Chris Cornell em 2011
Foto de Chris Cornell via Shutterstock

Chris Cornell deixou sua marca como cantor, compositor e guitarrista, se tornando um dos arquitetos do Grunge. 

Não é pra menos: como vocalista e principal compositor do Soundgarden, Cornell liderou a banda até o topo dessa cena nos anos 90. 

Posteriormente, fez isso novamente em outra escala com o Audioslave. Por fim, teve uma carreira solo aclamada. Mas tudo isso veio de uma vasta gama de referências, construída desde muito antes dele sequer sonhar com o sucesso.

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A jornada musical de Chris Cornell

Soundgarden em 1991

A trajetória de Chris Cornell foi marcada por sua paixão pela música e sua habilidade excepcional de expressão vocal. 

Como um dos principais expoentes do movimento Grunge dos anos 90, Chris desempenhou um papel fundamental na definição do som e da estética de toda uma geração. Sua poderosa voz, letras introspectivas e presença magnética no palco o destacaram como uma das figuras mais influentes do Rock contemporâneo. 

Além de ter integrado algumas das bandas mais icônicas da sua geração, Cornell também teve uma carreira solo prolífica, lançando diversos álbuns aclamados pela crítica e pelo público. 

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O legado de Chris Cornell permanece

Chris Cornell cantando com o Soundgarden
Foto de Chris Cornell via Shutterstock

Infelizmente, sua partida prematura em 2017 deixou um vazio na indústria musical, mas o impacto de Chris perdura através de sua música e influência duradoura sobre as gerações futuras de artistas.

Antes de se tornar uma referência, ele mesmo colecionou as suas próprias. Chris citava com paixão seus artistas favoritos, mostrando como cada um deles o influenciou nas suas escolhas criativas. São nomes inquestionáveis da história do Rock, mas que juntos ajudaram a formar um dos artistas mais marcantes das últimas décadas. 

Descubra abaixo alguns dos músicos responsáveis por tornar Chris Cornell o músico e cantor que foi!

5 músicos que influenciaram Chris Cornell

David Bowie

David Bowie
Foto: Divulgação

Em uma entrevista à Rolling Stone, Chris Cornell expressou profunda admiração pelo Camaleão do Rock e reconheceu sua influência significativa em sua própria jornada musical. Cornell descreveu David Bowie como uma fonte de inspiração, destacando sua vitalidade e capacidade de reinventar-se ao longo de sua carreira. Ele observou que Bowie tornou o envelhecimento como artista algo viável e até mesmo emocionante, mantendo uma intensidade criativa ao longo dos anos.

O cantor compartilhou memórias de sua descoberta inicial da música de Bowie, lembrando-se de como o álbum Ziggy Stardust despertou seu interesse e o impacto duradouro que teve sobre ele:

As pessoas tinham seus discos de vinil nas salas de casa, como parte da decoração. Você via ‘Let It Be’ e as caras dos Beatles em todo lugar, num cantinho. Chegou ao ponto em que eu tinha visto ‘Ziggy’ vezes o suficiente que chamou minha atenção, então acho que roubei [o disco] de alguém. Ouvir aquele álbum era como ir para a faculdade, tipo com os Beatles. A composição é incrível. 

Para Cornell, Bowie representava uma abordagem não convencional à música e à arte, desafiando as normas e inspirando outros a explorar sua própria criatividade de maneiras inovadoras.

Janis Joplin

Janis Joplin

Se pergunta de onde vieram os vocais rasgados de Chris Cornell? Embora o vocalista do Soundgarden tivesse uma identidade única e inconfundível como cantor, dá pra ver a conexão entre sua personalidade vocal e a Pérola do Rock, Janis Joplin

Chris homenageou a artista de um jeito muito seu: recriando a canção “Get It While You Can”. Ela foi a faixa de abertura do álbum No One Sings Like You Anymore, Volume 1, lançado de forma póstuma em 2020. 

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Neste trabalho, também figuram outros grandes homenageados, como Guns N’ Roses, John Lennon e Prince.

