Paul McCartney em show
Foto de Paul McCartney via Shutterstock

Um dos motivos de Paul McCartney ter se tornado um dos grandes ídolos da história da música é o seu incrível talento enquanto compositor.

Incluindo tanto suas lendárias obras escritas ao lado do saudoso John Lennon para os Beatles, como as músicas do seu grupo Wings e as que o acompanham em sua carreira solo, Macca já emplacou 29 músicas de sua autoria no primeiro lugar das paradas do Reino Unido e dos Estados Unidos.

Apesar do astro ter evitado falar nos anos 60 sobre os compositores que o inspiravam ou aqueles que tinham sua admiração, após o extremo sucesso do Fab Four, Paul passou a compartilhar ao longo de sua carreira os nomes de alguns de seus colegas de trabalho que poderiam ser incluídos em sua lista de compositores favoritos.

Você pode conferir ao final da matéria a lista (via Far Out) com os nomes citados por Paul e algumas de suas explicações sobre os compositores que marcaram sua vida!

Paul McCartney no Brasil

A genialidade de Paul McCartney tanto como compositor quanto como intérprete está sendo celebrada de perto aqui no Brasil desde esta semana, quando o músico fez uma performance intimista pra lá de especial no Clube do Choro, em Brasília, antes de subir ao palco para iniciar a turnê Got Back nesta quinta-feira, 30 de Novembro, na Arena BRB Mané Garrincha.

Agora, Paul segue com a turnê em Belo Horizonte (Arena MRV – 3 e 4 de Dezembro), São Paulo (Allianz Parque – 7, 9 e 10 de Dezembro), Curitiba (Estádio Couto Pereira – 13 de Dezembro) e Rio de Janeiro (Maracanã – 16 de Dezembro).

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Os 5 compositores preferidos de Paul McCartney

Bob Dylan

Mesmo seguindo sonoridades diferentes, é perceptível a influência que as obras do norte-americano Bob Dylan tiveram em alguns trabalhos dos Beatles escritos por Paul McCartney e John Lennon.

A banda britânica, inclusive, chegou a irritar a lenda do Folk Rock depois do lançamento do disco Rubber Soul em 1965. Dylan apontou publicamente que a faixa “Norwegian Wood (This Bird Has Flown)”, que integra o sexto álbum dos Beatles, era uma cópia do seu estilo.

“O que é isso? Sou eu, Bob. [Lennon] está me matando! Até Sonny e Cher estão me enganando, mas, caramba, eu inventei isso”, declarou Bob sobre a faixa na época. Apesar do conflito, em 2020, Macca deixou clara sua admiração pelo trabalho de Dylan ao conversar com a NME:

Sempre gostei do que ele faz. Às vezes eu gostaria de ser um pouco mais parecido com Bob. Ele é lendário… e não dá a mínima! Mas eu não sou assim. Seu novo álbum [‘Rough and Rowdy Ways’] eu achei muito bom. Ele escreve muito bem. Eu amo o canto dele. Ele passou pelos álbuns de ‘standards’ como um completo ‘crooner’ [cantores que têm um estilo suave e intimista]. Mas, sim, gosto das novidades dele.

Brian Wilson (Beach Boys)

Com os Beach Boys sendo considerados rivais dos Beatles na década de 1960, Paul McCartney chegou a demonstrar um misto de sentimentos, como inveja e apreço, pelo líder da banda norte-americana, Brian Wilson. Em conversa com James Daunt da B&N, Macca descreveu o sucesso “God Only Knows”, de 1966, como um “grande clássico” do grupo:

De certa forma, eu poderia dizer que gostaria de tê-lo escrito, mas já escrevi o suficiente. Já tenho o suficiente para continuar. Mas sim, existem alguns grandes compositores e artistas por aí. Adoro sentir que quando escrevo algo aqui, eles estão escrevendo algo ali. Você ganha um pouco de rivalidade.

Apesar de ter assumido a rivalidade com os Beach Boys, Macca explicou que isso era algo que ela também tinha com seu companheiro de banda John Lennon. “Se ele escrevesse algo bom, eu pensava, ‘Ah, Deus, é melhor eu escrever algo ainda melhor!’. Então, isso é bom, um pouco de competição é uma coisa boa.”

Paul ainda voltou a elogiar Brian em uma entrevista de 2013 com o guitarrista dos Rolling Stones, Ronnie Wood:

Sabe, Brian Wilson meio que provou ser um compositor realmente incrível. Eu gostava de acordes, harmonias e outras coisas naquela época e acabamos tendo esse tipo de rivalidade. Lançávamos uma música, Brian ouvia e cantava uma. O que é legal, como eu e John, sabe, nós meio que tentávamos superar um ao outro o tempo todo. Mas ele finalmente lançou ‘God Only Knows’, que foi um grande sucesso em ‘Pet Sounds’. Eu só acho que é uma ótima música… melodia, harmonias, palavras.

