Depois de estrear em 2022, o MITA Festival chegou a 2023 com muitas mudanças propostas. Além de ter apostado em uma dimensão maior, o festival trouxe novidades em sua estrutura e, entre erros e acertos, vai se consolidando como parte do circuito de festivais brasileiros.

Com um line-up recheado de grandes nomes, o MITA foi assunto durante dois finais de semana ao ser realizado tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo, trazendo atrações diferentes para cada local em meio a headliners que carregaram a marca do festival entre as duas cidades.

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MITA Rio de Janeiro

Lana Del Rey no MITA 2023
Foto por Diego Castanho / TMDQA!

Na capital carioca, a festa aconteceu novamente no Jockey Club, o que rendeu belíssimas imagens com direito a shows intercalados com vistas para o Cristo Redentor.

Um verdadeiro contraste com a visão urbana de São Paulo, a edição do Rio de Janeiro ainda teve algumas atrações exclusivas, como a banda Scracho, que jogou em casa, e a participação do genial Arthur Verocai no show do BADBADNOTGOOD, banda que se apresentou por conta em São Paulo.

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Assim como no ano passado, quem não estava no Rio de Janeiro pôde assistir à transmissão do festival pelo Multishow, o que sempre acaba amplificando a mensagem do evento por conta do burburinho nas redes sociais.

Com muito mais acertos que erros, o primeiro final de semana do MITA proporcionou o emocionante primeiro show de reunião do NX Zero, o verdadeiro culto de Lana Del Rey, um Mars Volta impecável no palco e o Planet Hemp pegando fogo.

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A Pista Premium, sobre a qual falaremos mais adiante, também se mostrou um problema que acabaria sendo “transportado” para São Paulo no primeiro dia de festival por lá.

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MITA São Paulo

The Mars Volta no MITA São Paulo 2023
Foto por Stephanie Hahne/TMDQA!

Em São Paulo, o MITA concentrou suas maiores polêmicas desde o início. Isso porque, logo de cara, o festival anunciou uma mudança de local para o Novo Anhangabaú, em uma parceria com a capital paulista para revitalizar o espaço localizado bem no Centro e que vem se tornando uma das regiões mais perigosas do país.

Há um debate muito intenso a ser feito sobre a utilização deste espaço e tudo que o envolve. Na prática, entretanto, o MITA e a cidade de São Paulo cumpriram o que se propuseram a fazer e ofereceram um espaço de facílimo acesso — cerca de 5 minutos a pé do metrô, além de bem localizado para corridas de aplicativo — e com segurança reforçada, que ajudou a diminuir o número de incidentes reportados.

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O “experimento” já havia sido feito anteriormente na realização do Ultra, festival de música eletrônica, e as percepções foram bem parecidas. Apesar de relatos de organização de criminosos para furtos na região, era possível sair e ir diretamente para o metrô ou para a área de transporte por aplicativos com tranquilidade, pois houve boa mobilização da força policial para o local, ocupando praticamente todo o trajeto e até os arredores.

O festival no Novo Anhangabaú

Isso não impede que problemas tenham acontecido, é claro, e também não significa que o Anhangabaú tenha sido uma escolha perfeita no que diz respeito aos shows. Por conta da disposição dos palcos, quem ficou na pista comum teve bastante dificuldade para ver as atrações principais, já que o palco estava mais baixo do que o secundário, onde se apresentaram nomes como NX ZeroThe Mars VoltaSabrina Carpenter.

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Não à toa, relatos nas redes sociais de fãs destes grupos são muito mais positivos do que os de quem foi ver Lana Del Rey ou Florence + The Machine. Ainda assim, o primeiro dia parece ter concentrado a maior parte das reclamações, em especial por conta do tamanho da Pista Premium — que foi muito reduzida para o domingo, inclusive dando um aspecto de lotação muito maior para quem estava no setor privilegiado.

