BaianaSystem no AFROPUNK Bahia 2023
Foto por Lara Teixeira/TMDQA!

No final de semana que antecedeu o Dia da Consciência Negra, foi celebrado nesta segunda-feira, 20 de Novembro, Salvador recebeu a terceira edição do AFROPUNK Bahia.

Com céu azul e um clima bastante quente, oposto à chuva insistente que tomou conta da edição de 2022, o Parque de Exposições da capital baiana reuniu artistas e amantes da música que estavam ali nos dias 18 e 19 para exaltar sua ancestralidade e o poder da cultura negra.

Com boa parte do público promovendo um desfile de moda com seus looks, penteados e maquiagens incríveis, os palcos “Gira” e “Agô” receberam uma mistura de ritmos com shows poderosos e emocionantes de artistas como Alcione, IZA, Carlinhos Brown, Victoria Monét, Djonga, BaianaSystem, Tasha & Tracie, Vandal e muito mais.

Confira a seguir detalhes sobre as apresentações que rolaram no AFROPUNK Bahia.

AFROPUNK Bahia 2023

Sábado: do Afrofuturismo de Gaby Amarantos ao show encantador de Victoria Monét

O primeiro dia do AFROPUNK Bahia começou às 16 horas do sábado (18), com o Baile Quebraduam comandado pelos DJs Pivomam e Manigga aquecendo a pista, que ainda estava um pouco morna de público, para a sequência sensacional de shows que iriam acontecer naquele final de semana. Em seguida, foi a vez do grupo baiano TrapFunk&Alivio apresentar seus sucessos em uma colaboração inédita com a DJ britânica Tasha LC, que une em seus trabalhos sonoridades africanas, caribenhas e sul-americanas.

No final da tarde, e com um número mais expressivo de pessoas por perto do palco, Gaby Amarantos chegou atraindo os olhares para o seu primeiro show após ganhar o Grammy Latino de Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa, com o disco Tecnoshow. Além das músicas do álbum premiado, a cantora paraense cantou algumas faixas do seu EP mais recente PiraruCool e, é claro, não deixou de fora um dos seus maiores hits “Ex Mai Love”.

A música baiana voltou a ser celebrada com o show de Majur que fez uma belíssima apresentação acompanhada por uma banda talentosa, dançarinos espetaculares e com direito a troca de figurinos. Além de contar com a participação de Hiran na música “Náufrago”, a cantora ainda recebeu Gaby Amarantos no palco para a versão remix de “Xirley”, lançada em parceria pelas artistas com Johnny Hooker e MGZD.

Outro momento do primeiro dia do AFROPUNK Bahia que também deixou o público com brilho nos olhos foi o show do veterano Carlinhos Brown. O músico preparou uma apresentação especial para celebrar o seu disco de estreia, Alfagamabetizado, lançado em 1996. Para somar no show, Brown reuniu suas três filhas, Nina de Freitas, Clara e Ceci Buarque como backing vocals, enquanto seu filho Miguel Freitas comandou a bateria. Durante o show, o músico baiano ainda convidou a bailarina Ingrid Silva para uma performance emocionante.

Depois dos clássicos de MPB e Axé apresentado por Carlinhos, foi a vez do R&B e Rap tomarem conta do Parque de Exposições através do show do carioca Luccas Carlos. Além das faixas do seu novo disco Dois, o artista contou com o coro do público em alguns sucessos lançados em parceria com outros artistas como “Embrasa”, “Bilhete 2.0”, “Músicas de amor nunca mais”, “Planos” e mais. o show de Luccas Carlos ainda contou com a participação especial de O Poeta, que fez todo mundo quebrar com seu pagodão baiano.

O próximo show foi, sem dúvidas, um dos grandes destaques da noite. A norte-americana Victoria Monét estava fazendo sua estreia no Brasil e mesmo que na plateia tivessem muitas pessoas que ainda não conheciam seu trabalho, a cantora de Pop e R&B conseguiu conquistar o público com uma apresentação que foi de momentos mais dançantes até outros mais intimistas, em que foi possível admirar seus poderosos vocais.