Eu cantei com Brian uma vez, quando fizemos um [show] beneficente juntos. Eu estava bem na apresentação real, me segurei. Mas no ensaio, na passagem de som, eu perdi o controle, porque é muito emocionante, essa música, eu acho… ‘Meu Deus, estou cantando com o Brian’, simplesmente me pegou, não consegui. Então é tudo, são pequenas vibrações chegando à sua música, são apenas pequenas vibrações, pequenas palavras e pequenas coisas. Existe um efeito poderoso, sabe.

Neil Young

Entre os inúmeros artistas que tiveram os Beatles como principal referência para dar início às suas carreiras, Neil Young foi um deles. O lendário cantor de Folk Rock canadense se tornou um amigo íntimo de Macca ao longo de sua trajetória, e isso se deu principalmente pela apreciação mútua entre eles.

Ao ser convidado para induzir Paul McCartney no Hall da Fama do Rock and Roll em 1999 por sua carreira solo, Young fez um emocionante discurso explicando a importância da banda de Macca para sua carreira:

Quando ouvi os Beatles pela primeira vez em algum lugar em 60, a primeira coisa que notei foi que ‘eu mesmo posso ser capaz de fazer esse tipo de coisa’. Então a primeira música que cantei foi uma dos Beatles que dizia ‘Give money, that’s what I want’ (‘Dê dinheiro, é isso que eu quero’). Dizer isso no refeitório da escola não foi muito bom. Então tentamos ‘It won’t be long, yeah’ (‘Não vai demorar’), foi melhor.

Os Beatles significaram muito para mim. A música de Paul, especialmente seu baixo naquela época, foi algo que deixou muitas bandas muito impressionadas. Ele é apenas um dos maiores compositores, talvez de todos os tempos. Então acho que ele será lembrado daqui a centenas de anos pelo trabalho que fez.

Ao longo dos anos, os músicos dividiram o palco em diversas ocasiões, e um dos momentos mais memoráveis foi a participação de Paul para a performance de “A Day in the Life” durante o show de Young em 2009 no Hyde Park.

Paul Simon

Dando continuidade à admiração de Paul McCartney por artistas de Folk Rock, não podemos deixar de falar sobre Paul Simon, com quem Macca e seus companheiros dividiram a década de 1960.

Apesar das sonoridades distintas, uma rivalidade amigável entre os Beatles e Simon & Garfunkel era perceptível, e ainda assim pode-se dizer que os dois Pauls tinham grande admiração pelo trabalho um do outro. Na mesma entrevista a James Daunt da B&N, McCartney declarou:

Acho que Paul Simon escreveu algumas músicas incríveis. Eu não gostaria de citar apenas um deles, mas ele certamente escreveu ótimas coisas.

O elogio foi retribuído por Simon, que em 2011 foi convidado pelo Mojo a nomear quem ele considera os maiores compositores de todos os tempos. Além do ex-Beatle, Paul Simon citou George Gershwin, Bob Dylan, Hank Williams e outros.

John Lennon

É claro que o parceiro de composição mais especial de McCartney não poderia ficar de fora desta lista: John Lennon. A dupla foi responsável por contribuir com algumas das canções mais importantes da história da música, além de ter gerado uma revolução contracultural ao longo dos anos 60.

Em entrevista à NPR no podcast All Songs + 1, Macca comentou sobre seu processo de composição com o saudoso Lennon ao compartilhar o formato que utiliza para escrever músicas:

Se eu fosse sentar e escrever uma música agora, usaria meu método de sempre: ou sentaria com um violão ou ao piano e apenas procuraria melodias, acordes, frases musicais, algumas palavras, um pensamento apenas para começar. E então eu apenas sento para resolver, como se estivesse escrevendo uma redação ou fazendo palavras cruzadas.

Esse é o sistema que sempre usei, com o qual John e eu começamos. Eu realmente nunca encontrei um sistema melhor e esse sistema consiste apenas em tocar violão e procurar por algo que sugira uma melodia e talvez algumas palavras, se você tiver sorte.

Paul ainda deixou todos emocionados ao revelar que “o cara com quem sinto falta de trabalhar é John”, e reforçou o quão especial era a parceria entre eles e como é difícil encontrar isso com outra pessoa:

Na verdade, é quase impossível porque nos conhecemos na adolescência e passamos muita vida juntos: pegando carona para Paris e férias e trabalhando juntos e estando em Hamburgo junto com os Beatles. Então éramos muito íntimos; nos conhecíamos intimamente como só amigos adolescentes se conhecem.

Sem dúvidas, uma das duplas mais impactantes da história!

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