O principal problema para a pista comum, no entanto, era esse aspecto de vale que fazia com que a visão fosse prejudicada. Além disso, postes e árvores que fazem parte do Novo Anhangabaú acabaram tirando a visão de muitas pessoas que tinham os telões como única opção de acompanhar os shows principais, já que a distância era relativamente grande até mesmo para quem estava na grade da pista comum. No fim, muita gente acabou tendo visão melhor até acompanhando pelo lado de fora do evento!

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Um ponto positivo é que o deslocamento entre palcos era tranquilo mesmo no sábado, onde houve lotação total. O tempo entre atrações era mais do que suficiente para se posicionar em um bom lugar, dentro do possível, e quem tivesse pique e vontade poderia assistir a todos os shows sem qualquer problema.

Nesse sentido, os fãs de música que pretendem ir ao Knotfest Brasil 2023, marcado para o mesmo lugar em Outubro, podem esperar uma experiência bastante similar à que ocorreu no Anhembi em 2022, onde não houve problema para curtir tudo que o festival oferecia.

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Shows foram o maior acerto do MITA 2023

Os shows foram, sem dúvida, o maior acerto do MITA 2023. Podemos ficar eternamente discutindo se o line-up do Rio de Janeiro foi melhor que o de São Paulo ou vice-versa, mas a realidade é que as atrações que apareceram em ambos foram o grande chamariz do festival e a receita deu muito certo.

Isso vai além das headliners, que obviamente levaram a maioria do público presente. O NX Zero, por exemplo, marcou o início da Tour Cedo ou Tarde e fez um dos melhores shows do festival, bem como as irmãs HAIM, que esbanjaram carisma e conquistaram até mesmo quem não as conhecia.

LEIA TAMBÉM: Os 5 melhores shows do MITA Festival 2023 em São Paulo

Há ressalvas sobre a organização dos dias e horários, que fez com que, por exemplo, o BADBADNOTGOOD acabasse sendo um dos shows mais polêmicos do festival apenas por se tratar de uma banda instrumental que não conversava com fãs de Pop e Eletrônico que esperavam pelos shows seguintes, de Flume e Lana Del Rey respectivamente.

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A ideia de levar sons diferentes para este público, por outro lado, soa interessante e parece ser a premissa básica de um festival — especialmente nos horários da tarde, é sempre uma boa experiência ouvir uma banda nova e ser surpreendido. Não pareceu ser o caso de boa parte dos presentes no MITA, e talvez teria sido melhor escalá-los de maneira similar ao The Mars Volta, que teve um dos menores, mas mais apaixonados públicos do evento no palco secundário.

Outro ponto positivo para os shows é a ideia de promover encontros, receita que já vem sendo usada por diversos festivais e deve demorar para ser saturada. Com Djonga BK’, por exemplo, tivemos uma dupla que representou muito bem o Rap nacional (e ainda rolou uma participação do Luccas Carlos!), enquanto Far From Alaska Supercombo e ÀVUÁ e Rodrigo Alarcon fizeram shows super especiais para seus públicos.

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Saldo do MITA 2023

No geral, a expectativa é de que o MITA 2023 sirva como um grande aprendizado para todas as partes. Entre ótimas ideias e outras não tão boas assim, o festival arriscou e colheu resultados tanto positivos quanto negativos que devem servir como base para uma nova edição, de ares renovados e oferecendo uma experiência ainda melhor para os fãs de música.

Em tempo, vale destacar a ótima estrutura montada pelo festival ao redor dos palcos. Com diversas ativações de marcas bem legais, incluindo brindes gratuitos, o evento realmente criou uma ambientação forte e mostrou sua ambição; esta, de certa forma, também acaba sendo um ponto negativo por questões como o tamanho da Pista Premium no primeiro dia de festival, e sua redução no segundo dia pode ser um sinal de mudanças daqui pra frente.

Como um festival novo no país, o MITA buscou fazer diferente e isso, sem dúvidas, aconteceu. Agora, é reunir os ensinamentos desta edição e tentar corrigir o que ficou de errado para, em 2024, criar uma edição ainda mais especial. Já estamos ansiosos!

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