Mostrando o motivo de ter sido indicada em sete categorias do Grammy 2024 com seu disco mais recente Jaguar II, Monét apresentou seus maiores hits e ainda arriscou algumas frases em português, além de ter homenageado o país ao dançar com a bandeira do Brasil enquanto sua equipe colocou para tocar o clássico “Magalenha”, composição de Carlinhos Brown, que ficou conhecida na voz de Sérgio Mendes.

O Rap voltou a ser celebrado na apresentação seguinte, que foi comandada pelas poderosas irmãs Tasha & Tracie. A dupla paulista chamou a atenção do público com seus versos afiados e ainda fez todo mundo dançar com o funk da veterana Tati Quebra Barraco, que fez uma participação especial no show das gêmeas cantando seu maior sucesso “Boladona”. Ao final do show, Tasha & Tracie ainda presentearam os fãs com um trecho de uma nova música inédita em parceria com Karol Conká, que deve ser lançada em 30 de Novembro.

 

O público continuou prestigiando o Rap nacional com a entrada de Djonga para um show pra lá de potente. Além de fazer todos pularem, o rapper mineiro levou o público à loucura com suas fortes canções e emocionou bastante gente ao levar sua avó para o palco e ser abençoado pela mesma enquanto cantava “Bença”. Djonga encerrou o show com o clássico “Olho De Tigre” e ainda desceu para gritar ao lado dos fãs a emblemática frase da música: “Fogo nos racista”.

 

A primeira noite da terceira edição do AFROPUNK Bahia foi encerrada com um show enérgico do cantor baiano O Kannalha. O músico fez todo mundo requebrar com seus sucessos do pagodão, incluindo “Fraquinha”, “Traficante de Desejos” e com sua parceria com Pabllo Vittar na canção “Penetra”.

Domingo: do glorioso samba de Alcione à potência de BaianaSystem

O segundo e último dia do AFROPUNK Bahia era o mais aguardado pelo público! O atraso de aproximadamente uma hora para o começar os shows, fez com que os artistas que iriam iniciar a programação contassem com mais pessoas na pista, que decidiram aproveitar o evento por mais tempo.

A primeira atração foi a DJ, dançarina e modelo Lunna Monty que fez muitas pessoas soltarem a voz ao tocar hits internacionais como “Water” de Tyla, e “Little Things”, de Jorja Smith e em seguida a artista amazonense Karen Francis, mostrou todo o seu talento como representante da nova MPB e do R&B com canções do seu novo disco Anos Luz, sem esconder a emoção de integrar o line-up do festival que celebra a cultura negra.

Começando a anoitecer, foi a vez do tradicional grupo baiano Olodum assumir os trabalhos e fazer o público balançar e cantar alguns de seus clássicos como “Alegria Geral”, “Vem Meu Amor”, “Várias Queixas” e muitos outros. O grupo ainda recebeu a talentosa Majur, para cantar a faixa “Onde For”, gravada em parceria com ela.

O próximo show foi comandado por Ajuliacosta, que fez sua estreia em Salvador e mostrou porque é uma das grandes revelações do rap nacional. A artista que lançou seu álbum primeiro disco em Outubro, Brutas Amam, Choram e Sentem Raiva, apresentou alguns sucessos do trabalho como “Queen Chavosa”, “Tão Gostoso”, além de singles de destaque como “Homens Como Você”, “Marido de Bandida” e mais.

Em seguida, todos os olhares foram atraídos para uma das atrações mais aguardadas da noite: a nossa “Voz do Samba”, Alcione! A icônica artista que está celebrando seus 50 anos de carreira, soltou a voz acompanhada pelo coro do público cantando alguns de seus maiores clássicos como “Faz Uma Loucura Por Mim”, “A Loba”, “Você Me Vira A Cabeça (Me Tira Do Sério)”, “Não Deixe O Samba Morrer” e muitos outros.

