Bruce Dickinson vem ao Brasil em 2024
Divulgação

Antes de se tornar uma verdadeira lenda do Metal ao lado do Iron Maiden e em sua carreira solo, Bruce Dickinson foi inspirado por uma série de bandas e artistas que marcaram sua vida.

O lendário vocalista britânico participou de uma entrevista em 2018 (via Rock And Roll Garage) e revelou as principais músicas que contribuíram para moldar seu gosto e criar clássicos ao lado do Iron Maiden, que ao longo dos seus quase 50 anos de história continua atraindo uma multidão de fãs.

Como você pode perceber nos relatos ao final da matéria, a lista compartilhada por Dickinson apresenta escolhas que estavam relacionadas às suas memórias dos dias em que viveu em um internato em Northamptonshire, na Inglaterra, quando era adolescente.

Confira a seguir as 5 músicas que mudaram a vida de Bruce Dickinson e seus comentários sobre cada uma delas. Em tempo, não deixe de conferir uma lista que Bruce montou para o TMDQA! com os 5 discos que marcaram sua vida!

As 5 músicas que mudaram a vida de Bruce Dickinson

Deep Purple – “Speed King”

Eu estava andando pelo corredor do internato e ouvi um barulho vindo de trás de uma porta. Eu pensei: ‘Meu Deus, o que é isso?!’. Então, eu bati na porta e um garoto mais velho abriu a porta e olhou para mim com um grande sorriso de escárnio no rosto. Eu perguntei: ‘Quem era?’. Ele disse: ‘Ah, é Deep Purple, se você quer saber. ‘Speed ​​​​King”. E fechou a porta. Foi isso, fiquei fisgado.

Costumávamos fazer pequenos leilões na pensão. As pessoas ficariam sem dinheiro e não teriam dinheiro suficiente para pagar as contas na loja da escola, então leiloavam suas coisas. Os LPs eram leiloados com bastante regularidade.

O segundo LP que ganhei foi ‘Deep Purple In Rock’. Riscado em pedaços. Paguei 50 centavos australianos por isso. E eu adorei e o toquei até estragar.

Black Sabbath – “Sabbath Bloody Sabbath”

‘Black Sabbath’ foi o segundo álbum que comprei em leilão, depois do ‘Deep Purple In Rock’. O Sabbath passou por algumas transições, e então eles lançaram esse álbum, ‘Sabbath Bloody Sabbath’, que era simplesmente imenso. Para mim é um dos melhores álbuns de rock de todos os tempos.

Eu não me escondo da culpa: fiz uma cover horrível dessa música porque alguém me ofereceu dinheiro. Eu estava fora do Maiden e com pouco dinheiro, então pensei, ‘Sim, vamos nessa’. Isso apenas provou que você nunca deve tentar fazer covers de coisas lendárias. Elas devem continuar lendárias.

The Crazy World of Arthur Brown – “Fire”

Eu vi Arthur Brown na escola. Ele não estava tocando com o Crazy World, ele estava tocando com uma banda chamada Arthur Brown’s Kingdom Come, que era bastante avançada para a época. Eu tinha 15 anos e minha mente estava confusa com barras de chocolate e Fanta. Tive uma enorme onda de açúcar.

Estou sentado lá, e as luzes se apagam neste pequeno grande salão gótico, e Arthur sai, vestido com este cocar inca. Ele está diante de um altar, não há baterista na banda, apenas dois tecladistas, um baixista e um guitarrista. Há uma bateria eletrônica. Isso foi em 1975 – uma bateria eletrônica! E é tocada por Arthur.

A bateria eletrônica consiste em loops contínuos de diferentes baterias que ele acelera e desacelera. Além disso, a coisa toda é uma bagunça completa e louca. Não há tempo para nada. É tudo improvisado. As pessoas estavam fantasiadas de semáforos, duas pessoas estavam fantasiadas de cérebro, que foi espancado e roubado. Estou pensando: ‘Esta é a viagem mais estranha que já tive na minha vida’.

De repente ele fez um discurso retórico sobre o cosmos e todas essas estrelas apareceram. Eu estava tipo, ‘Ah meu Deus, é assim que deve ser estar sob efeito de ácido’. Arthur acabou de te dar ácido sem que você chegasse perto de uma droga. Saí dali e minha bússola interna vacilou por um tempo. Mas aquela voz saiu, e era como a voz de Deus.

