Artistas protestam contra arte de inteligência artificial (No To AI)
Reprodução/Instagram (@loisvb)

A gente te contou aqui que o aplicativo Lensa tem sido utilizado por muitos brasileiros para recriar selfies a partir de inteligência artificial. No entanto, não é só no Brasil que esse e outros apps similares viraram febre e muitos artistas internacionais começaram a protestar contra a novidade.

Tudo teve início, segundo a Rádio Rock, quando o site ArtStation, o mais importante na web para artistas profissionais, permitiu que imagens geradas por IA apareçam em sua principal seção.

Como resposta, a artista Loish publicou um enorme desabafo nesta quinta-feira (15) em sua conta pessoal no Instagram. Na postagem, ela escreveu:

Já postei alguns stories no Instagram sobre isso ontem, mas recebi muitos pedidos para fazer um post a partir dele para que possa ser mais facilmente compartilhado. Aqui vamos nós! Eu apoio de todo o coração o protesto contínuo contra a arte de IA. Por que? Porque minha arte está incluída nos conjuntos de dados usados ​​para treinar esses geradores de imagem sem meu consentimento. Eu recebo zero compensação pelo uso da minha arte, mesmo que esses geradores de imagens custem dinheiro para usar e sejam um produto comercial.

Músicos não estão sendo tratados da mesma maneira. O Stability tem um gerador de música que usa apenas músicas isentas de royalties em seu conjunto de dados. Palavras deles: ‘Pelo fato de modelos de difusão serem propensos à memorização e ao super ajuste, liberar um modelo treinado em dados protegidos por direitos autorais pode resultar em problemas legais’. Por que o trabalho dos artistas visuais está sendo tratado de forma diferente?

Muitos compararam os geradores de imagens a artistas humanos em busca de inspiração. Essas duas coisas não são iguais. Minha arte está literalmente sendo alimentada nesses geradores por meio dos conjuntos de dados e cuspida de um programa que não tem nenhum senso inerente do que é respeitoso para os artistas.

Enquanto minha arte estiver literalmente integrada ao sistema usado para criar as imagens, é uso comercial de minha arte sem meu consentimento. Até que haja um banco de dados de origem ética que compense os artistas pelo uso de suas imagens, sou contra a arte de IA. Também acho que as plataformas devem fazer tudo o que puderem para evitar a extração de seu conteúdo para esses bancos de dados. Artistas, manifestem-se contra esta prática predatória! Nossa arte não deve ser explorada sem o nosso consentimento e merecemos ser compensados ​​quando nossa arte é explorada para uso comercial.

E aí, de que lado você está? Confira a publicação ao final da matéria.

Baterista do System Of A Down também se posiciona

Inserido no universo dos quadrinhos, John Dolmayan, baterista do System Of A Down, foi mais um a condenar a utilização desenfreada de inteligência artificial para recriar imagens.

O músico compartilhou um texto, também no Instagram, dizendo:

É um trabalho árduo aperfeiçoar o seu ofício, é ainda mais difícil alcançar algo digno de ser notado depois das muitas horas dedicadas a um esforço, mas nestes dias onde o tempo médio de atenção é de 3 a 5 segundos é compreensível porque é que os preguiçosos e menos talentosos na sociedade vão cortar caminho o quanto puderem. Estas pessoas são fraudes, os verdadeiros artistas não vão desaparecer, tal como as baterias eletrônicas não tornaram os bateristas obsoletos. Pode haver um lugar para isto, mas não vamos perder de vista a nossa humanidade tornando tudo instantâneo. Às vezes é a espera de algo incrível que o torna incrível.

Veja a postagem de Dolmayan mais abaixo!

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Uma publicação compartilhada por loish (@loisvb)

 

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Uma publicação compartilhada por John Dolmayan (@johndolmayan_)

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