Jimi Hendrix, Beatles, Santana e mais: 20 riffs dos anos 60
Fotos via Wikimedia Commons

Poucas coisas dizem mais sobre a música de uma determinada época do que os famigerados riffs.

Os fraseados que ditam o ritmo, tom, e muitas vezes até a melodia de canções que dominam as paradas ficam marcados por anos e anos e são eles que tornam aquelas músicas instantaneamente reconhecíveis, mesmo se ela não tiver um refrão tão grudento.

Vale lembrar, aliás, que pela definição do New Harvard Dictionary of Music um riff é uma “progressão de acordes ou refrão repetida na música”, de forma que pode ser “um padrão, ou melodia […] que forma a base ou acompanhamento da composição musical”.

É claro, portanto, que o próprio conceito em si foi variando muito ao longo dos anos e lá nos primórdios era muito mais difícil que tivemos os riffs como os conhecemos hoje, bem definidos e geralmente mais escancarados ao ouvinte geral.

É esse o objetivo dessa próxima série de listas que montaremos aqui no TMDQA!: promover um passeio pela história da música por meio dos riffs, celebrando desde os anos 1950 onde eles eram pouco comuns até os anos 2010, e sem se limitar a um único estilo ou instrumento.

Hoje, então, vamos revisitar o boom da guitarra que aconteceu na década de 1960 e você pode conferir a nossa seleção logo abaixo (em ordem cronológica).

The Shadows – “Apache” (1960)

A instrumental “Apache” ainda tinha muita influência da música cinquentista, o que é natural já que ela veio logo na virada da década. Ao mesmo tempo, o compositor inglês Jerry Lordan conseguiu capturar bem a essência dos filmes de faroeste que lhe inspiraram — e a gravação do The Shadows ajudou a fechar com chave de ouro.

Dick Dale – “Miserlou” (1962)

Apesar da música não ser sua — e de inclusive ter errado a escrita original de “Misirlou” quando a publicou —, foi Dick Dale quem popularizou a icônica linha de guitarra que serviu como base para o Surf Rock e foi sampleada inúmeras vezes, mais famosamente pelo Black Eyed Peas, além de ter aparecido no clássico Pulp Fiction (1994), de Quentin Tarantino.

The Animals – “The House of the Rising Sun” (1964)

https://www.youtube.com/watch?v=0Fy7opKu46c

Uma canção tradicional de autoria desconhecida, “The House of the Rising Sun” parecia ter sido feita especialmente para o The Animals. A canção ganhou vida de vez na versão do grupo, e o riff do início é um grande responsável por isso.

Roy Orbison – “Oh, Pretty Woman” (1964)

Rendendo um Grammy póstumo para Roy Orbison, “Oh, Pretty Woman” sem dúvidas tem um dos riffs mais conhecidos da história e ganhou ainda mais popularidade nos anos 80 com a versão do Van Halen, que estava em alta na época, e depois nos Anos 90 ao ser utilizada para o filme Pretty Woman, com Julia Roberts e Richard Gere.

Demônios da Garoa – “Trem das Onze” (1964)

Apesar de ser originalmente de Adoniran Barbosa, a versão de “Trem das Onze” gravada pelos Demônios da Garoa foi a que popularizou de fato a obra. E, mais do que isso, adicionou um padrão impressionante repetido no violão através da música como um todo que deixaria muita banda de Rock com inveja.

The Kinks – “All Day and All of the Night” (1964)

The Kinks tem diversas músicas que poderiam estar nessa lista, inclusive o seu outro clássico “You Really Got Me”, mas talvez o riff de “All Day and All of the Night” seja ainda mais marcante e, mais do que isso, um dos primeiros momentos em que percebeu-se o que viria a ser chamado de Proto-Punk.

The Rolling Stones – “(I Can’t Get No) Satisfaction” (1965)

Nem é preciso explicar a importância dos Rolling Stones, né? E por mais que a banda tenha garantido diversos sucessos e tenha outras linhas de guitarras incríveis como “Paint It, Black”, é impossível não escolher “(I Can’t Get No) Satisfaction” para essa lista. É a própria definição de um riff perfeito: se repete pela música praticamente inteira e, mesmo 55 anos depois, não cansamos de ouvi-lo.

The Who – “My Generation” (1965)

Quem nunca ouviu “My Generation” e resolve conhecer a canção nos dias atuais talvez não entenda a grandeza desse simples e efetivo riff que mudou a história da música britânica. Porém, basta acreditar: o Rock não seria o que é hoje se não fosse o The Who com essa canção.

The Beatles – “Day Tripper” (1965)

Confesso que, tendo “And Your Bird Can Sing” e suas impressionantes dobras de guitarra como música preferida dos Beatles, foi difícil ser objetivo. Mas por mais querida que a canção seja, “Day Tripper” certamente é um dos riffs mais reconhecíveis da história da música e mesmo hoje soa bem aos ouvidos. Virou até Funk!

