Dois Barcos
Foto por Bruna Hissae

Depois de quase três anos em hiato, o power trio paulista Dois Barcos retoma suas atividades com o lançamento de um single duplo: “Manto Lunar/Surto”. Nessa nova fase, o grupo explora novas sonoridades que vão além do rock alternativo e do indie.

Beats de trip hop e piano de salsa foram algumas das investigações de Elisa Monasterio (baixo e voz), Rafaella Petrosino (guitarra e voz) e Gabriel B. Ferreira (guitarra), além de diferentes texturas, utilização de teremins, elementos revertidos, guitarras distorcidas, bongôs, synths eletrônicos, corais, órgão, entre outros.

As canções trazem como mote principal a misticidade da noite, o sentimento de autoproteção que este período evoca, e funcionam como a materialização da ideia de que é preciso morrer para germinar, como reflete Elisa, vocalista e baixista da Dois Barcos:

A noite nos traz uma certa adaptação à escuridão, sendo um período mais sombrio que gera mitos e lendas. Ela não é silenciosa, traz ruídos inexplicáveis das sinfonias noturnas da floresta e visões distorcidas que mexem com o imaginário. A noite é o momento de recolhimento, de se auto proteger, de se camuflar dos predadores e repousar.

Nessa fase, a Dois Barcos apresenta a cor azul marinho como guia. A ideia é gerar serenidade e harmonia, ao mesmo tempo que contrasta com o vermelho, que começa a surgir nos trabalhos com a ideia de destacar a dualidade da calma e do conflito, tão presentes nos últimos anos no contexto brasileiro.

Este equilíbrio também pode ser notado nos singles: enquanto “Manto Lunar” fala sobre o valor do recolhimento, “Surto” é sobre desapego e desprendimento.

Qinhones

Qinhones
Foto por Filipe Marones

Já está no mundo Centelha, o novo disco de Qinhones! A novidade — disponível em todas as plataformas digitais — chega pelo selo LAB 344 e marca o quinto registro solo do cantor e compositor carioca.

No total são 10 faixas inéditas, incluindo os singles “O Rio Continua Rindo” e “Água Salgada“, parceria com a cantora Bebé. Outro excelente nome presente no trabalho é a cantora Silvia Machete, que declama um texto de Gustav Mahler em “Sweet Narciso I“.

As músicas de Centelha são de autoria de Qinhones e do produtor musical Alberto Continentino. Ao longo do repertório, a dupla apresenta um ensaio dançante sobre a falência e a potência do Rio de Janeiro e do Brasil, passando pelo golpe de 2016 e a consequente chegada da extrema-direita ao poder.

Já a sonoridade do disco bebe das fontes de Marcos Valle, Lincoln Olivetti, Tim Maia, Azymuth e Hyldon, mas não se limita em repeti-las como pastiche. Qinhones busca seguir seus passos em direção ao futuro:

Me sinto honrando meus mestres. Eu e Alberto somos fissurados nessa tradição brasileira de um tipo de groove que ficou conhecido como brazilian boogie, um funk-soul atravessado pelo samba. É uma linguagem nossa, deste país, que merece ser tratada seriamente. Porque é um legado muito grande.

A gravação de Centelha contou com os músicos Vitor Cabral (bateria), Alberto Continentino (baixo, violão, guitarra e sintetizador), Danilo Andrade (piano, sintetizador e órgão), André Siqueira (percussão e efeitos), Diogo Gomes e Marlon Sette (trompetes), e Jorge Continentino (saxofones). A mixagem é de Dudinha e a masterização de Ricardo Garcia.

Góbi & Sandro

Góbi
Foto por Maurício Kessler

Quando Eu Era Seu Boy” é o novo single de Góbi, projeto solo do produtor musical Gabriel Gobbi. A faixa, parceria com o artista Sandro, mescla o pop e o disco brasileiro dos anos 80 com uma produção pop contemporânea.

Sobre a construção da sonoridade que embala a canção, Góbi revela que a levada de “Quando Eu Era Seu Boy” tem um toque de homenagem especial a ninguém menos que Rita Lee:

Foi resultado da vontade de prestar homenagem a ‘Lança Perfume’, da Rita Lee, que tem muito a mão de um produtor que admiro muito, o mestre do brazilian boogie, Lincoln Olivetti. Que por sua vez, dizem os rumores, se inspirou na música ‘What A Fool Believes’, da banda americana Doobie Brothers, outra música que amo de paixão. Do meu jeitinho, tentei trazer esse sabor na tocada do piano e construí uma base para compor os versos, que ficaram por conta do meu amigo e colega Sandro.

O resultado é pura nostalgia, sensação também explorada no visualizer que acompanha o lançamento! Pensado por Góbi e seu diretor criativo Bruno Queiroz, o vídeo mistura o encantamento, elegância e romance de um casamento com a provocação da estética escrachada e enfumaçada de um motel.

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