Beatles

O dia em que Paul McCartney abriu o jogo sobre sua fama de "bonitão" nos Beatles
Reprodução/Spotify

Falando em Lennon, Cornell reconheceu o profundo impacto dos Beatles em sua jornada musical. Em uma entrevista de 2006 com a revista SPIN, o cantor de Seattle compartilhou como os Fab 4 permitiram que ele desenvolvesse sua voz característica. Ele lembrou que, quando criança, cantava harmonias com as músicas dos Beatles e que, aos 17 anos, começou a tocar bateria, mas logo percebeu que seu verdadeiro talento estava no canto. 

Cornell explicou: 

Eu só imaginava: ‘Se eu me esforçar, serei tão bom que alguma grande banda vai me querer’. E não aconteceu. Dos 17 aos 21, eu participei de um monte de bandas e percebi que se era pra tocar músicas que gostava, teria de criar aquelas músicas. Foi quando o Soundgarden começou. Pensamos, ‘Bem, vamos procurar ou por um baterista ou por um vocalista e ver quem aparece primeiro’. E foi assim que eu me tornei vocalista.

Cornell creditou os Beatles por inspirá-lo a buscar seu próprio caminho na música e criar a sonoridade que ele amava. 

Nick Drake

Músicas inéditas de Nick Drake vão a leilão

As associações com o Folk começaram a pipocar assim que Chris Cornell pegou um violão. O álbum Higher Truth solidificou essa visão após a turnê Songbook, em que o artista fazia um “show de um homem só”.

Mas Cornell nunca foi um grande fã de Folk. Até que descobriu um certo cantor cuja carreira foi marcada por melancolia – e, infelizmente, pelo reconhecimento póstumo. Chris revelou certa vez em entrevista à Rolling Stone:

Eu rejeitei a maior parte do Folk a que fui exposto nos anos 70. Eu voltei atrás com Tom Waits, algumas coisas do Jim Croce e muito Cat Stevens. Um dos irmãos Robinson, dos Black Crowes, me apresentou Nick Drake. Eu achei um box em vinil e basicamente odiei – até chegar em ‘Pink Moon’. Seu jeito de tocar violão e suas composições são fenomenais.

Pelo visto, muita gente leva um tempo pra conhecer e entender Nick Drake – até mesmo Chris Cornell. Mas não há quem resista ao icônico álbum de 1972 que fez Drake entrar para a história!

Jeff Buckley

Os elogios a Jeff Buckley são redundantes, porque o cantor se tornou uma referência não só para quem veio depois, mas também para sua própria geração.

Muita gente cita os vocais angelicais de Buckley, o que faz sentido. Mas fala-se menos das habilidades de Jeff enquanto guitarrista e Chris Cornell soube reconhecer isso de cara. Em uma entrevista, ele comentou especificamente sobre a faixa-título do álbum Grace:

A versão que está em ‘Grace’ é maravilhosamente concebida, mas há muito acontecendo. O Gary Lucas está tocando e há uma sensação no ar. Mas só ouvir Jeff tocando as partes de guitarra é um daqueles momentos que se tem, como músico, em que dá vontade de pegar uma guitarra. Você lembra que uma guitarra é algo divertido, é um instrumento empolgante e que tudo pode acontecer. Ele fez isso em algumas músicas que eu e meus amigos ouvimos e ficamos tipo, ‘Meu Deus, como ele inventou isso?’.

Vale lembrar que Chris Cornell desempenhou um papel crucial na póstuma divulgação do álbum de Jeff Buckley, Sketches for my Sweetheart the Drunk, após a trágica morte do artista em 1997, colaborando com a mãe de Buckley, Mary Guibert, e outros músicos na conclusão e lançamento do trabalho. 

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Estes são apenas alguns dos músicos, cantores e compositores que ajudaram a tornar Chris Cornell o artista que foi. Ele soube aproveitar os pequenos aprendizados de cada um para criar uma obra atemporal e única, que nunca vai deixar de surpreender. Vida longa, Chris!

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