trabalha no disco, a não ser “em suas cabeças”.

Você pode conferir a entrevista na íntegra logo abaixo e ver Dolmayan falando sobre o disco em 1:15.

Fonte: Rock Em Geral

http://www.youtube.com/watch?v=2Fbm-uSg9bI

Fotos: Angra com Fabio Lione em Porto Alegre

Angra com Fábio Lione em Porto Alegre

No começo do mês o Angra esteve em Porto Alegre como parte de sua turnê com o vocalista italiano Fabio Lione.

Logo abaixo você pode conferir algumas fotos da apresentação tiradas por Doni Maciel para o TMDQA!

Acompanhe você também o próximo show do Angra.

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Lulina divulga música inédita de seu novo disco

Lulina lança nova música

Lulina é uma cantora que vale a pena conhecer. A artista começou a carreira musical em 2000, gravando discos caseiros e assim distribuindo para os seus amigos, e logo acabou se tornando um verdadeiro sucesso.

Por conta disso, a jovem nascida no Recife conseguiu depois de alguns anos assinar contrato com uma gravadora, onde lançou o seu primeiro álbum de estúdio Cristalina, de 2009.

Quatro anos depois, a Lulina está prestes a lançar finalmente o seu segundo disco por uma gravadora, o décimo terceiro de sua carreira.

Pantim é o nome do novo trabalho da cantora, que verá a luz do dia no mês Setembro. Em suporte ao lançamento, foi divulgada recentemente a primeira música do material.

A faixa “Bombom Recheado” foi disponibilizada no dia 13 de Agosto, através de uma página no Facebook.

Confira abaixo a nova música de Lulina.

Our Last Night faz cover de Imagine Dragons

Our Last Night faz cover de Imagine Dragons

A banda de post-hardcore Our Last Night decidiu fazer um cover recentemente do hit “Radioactive”, dos caras do Imagine Dragons.

A apresentação faz parte do projeto “Summer of Covers” criado pela banda, no qual eles também já fizeram suas versões para as músicas de artistas como Justin Timberlake, Rihanna Adele.

Confira abaixo o vídeo com o cover feito por eles.

Fonte: Dying Scene

OUR LAST NIGHT

O Our Last Night é um quinteto que surgiu em 2004, na época em que o emo estava começando a ganhar cada vez mais força no cenário musical. A banda é composta por Trevor Wentworth (vocal), Matt Wentworth (vocal e guitarra), Alex “Woody” Woodrow (baixo) e Tim Molloy (bateria).

Além disso, os caras possuem três discos de estúdio lançados pela Epitaph Records, sendo Age Of Ignorance, de 2012, o mais recente.

Linda Ramone, viúva de Johnny Ramone, critica filme sobre CBGB

Linda Ramone, viúva de Johnny Ramone, critica filme sobre CBGB

Segundo um artigo publicado no portal Showbizz411, a viúva do guitarrista dos Ramones, Johnny Ramone, Linda Ramone, ficou chateada com o filme “CBGB”, sobre o lendário reduto punk nova iorquino na década de 70, por não incluir nenhuma música dos Ramones na trilha sonora. Há apenas uma canção solo de Joey Ramone.

Uma das principais bandas da história do punk rock, o Ramones tocou inúmeras vezes no CBGB, inclusive, seu primeiro show, em 1974, foi lá. O local foi palco de grandes nomes do estilo como Sex Pistols, Dead Boys, Patti Smith, Blondie, entre outros.

Além da trilha sonora não ter agradado Linda, o que também tem incomodado a viúva é a aparência do ator que interpreta Johnny (Julian Acosta), por que ele, segundo Linda, não se parece nada com Johnny. Ela disse que:

Johnny era irlandês e pálido. Ele tinha 27 anos. O cara que o interpreta é porto-riquenho e não se parece nada com ele. Ele é muito mais velho. Pedi para mudarem isso, e eles disseram que era muito tarde.

“CBGB” tem direção de Randall Miller, chega aos cinemas americanos no dia 11 de Outubro, e a trilha do filme, que sai em CD, vinil e em formatos digitais, será lançada no dia 8 do mesmo mês.

Abaixo, você pode conferir o primeiro trailer do longa.

Novas bandas: Johnny Duluti, Amantes Invisíveis, Aloízio, Garçonetes Dançantes, The First Limbo e Grillos Elétricos

Johnny Duluti

Johnny Duluti - Invasivo

Johnny Duluti é o baterista da banda Califaliza, de Florianópolis, e começou um novo projeto paralelo de hardcore melódico instrumental.

