Bono
Foto: Wikimedia Commons

Há algum tempo, a gente postou por aqui sobre um estudo que revelou as bandas mais odiadas da história. Por ali, estava o U2 — o que era de se esperar, dado o histórico do grupo irlandês — mas o que definitivamente não estava na expectativa era saber que o próprio Bono estaria colaborando para isso!

Com o perdão do leve exagero, a verdade é que o vocalista da banda usou uma entrevista recente para fazer inúmeras críticas ao seu próprio trabalho. Falando com o Awards Chatter (via NME), ele contou logo de cara que “ainda” não gosta do nome U2:

Eu realmente não gosto. Mas eu entrei tarde em algum tipo de dislexia. Eu não percebi também que The Beatles era um trocadilho ruim. Na nossa cabeça era como o avião espião, U-boat, era futurístico — conforme passou a implicar esse tipo de aquiescência, não, eu não gosto desse nome. Eu ainda realmente não gosto do nome.

Ele explicou que o primeiro empresário do grupo, Paul McGuinness, foi um dos defensores da escolha sob o ponto de vista comercial — “vai ficar ótimo em uma camiseta”, teria dito o executivo.

Bono faz críticas à sua voz e ao U2

Mas não acaba por aí. Na mesma entrevista, Bono revelou que tem “vergonha” — em inglês, usou até a palavra “cringe”, popularizada por aqui recentemente — de sua própria voz e não consegue ouvi-la nas gravações do grupo:

Eu já estive no carro quando alguma de nossas músicas entrou na rádio e eu fiquei da cor de, como dizemos em Dublin, escarlate. Eu fico simplesmente tão envergonhado.

Ainda nesse tema, ele relembrou uma “crítica construtiva” feita pelo cantor britânico Robert Palmer ao baixista Adam Clayton lá nos anos 80:

‘Meu Deus, você poderia falar ao seu vocalista para só abaixar o tom um pouquinho? Ele estaria fazendo um favor a si mesmo e fazendo um favor a todos nós que temos que ouvi-lo.’ Mas eu estava pensando fora do meu corpo. Eu não estava pensando em cantar. Eu não pensava, na verdade, sobre mudar de tom. Nós chegamos a mudar de tom alguma vez?

As críticas de Bono, no entanto, são majoritariamente direcionadas a ele próprio. Ele explica que a “banda soa incrível” e se culpa por não “preencher os detalhes” do disco de estreia do grupo, Boy (1980), que tem “material muito único e original” de acordo com o cantor.

Apesar disso, em um outro momento do papo, sobrou até para os instrumentistas:

Eu acho que o U2 comanda bastante o barco da vergonha, e talvez esse seja o lugar que você quer estar como artista, sabe? Bem no limite do seu nível de vergonha.

Finalmente, vale a pena ressaltar que Bono foi capaz de encontrar pelo menos um ponto positivo na sua carreira: “Vertigo”. A canção de 2004 é a faixa da qual ele tem mais orgulho, pela “forma como ela se conecta com o público”, segundo ele.

Desabafou, hein?! Você pode conferir essa entrevista na íntegra logo abaixo.

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