Dave Grohl com o Foo Fighters no The Town
Foto por Stephanie Hahne/TMDQA!

Dave Grohl é um cara muito eclético: conhecido pelo Rock do Foo Fighters e Nirvana, formado musicalmente pelo Punk, já gravou um disco de covers de Bee Gees e recentemente foi até visto dançando “I Will Survive”.

Isso sem falar nos inúmeros projetos e colaborações que já fez ao longo de quase 40 anos de carreira, como te mostramos nesta lista especial, passando por Queens of the Stone Age, Tenacious D, Billie Eilish e Lionel Richie.

Mas uma das maiores mostras do gosto musical de Grohl foi durante uma entrevista para a extinta revista Melody Maker em 2000 (via Far Out), quando o músico elegeu seus 10 álbuns preferidos em todos os tempos – até aquela época, é claro.

A lista tem clássicos do Grunge e do Punk como Melvins e Bad Brains, mas também tem o Public Enemy representando o Rap e a New Wave do The B-52s, além de surpresas como um dos discos menos celebrados do Led Zeppelin.

Confira abaixo as justificativas do próprio Dave Grohl para cada uma de suas escolhas!

Os 10 discos preferidos de Dave Grohl

10. Kyuss – Blues for the Red Sun (1992)

Meu Deus, esse disco mudou a minha vida. Eu tinha 24 anos e tem algo naqueles grooves, nos sons da guitarra, na bateria e no baixo fazendo um barulho novo mas que soava meio familiar, como se você tivesse ouvido no início dos anos 70, mas nunca tão bom quanto aquilo. Eles reinventaram esse gênero musical, o Hard Rock dos anos 70.

9. Frank Black – Frank Black (1992)

Eu ouvi demais esse disco. Eu pensava que ele seria uma grande estrela e finalmente teria o reconhecimento o que merecia. Tem ótimas canções nesse disco, mas a música é tão peculiar a ponto de nunca poder ser traduzida para um grande público. Este é provavelmente seu álbum Pop mais coeso desde ‘Surfer Rosa’ [disco de 1988 do Pixies, banda liderada por Black Francis, ou Frank Black]. Tem David Bowie ali, todo tipo de influência e às vezes é cru e ‘fodido’. Como letrista ele é realmente ótimo, tão espirituoso e estranho.

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8. Mark Lanegan – The Winding Sheet (1990)

Cara, esse é o disco mais lindo. É um disco de Blues acústico, cheio de alma, perfeito pra um domingo de manhã. Ele [Mark] tem muita alma e a voz mais linda. Te faz imaginar que esse seria o som do seu coração, se ele pudesse cantar. Esse álbum foi lançado logo depois que me mudei para Seattle, então para mim ele representa todo aquele tempo. Mark cantou no Screaming Trees, então ele teve seu outro lado, mas também havia muito apreço em Seattle naquela época pela pureza da música de verdade.

7. Pixies – Surfer Rosa (1988)

Naquela época era tão necessário que alguém incorporasse elementos do ‘Punk estranho’ ao doce mundinho do Pop. Ele influenciou toda uma geração de bandas, que depois influenciou a próxima geração, então este álbum é provavelmente um dos álbuns mais influentes dos últimos anos. Ele também tornou Steve Albini mais famoso por sua produção. O Nirvana sempre fez questão de que todos soubessem que estávamos apenas roubando dos Pixies.

6. Melvins – Gluey Porch Treatments (1987)

Os Melvins começaram como uma banda de Punk Rock bem rápido e Hardcore, mas depois se transformaram nessa ‘milícia’ suja de metal tipo Black Sabbath que eles sabiam que todo mundo odiaria. Eles começaram a tocar o mais devagar possível, só pra irritar todo mundo que gritava para que tocassem mais rápido. Eles eram os reis de toda aquela natureza malcriada do punk. É meio que uma produção de garagem, mas soa mais pesado do que qualquer disco do Dio ou do Slayer que eu já ouvi.

5. Public Enemy – Yo! Bum Rush the Show (1987)

Foi uma revolução total no Hip Hop. E a dualidade entre Flavor Flav e Chuck D é simplesmente incrível. É quase necessário que alguém tão pesado e direto como Chuck D tenha algum tipo de alívio cômico. Os sons deste álbum e as letras sobre seus carros Oldsmobile 98… eles pareciam uma gangue com sua própria cena. Uma vez eu fui ver um show do Public Enemy no Malcolm X Park [em Washington DC], alguém ouviu um tiro e todos correram. DC era a capital do assassinato naquela época, era bem assustador.

4. Bad Brains – Rock for Light (1983)

Esse talvez seja o meu disco favorito de todos os tempos. Foi a primeira vez que ouvi uma banda de Hardcore com aquela musicalidade suprema, mas que mantinha a simplicidade. Quatro caras negros de Washington DC que destruíram todas as outras bandas de Punk Rock e Hardcore. Eles são incríveis, eles são rastafáris, então colocavam um pouco de Reggae só para suavizar o Punk ou algo assim. E eles são a banda ao vivo mais incrível do mundo. Eles são realmente muito, muito, muito bons.

3. Led Zeppelin – Coda (1982)

Led Zeppelin moldou completamente a maneira como eu toco bateria. Ninguém pode negar nada a essa banda, todos os discos são ótimos. Eu prefiro ‘Houses Of The Holy’ e ‘In Through The Out Door’ do que os dois primeiros, mas ‘Coda’ é o melhor porque tem ‘Bonzo’s Montreux’, a sinfonia de bateria de John Bonham. Passei muitas noites acordado trabalhando nessa música, eu poderia tocá-la agora mesmo se você quiser!

2. The B-52’s – The B-52’s (1979)

Eu me lembro de ver os B-52s no Saturday Night Live [programa da TV americano], e isso me apresentou ao mundo da ‘música estranha’. Eu era jovem e meus pais estavam dormindo. Músicas como ‘52 Girls’, ‘Rock Lobster’… elas definitivamente abriram um mundo totalmente novo para mim.

1. The Beatles – The Beatles (1968)

Em que ano isso foi lançado? Ele foi um vislumbre de esperança nos olhos dos meus pais, e tem algumas das minhas músicas favoritas dos Beatles: ‘Blackbird’, ‘Revolution #9’, ‘Revolution’, ‘Helter Skelter’. É engraçado imaginar aqueles quatro bonitinhos dos Beatles anos depois usando LSD. Onde eles erraram ao escreverem algo como ‘Helter Skelter’ e influenciarem Charles Manson? Eu chamaria isso de atemporal.

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