O cara resolveu lançar um EP chamado Invasivo onde ele gravou todos os instrumentos e contou com a participação de Vinícius Ferreira no baixo e Rafael Villa na guitarra de algumas faixas.

Você pode ouvir o resultado completo, que deixaria bandas como o NOFX orgulhosas, logo abaixo.

Questions lança novo EP

Questions - Out Of Society

A lendária banda brasileira de hardcore Questions lançou um novo EP de duas faixas chamado Out Of Society.

O trabalho foi produzido por Fernando Sanches no estúdio El Rocha e conta com a participação de Andrew Kline (Strife) e Nick Jett (Terror) na faixa “We Are Not Alone”.

Você pode ouvir a versão digital do trabalho no player abaixo e uma versão em disco de vinil de 7 polegadas saiu via Seven Eight Life Recordings.

Novos clipes: Babyshambles, Coheed And Cambria e Bring Me The Horizon

BABYSHAMBLES

Novos Clipes: Babyshambles

A banda inglesa de rock alternativo liderada por Pete Doherty (ex-Libertines), Babyshambles, liberou o videoclipe para “Nothing Comes To Nothing”, canção que haviam disponibilizado para audição há algum tempo. A música faz parte do próximo álbum de estúdio da banda, chamado de Sequel To The Prequel, que será lançado no dia 2 de Setembro.

Além dessa música, os fãs já tiveram acesso ao single “Picture Me In A Hospital”. O novo vídeo traz imagens da banda tocando ao vivo misturadas com cenas dos bastidores dos shows, com áudio vazado de conversas e bagunças no camarim.

O novo álbum marca o retorno do Babyshambles após seis anos. O fato fez inclusive, Pete Doherty ir parar na capa da NME deste mês (detalhes aqui). O último trabalho dos caras foi Shotter’s Nation, de 2007.

Abaixo, você confere o clipe:

http://www.youtube.com/watch?v=PqVZlR48v2U

KISS montará time de futebol americano

KISS montará time de futebol americano

KISS gostou mesmo de investir em novas empreitadas. A nova da banda é a criação de um time de futebol americano.

O baixista Gene Simons e o guitarrista Paul Stanley confirmaram a novidade sobre a franquia esportiva, segundo o site Henne Music.

LA Kiss é o nome do time, que vai jogar na Arena Football League dos EUA a partir de 2014. A equipe disputará os seus jogos no Honda Center, e quem adquirir os ingressos para a temporada completa poderá assistir a um show da banda no mesmo local.

Stanley declarou que os ingressos já estão à venda, enquanto Simons disse que a intensidade de assistir aos jogos do time é o mesmo como se estivesse em um show ao vivo do KISS, tamanha a emoção.

O futebol americano de arena é uma vertente do tradicional futebol americano disputada em lugares fechados e com algumas regras diferenciadas.

 

KISS INVESTINDO NA CARREIRA EMPREENDEDORA

Além do time de futebol, a banda também está empreendendo em outros negócios. Os caras estão abrindo uma franquia alimentícia que contará com 100 unidades abertas ao redor dos Estados Unidos.

Três lojas da rede Rock & Brews foram abertas, e a estimativa é de que no máximo cinco anos todas as unidades já tenham sido inauguradas.

Fora a franquia de restaurantes, o KISS também abriu um mini-golfe localizado em Las Vegas, onde é possível jogar em um ambiente com luz negra repleto de itens que lembram a banda e até mesmo uma réplica da mesma tocando o tempo todo.

http://youtu.be/8lVbe0inZ7Q

Dave Grohl: “Novo álbum do Foo Fighters está escrito”

Dave Grohl

2014 será um grande ano para os fãs de Foo Fighters, e não sou eu quem estou dizendo, é Dave Grohl.

De acordo com o líder da banda em entrevista para a rádio XFM, o novo disco de estúdio dos Foos, sucessor de Wasting Light, já está escrito, e deve ser trabalhado para o ano que vem:

Vou lhe dizer, nós estivemos em nosso estúdio compondo nas últimas semanas, escrevemos um novo álbum e vamos fazê-lo de uma forma que ninguém nunca fez antes. Estamos bem empolgados com isso.

Quanto a uma possível data, ele falou:

Está um pouco distante – não está pronto para acontecer agora, mas acho que ano que vem será um grande ano para o Foo Fighters, sem dúvidas.

Fonte: Foo Fighters Brasil

Foo Fighters

Recentemente um dos guitarristas da banda, Chris Shiflett, disse que os caras entraram em estúdio para a gravação de demos do novo álbum.