Ele tinha uma voz incrível, era simplesmente espetacular. Peguei emprestado muito de sua fraseologia e estilo. Adorei o fato de ser quase semi-operático, mas também meio anárquico, o que ele fez com sua voz.

Como frontman ele era completamente maluco. Arthur era completamente maluco. Ele era um grande excêntrico inglês. O álbum que vem de [The Crazy World of Arthur Brown, de 1968] é provavelmente um dos primeiros – se não o primeiro – álbum conceitual. Era sobre a descida de um homem ao inferno.

Obviamente, quando [‘Fire’] acontece, ele acaba de chegar à porta do inferno. Pete Townsend foi o produtor executivo do álbum. Essa foi a gênese de ‘Tommy’ e ‘Quadrophenia’. Esse foi o início desse processo.

The Beatles – “Let It Be”

‘Let It Be’ foi como comecei a cantar. Meu amigo Mike na escola fez um baixo na oficina de marcenaria da escola. Então decidimos recrutar alguns guitarristas e tentar formar uma banda. A única música que conseguimos tocar até a metade foi ‘Let It Be’.

Mike era o cantor porque estava no coral da escola. Fui designado no coral da escola como não cantor. Você tinha que fazer um teste; o cara tocava uma nota no piano e você tinha que cantar aquela nota. Se você entrasse no coral da escola, era a morte; o único dia em que saíamos do internato foi no domingo. Era quando você tinha que ir cantar no coral. ‘Não vou aceitar isso’, pensei.

Então me certifiquei de que, a cada nota que ele tocasse, eu cantasse uma nota completamente diferente. Recebi um pequeno certificado que dizia ‘Dickinson: não-cantor’. Tive que levá-lo ao dono da casa e dizer a ele que não precisava comparecer ao ensaio do coral no domingo. Mas Mike tinha uma voz de baixo, então foi um pouco estranho. Muito bom, mas não muito Rock and Roll. E as notas altas foram um pouco difíceis.

Então eles me disseram para calar a boca sobre os bongôs e ajudá-los. Eu soltei as notas altas e eles disseram ‘Ah, você é o cantor’. Nós nos separamos pouco depois devido a diferenças artísticas. E o fato de que era hora do chá.

Rainbow – “Stargazer”

Eu era um grande fã de Ritchie Blackmore. Então, quando ele deixou o Deep Purple e começou o Rainbow, o mundo inteiro estava em crise. Eu tinha 16 ou 17 anos e era o assunto de todas as lojas de discos.

Eu costumava andar com pessoas que construíam motos. E eu estava em uma fileira de garagens e um cara estava montando algo chamado Triton – acho que era uma Norton com motor Triumph, uma moto feita em casa. Ele estava apenas montando tudo com uma chave inglesa. Havia um rádio transistor no canto, era uma tarde de sábado e estava passando o Rock Show de Alan ‘Fluff’ Freeman. Então ouvi uma coisa saindo dos alto-falantes. Eu fiquei tipo, ‘Meu Deus. Que barulho é esse? Uau. Uau, uau, uau, uau.’.

Aí o cara falou: ‘Você quer andar de moto?’ Então fomos dar uma volta na estrada, ele estava a cerca de 160 quilômetros por hora e eu estava na traseira. Ele tirou as mãos do guidão e bateu em meus joelhos. ‘Stargazer’ do Rainbow foi o pano de fundo para isso.

Ritchie Blackmore supostamente estava me considerando como vocalista para o Rainbow.  Recebi um telefonema no meio da noite, quando estava em uma banda chamada Samson, e era o roadie de guitarra do Ritchie. Ele perguntou: ‘Você está interessado em trabalhar cantando para o Rainbow?’. Eu disse, ‘Claro que estou!’.

E foi isso, foi a última vez que ouvi falar disso. Perguntei mais tarde: ‘Isso foi real? Acabou aí?’. Eles disseram: ‘Isso estava em discussão, mas havia algo a ver com suas calças. Ele se opôs às calças que você usava.’

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