David Bowie
Foto por Tim Bret-Day

David Bowie se consagrou como um dos maiores músicos de todos os tempos e muitas das obras que foram apresentadas ao longo de sua carreira foram fortemente inspiradas nos trabalhos de seus ídolos.

Dono de uma coleção de 2.500 discos, o icônico artista, que faleceu aos 69 anos em 2016, era apaixonado por todas as experiências que fossem proporcionadas pela música.

Mesmo sendo considerado um artista original, suas músicas tão inovadoras não teriam sonoridades tão celebradas se não fosse por trabalhos de alguns de seus antecessores, incluindo compositores como Bob Dylan, Little Richard, Lou Reed e muitos outros.

Para conhecer alguns dos artistas que serviam de referência para o lendário Bowie, confira a seguir uma lista com os 10 compositores favoritos do músico britânico que foi compilada pela Far Out.

Os 10 compositores preferidos de David Bowie

Bob Dylan

Ao surgir na metade dos anos 60, David Bowie buscava explorar elementos do pop psicodélico. Ao perceber que a estratégia não estava dando muito certo, o músico passou a investir em incorporar elementos folk a partir de seu álbum Hunky Dory (1971), que ficou marcado pela faixa “Song for Bob Dylan”, uma homenagem ao artista americano.

Ao falar sobre sua relação com Dylan, Bowie declarou em 1976:

Vi Dylan em Nova York há sete, oito meses. Não temos muito o que conversar. Não somos grandes amigos. Na verdade, acho que ele me odeia. Voltamos para a casa de alguém depois de um show em uma boate. Todos nós tínhamos ido ver alguém. Não lembro quem, e Dylan estava lá.

Eu apenas falei com ele por horas e horas e horas, e se eu o diverti, o assustei ou o repulsei, eu realmente não sei. Não esperei por nenhuma resposta. Eu simplesmente continuei falando sobre tudo. E então eu disse boa noite. Ele nunca me telefonou.

Tom Verlaine

Outra forte inspiração para David foi o lendário Tom Verlaine, vocalista da banda Television. Impressionada com o talento do músico símbolo do Post-Punk, Bowie convidou o cantor para contribuir em seu disco de 1980, Scary Monsters (and Super Creeps).

A parceria era para uma versão de “Kingdom Come” e, apesar da admiração, há uma incerteza se qualquer contribuição de Verlaine foi de fato utilizada. Ainda assim, David teve palavras bonitas sobre o músico:

Acho que ele é um dos melhores novos compositores de Nova York. Ele é realmente fantástico. Acho que ele tem… gostaria que ele tivesse um público muito maior. Tenho certeza que ele terá um público muito maior em breve.

Esta foi uma das minhas coisas favoritas que ele colocou no último álbum. E Carlos Alomar e eu decidimos que seria uma ótima música para fazermos nossa própria versão. Então fiz isso como uma espécie de aceno para Ronnie Spector, na verdade. Muito levemente. Outra pessoa que admiro tremendamente.

Black Francis

David Bowie também tinha uma forte admiração pela banda de rock alternativo Pixies, destacando a dinâmica do grupo de “manter o verso extremamente baixo e depois trazer uma explosão de ruídos para os refrães”.

O Camaleão do Rock também chegou a elogiar o lirismo do vocalista Black Francis e como “as permutações que ele criou dentro dos diferentes assuntos que tratou eram tão inusitadas” a ponto de chamar sua atenção imediatamente. Para Bowie, isso era “feito sem esforço e com muita diversão e entusiasmo”, e chamava muita atenção o fato de haver “um grande senso de humor subjacente a tudo que [Francis] faz”.

Lou Reed

Um dos artistas que mais influenciou a trajetória musical de David Bowie foi o eterno Lou Reed e sua banda The Velvet Underground. Além de ter sido descrito pelo cantor, durante sua última apresentação como Ziggy Stardust, como “o maior e mais importante compositor underground atualmente trabalhando na cena”, Bowie definiu Reed como um mestre.

David, aliás, incluiu em suas apresentações como Ziggy Stardust covers de “I’m Waiting for the Man” e “White Light/White Heat”, além de fazer um tributo ao estilo de composição de Lou em “Queen Bitch”.