Quanto ao processo “nunca utilizado antes”, Dave Grohl chegou a dizer que depois de voltar às origens e gravar Wasting Light de forma analógica em sua garagem, ele gravaria o novo disco “no espaço”. O jeito é esperar para saber do que se trata a tal novidade.

The Fratellis disponibiliza primeiro single de seu novo disco

Ouça nova música do The Fratellis

Cinco anos é bastante tempo, isso é inegável. Esse foi exatamente o período que os fãs do The Fratellis passaram sem ouvir material inédito da banda. No entanto, isso mudou recentemente já que foi disponibilizada para audição gratuita a faixa “Seven Nights Seven Days”, primeiro single retirado de We Need Medicine, terceiro disco dos escoceses. A canção pode ser ouvida ao fim desta publicação.

Em entrevista ao site The Daily Shift, o vocalista Jon Fratelli falou sobre o álbum, que chega às lojas em 07 de Outubro, e expectativas de vendas:

Nós estamos felizes em ver como as coisas acontecem. Apenas fazer um álbum e ser capaz de gravá-lo já é uma pequena vitória. Não é um fato que, como uma banda, você será capaz de conseguir isso. A realização do álbum é muito mais importante do que o lançamento, eu acho. Parece estranho, eu sei, mas uma vez que ele está feito, eu sou do tipo que não se importa com o resto.

Logo abaixo é possível visualizar a capa e lista de músicas do trabalho, que pode ser adquirido em pré-venda oficial:

The Fratellis – We Need Medicine

Capa de We Need Medicine, do The Fratellis

01. Halloween Blues
02. This Old Ghost Town
03. She’s Not Gone Yet But She’s Leaving
04. Seven Nights Seven Days
05. Shotgun Shoes
06. The Whiskey Saga
07. This Is Not The End Of The World
08. Jeanie Nitro
09. We Need Medicine
10. Rock n Roll Will Break Your Heart
11. Until She Saves My Soul

https://soundcloud.com/the-fratellis/seven-nights-seven-days

blink-182 anuncia nova prensagem de “Take Off Your Pants And Jacket”

blink-182 - Take Off Your Pants And Jacket em vinil

O blink-182 irá lançar uma nova prensagem do disco Take Off Your Pants And Jacket.

Depois de um relançamento em disco de vinil de 180 gramas acompanhado por três singles em discos de vinil de 7 polegadas, agora a nova edição será em disco transparente com manchas nas cores vermelho, amarelo e verde.

O item será vendido apenas via loja online da Hot Topic e a pré-venda deve começar na semana que vem.

blink-182 – Take Off Your Pants And Jacket

O quarto disco de estúdio do blink-182, Take Off Your Pants And Jacket, saiu em 2001 e se deu muito bem na tarefa de suceder Enema Of The State.

Com músicas como “First Date”, “The Rock Show” e “Stay Together For The Kids” o álbum foi muito bem recebido por público e crítica.

 

Dance Of Days lança nova música

Dance Of Days - Na Estrada

O Dance Of Days promoveu hoje a estreia da música “Dance Rádio, Dance!”.

A canção é a primeira a ser retirada do novo EP da banda, Na Estrada, e você pode ouvi-la no player abaixo através do Bandcamp da gravadora Hearts Bleed Blue.

Ao todo a banda lançará 4 EPs em um intervalo de 3 a 4 meses, cada um com 4 faixas. Ao final dos lançamentos as capas formarão uma arte só.

Resenha: Scalene – Real/Surreal

Scalene Real-Surreal

Scalene Real-Surreal

O rock não vive um bom momento. Bandas de rock só atingem o topo das paradas em semanas de poucos lançamentos expressivos no pop, e artisticamente há poucas inovações e muitas leituras inexpressivas do que já foi cool um dia, em recriações destemperadas de estilos estourados há dez, vinte, cinquenta anos.  Não há, entretanto, motivo para pessimismo. Ainda há muitos artistas dispostos a encontrar um caminho inexplorado entre tantas referências, e no mar sem fim da internet existem grupos que, conscientemente ou não, tentam o mais difícil quando a regra é repetir o óbvio. Perdido nessa infinitude está o Scalene, quarteto de Brasília que acaba de lançar Real/Surreal, o segundo álbum da carreira. Mas que podia ser o primeiro, e em muitos sentidos é.