Tornando a noite a noite ainda mais especial, a cantora ainda recebeu no palco integrantes da Estação Primeira de Mangueira, sua escola de samba do coração. O grupo carioca, com suas belíssimas roupas nas cores verde e rosa, presenteou os fãs da cantora com um trecho do samba-enredo que será apresentado no Carnaval 2024 em homenagem a Marrom.

Outro show bastante aguardado, principalmente pelo público baiano, foi o de Vandal, que chegou impactando o AFROPUNK logo após o glorioso samba de Alcione. O multiartista é um dos fortes representantes do Drill e Grime no Brasil, mas também surpreendeu a todos com os outros elementos sonoros que foram incluídos em sua performance, tanto pelo DJ Tiago Simões como através da banda BAGUM que o acompanhou em alguns momentos daquela noite.

Considerado por muitos como um dos melhores shows desta edição, Vandal apresentou suas faixas de sucesso, que foram acompanhadas pela voz dos fãs, e ainda convidou os artistas Giovani Cidreira e Liz Reis para participações especiais. Próximo ao final do show, Vandal ainda emocionou a todos ao levar apresentar sua mãe para o público e em seguida se jogar na galera para cantar seu hit “BALAH IH FOGOH”.

 

E dando continuidade à sequência de shows que foram verdadeiros destaques do AFROPUNK Bahia 2023, IZA entrou no palco para fazer todos admirarem sua performance de muita música pop e R&B, que é acompanhada por uma talentosíssima banda e dançarinos incríveis. Durante o show a artista apresentou músicas do seu álbum mais recente Afrodhit e clássicos como “Gueto”, “Dona de Mim”, “Pesadão”, “Brisa” e muitos outros. A carioca ainda chamou Russo Passapusso para cantar “Mega da Virada”

E as surpresas não pararam por aí! IZA convocou a cantora britânica Leigh-Anne, integrante do Little Mix, para o palco onde ela apresentou junto com a brasileira seu mais novo single “My Love”. Além disso, ela arriscou um belo português ao interpretar um trecho do hit “Meu Talismã”. Apesar de todo o encantamento do show de IZA, ele sofreu uma rápida interrupção após a artista ver que algo estava pegando fogo em um local do festival e pedir para que as pessoas se afastassem. Em poucos minutos a organização informou que estava tudo sob controle e que ninguém havia se ferido e ela poderia dar continuidade ao show. No final das contas, se tratava de uma barraca de alimentação que pegou fogo.

Próximo do encerramento do festival, foi o momento do Trap entrar em ação com a performance contagiante de Kayblack, durante sua estreia em solo baiano. O artista apresentou faixas do seu novo EP Contradições e ainda contou com a participação especial de seu irmão MC Caveirinha, com quem lançou o single “Cartão Black”.

E pra finalizar o AFROPUNK Bahia 2023 da melhor forma possível, o BaianaSystem preparou um show daqueles que faz você perder o fôlego. Depois de uma belíssima abertura das Ganhadeiras de Itapuã, Russo Passapusso e seus companheiros receberam no início de sua apresentação as participações de Patche di Rima, um dos grandes nomes da música guineense e Noite e Dia, que se tornou um dos principais nomes do kuduro em Angola.

Depois de ter deixado seus convidados celebraram suas culturas e conquistado o público brasileiro, o BaianaSystem fez o que sabe fazer de melhor: cantar seus maiores sucessos, como “Sulamericano”, “Lucro (Descomprimido)” e “Saci” e muito outros, enquanto o público não se cansa de abrir rodas e colocar para fora toda a energia que tiverem. Foi uma apresentação de fazer qualquer um se arrepiar!

E se antes do festival acontecer algumas pessoas não estavam tão empolgadas assim com o line-up, podemos dizer que boa parte pode ter mudado de ideia após os dois dias de festa. Nas redes sociais muitas pessoas elogiaram o evento e já estão na expectativa para que seja anunciada mais uma edição em Salvador.

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