John Lennon

É inegável a influência que os Beatles tiveram em toda uma geração e David Bowie também não escapou disso. O músico, assim como todas as outras pessoas, tinha o seu integrante favorito da banda — no seu caso, era John Lennon. Ao falar sobre a admiração pelo membro dos Fab Four, Bowie disse:

Ele foi provavelmente um dos homens mais brilhantes, perspicazes e sinceramente socialistas que já conheci na minha vida. Socialista na sua verdadeira definição, não num sentido político fabricado, um verdadeiro humanista, e tinha um senso de humor realmente peculiar que, claro, sendo inglês, eu adorei.

O artista também rasgou elogios ao saudoso Lennon durante sua introdução à turma de 1999 do Berklee College of Music:

É impossível para mim falar sobre música popular sem mencionar quem foi provavelmente meu maior mentor, John Lennon. Acho que ele definiu — para mim, pelo menos — como alguém poderia retorcer o tecido do pop e impregná-lo com elementos de outras formas de arte, muitas vezes produzindo algo extremamente bonito, muito poderoso e imbuído de estranheza.

Scott Walker

Considerado um dos compositores mais inventivos das décadas de 1960 e 1970, Scott Walker também esteve entre os compositores favoritos de David.

O artista que integrou o grupo The Walker Brothers, surpreendeu Bowie certa vez em 1997 com uma mensagem emocionante repleta de elogios que foi exibida durante um programa da BBC Radio 1 do qual David participava. Em resposta, o músico britânico declarou:

Isso é incrível. Eu vejo Deus na janela. Ele realmente me pegou lá dentro, infelizmente. Acho que ele provavelmente é meu ídolo desde que eu era criança. Isso realmente me emocionou. Eu quero uma cópia disso!

Robert Wyatt

Uma música citada com frequência por David ao longo de sua carreira foi “Shipbuilding”, criada por Robert Wyatt e que teve a letra composta por Elvis Costello. A música que refletia sobre a Guerra das Malvinas de 1982 era considerada por Bowie como uma das canções mais importantes de toda a década.

David apontava a versão de Wyatt da faixa como uma obra-prima e uma vez a descreveu como “uma peça musical bem pensada e implacavelmente comovente”. Ele ainda falou que a interpretação de Wyatt é “definitiva” e “comovente” por reduzir “homens fortes a garotas choronas”.

Little Richard

Depois de ter visto um show de Little Richard pela primeira vez em 1963, Bowie passou a considerar o artista um de seus ídolos da adolescência. Em 1991, durante uma entrevista, o britânico revelou que o primeiro disco que comprou foi o single chamado “I Got It”, que Richards mais tarde reescreveu como “She’s Got It”.

O músico disse que a capa do disco mostrava um número impressionante de músicos de sopro que faziam parte da banda de Richard e isso fez com que ele saísse e comprasse um saxofone, pois sua intenção era, quando crescesse, começar a trabalhar na banda de Little Richard como um de seus saxofonistas.

Tucker Zimmerman

Outro artista admirado por Bowie era Tucker Zimmerman, que se destacou nos anos 60 e lançou seu primeiro disco Ten Songs em 1969. Ao falar sobre o álbum, David destacou:

O cara é muito qualificado para o folk, na minha opinião. Formado em teoria e composição, estudando com o compositor Henry Onderdonk, com bolsa de mérito, e quer ser Dylan. Um desperdício de talento? Não na minha opinião.

Sempre achei esse álbum de composições severas e raivosas fascinante e muitas vezes me perguntei o que aconteceu com ele. Tucker, americano, foi um dos primeiros artistas a ser produzido pelo meu amigo e coprodutor Tony Visconti, também americano, depois que se conheceram em Londres. Eu me pergunto [o que aconteceu]? Ah, sim, ele tem um site. Mora na Bélgica.

David Byrne

Apesar de muito excêntrico, não foi difícil para David Bowie encontrar artistas que tivessem algum tipo de conexão com suas obras. Essa ligação aconteceu notavelmente entre o músico britânico e David Byrne, que ficou famoso como vocalista do Talking Heads.

Ao participar de um programa da BBC Radio 1 em 1979, Bowie introduziu sua cover de “Warning Signs”, do disco More Songs About Buildings and Food, dizendo:

Aqui está uma banda que admiro muito, algumas pessoas muito charmosas – David Byrne, em particular. Estamos falando de Talking Heads, é claro.

Alguns anos depois, Byrne retribuiu os elogios ao introduzir Bowie no Hall da Fama do Rock and Roll em 1996, dizendo:

Quando David Bowie apareceu, o rock ‘n’ roll precisava de um tiro no braço. Quando o vi pela primeira vez, foi um choque, mas ainda assim era muito familiar.

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