Antes capitaneado por uma vocalista, o Scalene estreou em 2011 com Cromático, um álbum repleto de boas referências, mas excessivamente calcado no lado mais previsível e gasto do pop punk da última década. Havia bons momentos, como “Ilusionista”, mas ainda era pouco para merecer o destaque amplo que buscavam. No ano após Cromático a banda ganhou público, perdeu a vocalista e tornou-se um quarteto. Liderado pelo guitarrista e (agora) vocalista Gustavo Bertoni, principal compositor da banda ao lado do irmão, o também guitarrista Tomás Bertoni, o Scalene ganhou confiança, maturidade e transformou completamente o próprio som. É uma nova banda – completada pelo baixista Lucas Furtado e o baterista Phillipe Nogueira – dentro do esqueleto da antiga.

Real/Surreal é um projeto ambicioso. É um álbum duplo ou dois dentro de um só, dependendo da edição que você adquirir. Ambos têm 18 músicas, divididas em dois capítulos temáticos, e narram a saga do “Sonhador”, personagem abstrato criado em “Sonhador I”, faixa acústica lançada como single em 2012.

Real compila faixas mais próximas da sonoridade de Cromático. São oito músicas mais próximas do post-hardcore, mas que vão um passo além do trabalho anterior. “Sonhador II” abre o álbum com uma pancada, mas a energia cai em “Marco Zero”, que dá continuidade à saga do Sonhador. “Marco Zero” não é uma faixa ruim, e ecoa bons momentos do Thrice, mas fica apagada entre “Sonhador II” e a excelente “Nós > Eles”, uma das mais pesadas do disco.  Isso ocorre outras vezes em Real. “Prefácio”, por exemplo, é ofuscada pela belíssima “Silêncio” e pelo post-grunge de “Forma Padrão”, e “Amanheceu” tem talvez a letra mais bonita do álbum, mas perde em emoção para o refrão épico de “Disfarce”, que soa como uma versão mais refinada e visceral do Silverchair na era Freak Show.

O lado A de Real/Surreal deixa claro que o Scalene funciona melhor quando ousa mais. E isso fica ainda mais evidente em Surreal, que começa após um breve interlúdio instrumental ainda no primeiro disco.

Logo na primeira faixa de Surreal (faixa 10 na versão simples do disco), o single “Danse Macabre” (assista ao clipe no fim do post) a diferença entre os dois temas fica nítida. A introdução sombria ao piano antecede um riff robótico e sujo à la Queens of the Stone Age, mas o resto da canção evita o que poderia facilmente se tornar um plágio de Josh Homme e cia. e privilegia a influência de nomes menos conhecidos como o grupo americano O’Brother ou os ingleses do Maybeshewill. Essa é a maior qualidade das composições do Scalene: saber aliar influências de nomes estabelecidos a outras mais obscuras, unindo o mainstream e o underground na mesma redoma. Isso resulta em uma mistura ainda heterogênea, mas que caminha rumo à consolidação de uma identidade única. E o melhor: os versos funcionam perfeitamente, mesmo cantados em português.

“Milhares Como Eu” beira o post-rock, e em contrapartida a brutal “Karma” pode ser considerada uma cruza de trabalhos mais recentes do Metallica com timbres próximos aos do new metal. Pode parecer esquizofrênico, e  à primeira audição a impressão é justamente essa; mas com o passar do tempo fica mais fácil entender a diversidade de Surreal. “O Alvo” e “A Luz e a Sombra” percorrem a trilha mais experimental do post-hardcore, enquanto os versos de “Ilustres Desconhecidos” lembram Foo Fighters mas contrastam com o interlúdio angustiante que remete ao lado mais psicodélico do Korn. As três faixas restantes são todas lentas: a bonita “Surreal”, “Anoiteceu” – contraponto a “Amanheceu”, com um emocionante arranjo de cordas – e “Branco”, que encerra o álbum de forma discreta.

Real/Surreal poderia ter sido enxugado para se tornar um trabalho mais curto e objetivo. Mas nesse caso a diferença entre o antigo e o novo Scalene ficaria ainda menos compreensível, o que poderia afastar quem acompanha a banda desde o início. De qualquer forma, não deve se tornar o álbum definitivo do grupo. É apenas um ritual de passagem muito bem desenvolvido para os próximos trabalhos do quarteto que, caso cumpra a difícil tarefa de se manter nesse grau de evolução, facilmente se tornará uma das maiores surpresas desta geração do nosso rock. Especialmente se os próximos passos forem ainda mais arriscados que Real/Surreal.

Real/Surreal pode ser baixado de graça ou comprado em CD no site da banda. Versões digitais de alta qualidade também estão disponíveis no iTunes e no OneRpm.

Nota: 7,5/10