Janu
Foto por Fernanda Simões

O cantor e compositor alagoano Janu disserta sobre os caminhos que o ego percorre em Miolo do Oxente, o seu maravilhoso novo álbum. Sem se limitar aos estereótipos de um nordeste plural, o registro une ritmos locais a outros vindos de longe.

Natural de Arapiraca, o artista faz da sua música um mergulho pessoal, regional e universal, onde ritmos, estilos, líricas e sotaques se multiplicam e se combinam de modos inesperados. Segundo Janu, o disco é fruto de uma investigação “sobre os pops: o pop pop e o pop popular”:

Faz tempo que fica difícil definir o tipo de música que fazemos e ouvimos. O acesso irrestrito a todo tipo de som acabou de vez com a rotulagem exata do ‘nosso estilo’. Sei que amo a música brasileira, principalmente a do Brasil de dentro, assim como sou apaixonado pelas coisas do mundo. No fim, música é música, né? E boa é quando a gente gosta.

Janu vem se tornando um expoente do efervescente cenário independente alagoano. Com Miolo do Oxente, o músico olha para frente, sem deixar de reverenciar suas origens. O disco traz no título a intenção de entrar a fundo nas suas raízes e explorar novos limites da canção e da musicalidade para além das expectativas.

O álbum foi um inevitável produto da pandemia. Embora estivesse projetada antes do isolamento, a gravação ocorreu à distância, com Janu e Paulo Franco (Gato Negro) se dividindo entre a produção musical e a execução dos instrumentos. Entre idas e vindas digitais, foram se formando beats, harmonias e experimentações.

Ananda Jacques

Ananda Jacques
Foto por Géssica Morais

Um ano após apresentar “Faxina” em uma linda live session, a cantora e compositora paulista Ananda Jacques finalmente liberou a versão de estúdio da canção. A faixa, que chega agora como single, veio acompanhada por um videoclipe e antecipa o seu álbum de estreia, previsto para 2023.

A ideia era simples: cada clipe representaria um cômodo da casa e cada local seria representado por um Orixá. Depois de lançar “Macumba de Apartamento” (2019), com Exú; “Coroa de Prata” (2019), com Iemanjá; e “Amor de Cafeína” (2021), com Oxum; a tetralogia do “Anandaverso” se completa com “Faxina” evocando a imagem da Ewá.

Muito mais do que afirmar sua identidade como mulher negra brasileira, a artista celebra suas raízes e sua vivência no novo single. O lançamento traz a versatilidade de Ananda Jacques mais latente do que nunca: compôs, cantou, gravou a guitarra, atuou, dançou, pintou, fez uma escultura e auxiliou na cenografia — além de ter assinado o roteiro ao lado de Ella Vieira e Jan.

Este clipe é uma afirmação da minha identidade como cantora e compositora, além de me apresentar como uma potência em produções audiovisuais. Neste trabalho fica ainda mais evidente a maneira que eu penso música: sensorial e de corpo inteiro, uma experiência sinestésica, um universo. ‘Anandaverso’ ataca novamente e está mais forte.

Fruto de um esforço comunitário, o clipe foi realizado com baixo orçamento. Foi durante um retorno à sua cidade natal, Sorocaba (SP), que Ananda Jacques — atualmente morando no Rio de Janeiro (RJ) — encontrou a equipe que precisava. O vídeo de “Faxina” foi gravado em uma chácara durante um fim de semana e é uma continuação de “Amor de Cafeína”, gravado em uma cozinha e que trabalha a Orixá Oxum.

Cigana

Cigana
Foto por Guilherme Brito

Recém lançado, Estrago, o novo EP da Cigana, traz novos contornos ao indie rock intenso da banda paulista. A utilização de novos elementos, em especial eletrônicos, guiou a sonoridade repaginada do grupo, ampliando o som para além da sua discografia já conhecida.

Com 8 anos em atividade, o quarteto solidifica sua nova fase ao explorar, cada vez mais, intervenções, interseções e interferências na sua música, que agora passa a incorpora sintetizadores, colagens e samples. Sobre a construção do registro, a Cigana analisa:

Desde nosso EP ‘Tudo Que Há de Novo’, de 2020, nós começamos a experimentar mais com nossa música. Pensar muito mais em detalhes, camadas, timbres e em como nossa música soa pro público. Tentamos trazer um olhar mais pop, tanto para nossas composições quanto pra produção em si, e o nosso EP ‘Estrago’ é uma continuação natural disso. Nós sempre conversamos e pensamos muito em como uma banda de ‘rock’ em 2022 deve soar pra mostrar algo novo, sem parecer datada, e nós aplicamos todas essas ideias na produção desse trabalho.

Para levar esse conceito à sensação visual, a banda se reuniu novamente com o videomaker Rafael Souza, do Lavanderia Estúdio, com quem já haviam trabalhado no clipe de “robabrisa”, para realizar todos os lyric videos — disponíveis no canal da Balaclava Records no YouTube.

Estrago foi produzido pelo estúdio e coletivo Lazy Friendzzz, com Cosmo Curiz assinando a co-produção na faixa “thomyorke”. Formada por Vic Groppo, Caique Redondano, Felipe Santos e Matheus Pinheiro, a Cigana contou com a guitarra de Gui Escafandro em “Ideia Errada” e “Não Derruba Mais”.

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