Tom Morello e
Foto por Future (via Classic Rock)

Tem algum tempo que a revista Classic Rock internacional tem feito uma coluna pra lá de interessante, convidado grandes nomes do gênero para falarem sobre algumas de suas maiores influências.

Dessa vez, quem participou foi Tom Morello com uma declaração de amor pelo The Clash. O icônico guitarrista de bandas como Rage Against the Machine Audioslave não poupou elogios às lendas do Punk, mas foi além e mostrou lados improváveis da influência do grupo britânico.

Você pode ler a tradução da fala de Tom na íntegra abaixo!

Carta de amor de Tom Morello ao The Clash

O The Clash é a minha banda de Rock and Roll favorita de todos os tempos. ‘London Calling’ foi o ponto de lançamento do meu amor pela banda. Até eu descobrir o Punk, eu era um fã de Heavy Metal e foi a capa do álbum que primeiramente despertou meu interesse e me fez pensar: ‘Quem é essa ótima nova banda de Heavy Metal?’

Eu devorei aquele disco. Eu não podia acreditar quão bom ele era; ele fez com que muito da minha coleção de Heavy Metal parecesse boba. Era música com a qual eu me identificava liricamente muito mais do que as letras tipo Dungeons & Dragons [RPG de mesa] dos meus antepassados do Metal. A convicção com a qual a banda tocava e com a qual Joe Strummer cantava era indescritível.

Foi em uma época que eu estava me tornando politicamente envolvido, e aqui estava uma banda que me fazia sentir como se não estivesse sozinho; era uma banda que falava a verdade — ao contrário do meu presidente, ao contrário das pessoas nos noticiários nacionais, ao contrário do meu professor — e eu pensei: ‘estou dentro’.

Eu escrevi minha primeira canção política imediatamente depois de ouvir o ‘London Calling’. Era chamada ‘Salvador Death Squad Blues’. A possibilidade de combinar música de chutar bundas e conteúdo lírico que importasse se tornou real.

Na época, era dito que o The Clash era a única banda que importava, e realmente parecia ser o caso. O The Clash era mais que uma banda Punk, eles eram muito mais aventurosos musicalmente, e ‘London Calling’ era realmente o disco no qual eles incorporaram música de todo o mundo e toda canção soava como o The Clash.

O álbum foi uma revelação; ele realmente fez tudo parecer possível, como se você pudesse tocar uma música de Reggae, ou uma música de Hard Rock. ‘London Calling’ me fez perceber que havia bandas por aí que estavam dispostas a falar a verdade e de uma forma sem hesitação, sem comprometimentos, na qual todas as notas da música e todas as letras importavam. Isso era totalmente novo para mim. E eles tinham roupas descoladas.

Eu toquei a música ‘London Calling’ em incontáveis bandas cover através dos anos. Eu não tinha exatamente certeza do que o Joe Strummer falava sobre mas parecia apocalíptico e eu sabia que ele estava certo. A sutilidade e o humor em suas letras é muitas vezes ignorada. Aquele cara fazia letras ótimas. Há tanta coisa acontecendo; o Joe Strummer era um cara profundo.

Foi também o primeiro álbum que eu vi ter um adesivo de recomendação de faixa etária, e isso também adicionou ao seu apelo e perigo.

Eu não podia acreditar que havia uma banda para mim. Até então, eu estava me conformando. Quando eu descobri o The Clash eu não tive mais que me conformar.

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