Jimi Hendrix Experience – “Purple Haze” (1967)

Em pleno 2020, ninguém sequer ousa mudar de opinião sobre Jimi Hendrix ser o guitarrista mais influente do Rock. E o riff de “Purple Haze” é a prova de que seu legado vai muito além de suas próprias músicas, tendo influenciado geração após geração e abrindo portas para tantos outros explorarem o instrumento de formas inovadoras.

The Doors – “Love Me Two Times” (1967)

A mistura de Country, Blues e Rock que o The Doors fez perdura até hoje como uma das mais influentes, e sem dúvidas “Love Me Two Times” é uma excelente síntese do que a banda ofereceu à música. O inesquecível riff é daqueles obrigatórios no repertório de qualquer guitarrista!

Os Incríveis – “Era Um Garoto que Como Eu Amava os Beatles e os Rolling Stones” (1967)

https://www.youtube.com/watch?v=l-5LV6KA9Ug

Hoje em dia é bem difícil encontrar alguma versão de “Era Um Garoto que Como Eu Amava os Beatles e os Rolling Stones” que não seja a do Engenheiros do Hawaii, que regravou com maestria a faixa e a popularizou de vez. Mas foi com Os Incríveis que ela chegou ao Brasil pela primeira vez — sim, a música não é da banda brasileira. Ela foi composta pelos italianos Franco Migliacci Mauro Lusini e se chamava “C’era un Ragazzo che Come Me Amava i Beatles e i Rolling Stones”, sendo gravada pela primeira vez um ano antes por Gianni Morandi.

Cream – “Sunshine of Your Love” (1967)

Antes de Eric Clapton ser uma lenda da guitarra em sua carreira solo, ele era uma lenda da guitarra no Cream. E foi lá que ele acabou sendo associado a um dos riffs mais geniais da música, o de “Sunshine of Your Love”, quando na verdade o crédito é todo de Jack Bruce. Sim, foi o baixista e vocalista que compôs essa icônica linha inspirado por ninguém menos que Jimi Hendrix!

Steppenwolf – “Born to Be Wild” (1968)

Em geral, “Born to Be Wild” é descrita como a primeira canção de Heavy Metal na história e só por isso já mereceria um espaço nessa lista; afinal de contas, grande parte dos riffs de Metal que existem hoje vieram daqui. Independentemente disso, a música popularizada graças ao filme Sem Destino (1969) certamente é reconhecida na hora que começam os seus primeiros acordes!

Os Mutantes – “A Minha Menina” (1968)

A influência psicodélica começava a tomar conta do mundo da música mas, aqui no Brasil, Os Mutantes surgiam com uma das sonoridades mais pioneiras da década. A mistura entre ritmos brasileiros e guitarras poderosas conquistou público e crítica e o riff de “A Minha Menina” é o grande exemplo do que a banda trouxe.

The Stooges – “I Wanna Be Your Dog” (1969)

Os sinais do que viria a ser o Punk, tão popular na próxima década, vieram fortes com o The Stooges. O lendário grupo teve seu primeiro sucesso com “I Wanna Be Your Dog”, trazendo uma abordagem diferente da guitarra que viria a ser mais explorada nos anos seguintes.

MC5 – “Kick Out the Jams” (1969)

Mais um grande expoente do Proto-Punk foi o MC5, considerado por muitos a maior banda de Garage Rock da história e tendo “Kick Out the Jams” como seu grande hino. Apesar da introdução inesquecível da versão gravada ao vivo, o riff é que torna a faixa instantaneamente reconhecível.

Santana – “Soul Sacrifice” (1969)

https://www.youtube.com/watch?v=AqZceAQSJvc

É muito difícil escolher apenas uma música do icônico disco de estreia homônimo do Santana. Ainda que “Jingo” talvez tenha o riff mais marcante por trazer influências externas ao Rock, a escolha por “Soul Sacrifice” é simples: a performance do vídeo acima simplesmente merece ser vista e o riff é tão bom quanto qualquer outro, em especial por dar o tom para os incríveis solos que se alternam.

Led Zeppelin – “Heartbreaker” / “Whole Lotta Love” (1969)

Escolher entre “Heartbreaker” e “Whole Lotta Love” é tarefa praticamente impossível. Como as duas faixas estão no mesmo álbum, tomamos a liberdade de dar essa “roubada” e colocar dois dos mais icônicos riffs não apenas dos anos 60 mas de toda a história da música. Vida longa a Jimmy Page!

Creedence Clearwater Revival – “Fortunate Son” (1969)

Para fechar a década com chave de ouro, nada melhor do que um bom e velho Creedence Clearwater Revival. Mesmo sendo donos de diversos hits, poucos riffs marcaram mais a transição entre os anos 60 e 70 do que o inesquecível começo de “Fortunate Son”.

Nos vemos nos anos 70!

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