Reprodução: YouTube/Jota Quest

O Jota Quest foi formado em 1993, mesmo ano em que o Daft Punk começava a agitar a house music europeia. A banda brasileira se tornaria uma das maiores do rock e funk do país, e o duo francês iria transformar o jeito que se faz música pop no mundo todo. Os dois grupos compartilham as mesmas influências eletrônicas dos anos 80.

E as coincidências não param por aí. Em episódio especial sobre o legado de Guy-Manuel de Homem-Christo e Thomas Bangalter no podcast TMDQA!, o baixista da banda mineira, PJ, contou como surgiu a amizade com Jerry Barnes, baixista do Chic. O americano produziu o disco Funky Funky Boom Boom, do Jota, 2013.

Na ocasião, eles convidaram o lendário Nile Rodgers para a faixa “Mandou Bem”, e a gravação aconteceu praticamente ao mesmo tempo em que o Daft Punk trabalhava em segredo no mega hit “Get Lucky” com o guitarrista.

Você pode conferir essa história no vídeo ao final dessa matéria, do canal do TMDQA! no YouTube, e ouvir o episódio completo nos aplicativos de podcast. Abaixo, destacamos alguns trechos.

Como Jota Quest e Chic se aproximaram

Em 2012, fomos fazer um show em São Paulo e descobrimos só na hora que o Chic também estava no line-up. Na época, eu já trocava e-mails com o Jerry Barnes, e depois do evento convidamos ele pra produzir um disco do Jota. Ele topou vir pra Belo Horizonte pra ficar uma semana e produzir duas músicas. Acabou ficando um mês, e fizemos 15 músicas juntos. Depois disso, a gente precisava chamar o Nile pra uma participação. O Jerry ajudou, e ele topou. A música “Mandou Bem” tava na gaveta há 6 anos, já tínhamos mostrados pro Dudu Marote e pro Liminha, mas não tnha chamado atenção. Mas, como ela tinha um sample da guitarra do Nile, isso deve ter comovido ele (risos). Então ele gravou guitarras novas e o clipe em Nova York. Quando voltamos pro Brasil, o Jerry quis me mostrar outra produção que o Nile tinha feito que sairia dali 15 dias. Era “Get Lucky”, já com clipe pronto e super produção.

PJ contou que sua primeira reação ao assistir “Get Lucky” foi de preocupação. Ele temia que o Jota Quest sofresse críticas por estar “imitando” o Daft Punk, mesmo que a banda brasileira não soubesse que Nile também estava trabalhando com o duo.

Tudo bem que o Daft Punk já era gigante, mas a gente não queria soar parecido com outra banda que estaria nas paradas mundiais. Achei que o tiro tinha saído pela culatra. Mas, na verdade, aconteceu o contrário. “Get Lucky” estourou, resgatou o Nile e acabou impulsionando a “Mandou Bem”. Principalmente no meio musical e entre os programadores de rádio, porque todo fã de música queria ouvir aquela canção brasileira que também tinha participação do guitarrista do Chic. Hoje, eu fico muito lisonjeado e até emocionado de saber que fizemos isso com identidade e sinceridade. Não foi porque ele estava na moda, porque ele não estava. Se o Daft Punk não tivesse trazido o Nile de volta, poucos jovens saberiam quem ele é.

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