John Lennon e Paul McCartney, dos Beatles
Foto por Linda McCartney / @PaulMcCartney

John Lennon e Paul McCartney foram uma das duplas mais icônicas e influentes de composição que passaram pela história da música.

Responsáveis pelos maiores sucessos dos Beatles, tanto John como Paul chegaram ao topo das paradas com cerca de 30 músicas, sendo muitas delas creditadas pelos dois, já que eles preferiam colocar ambos como compositores mesmo quando só um deles fazia a maior parte do trabalho.

Os músicos não tinham o costume de ficar enaltecendo o trabalho um do outro na época da ascensão do Fab Four mas, após o fim do grupo em 1970, o saudoso John deixou escapar em alguns momentos quais eram suas músicas favoritas escritas por Macca.

Há algum tempo, a Far Out Magazine decidiu reunir algumas das declarações feitas por John Lennon sobre as obras de McCartney. Confira abaixo os relatos do lendário ex-Beatle que inclui desde elogios mais intensos até alguns mais secos, mas sempre retratando a admiração que John tinha pelo trabalho de Paul!

As melhores músicas de Paul McCartney segundo John Lennon

“Hey Jude”

Em 1972, em entrevista ao Hit Parader, John classificou “Hey Jude” como a “melhor música” de Paul McCartney. “Começou como uma música sobre meu filho Julian, porque Paul iria vê-lo. Então ele transformou em ‘Hey Jude’. Sempre pensei que era sobre mim e Yoko, mas ele disse que era sobre ele e sua [esposa]”, declarou Lennon.

Alguns anos depois, em sua famosa entrevista à Playboy em 1980, John explicou que acreditava que existia algo na parceria entre ele e Paul que era quase indecifrável. Sobre “Hey Jude”, ele comentou:

Sempre ouvi isso como uma música para mim. ‘Ei, John.’ Inconscientemente, ele estava dizendo: ‘Vá em frente, me deixe’. Num nível consciente, ele não queria que eu fosse em frente. O anjo nele estava dizendo: ‘Deus te abençoe.’ O diabo nele não gostou nada, porque ele não queria perder seu parceiro.

“All My Loving”

Os primeiros trabalhos lançados pelos Beatles nunca foram os favoritos de Lennon. Mas, para o músico, a faixa “All My Loving”, que integrou o segundo disco de estúdio do grupo, With the Beatles, de 1963, foi “uma das primeiras coisas importantes” feitas por Paul.

Também na entrevista à Playboy em 1980, John se abriu com David Sheff sobre sua admiração pela canção escrita por Macca. Ele disse: “‘All My Loving’ é Paul, lamento dizer”. Questionado sobre estar lamentando o fato, John foi sincero e declarou: “Porque é um trabalho muito bom”.

“Here, There and Everywhere”

Um dos diversos pontos altos da carreira dos Beatles foi o lançamento do seu sétimo disco de estúdio, Revolver, que foi disponibilizado em 1966. A obra foi considerada uma das maiores e mais inovadoras da história da música, principalmente por conta de sua gama de sonoridades, estilos musicais e conteúdos abordados nas letras.

Entre as faixas do disco, “Here, There and Everywhere” foi certa vez definida por Lennon como um dos grandes sucessos de Paul:

Essa música é completamente do Paul, eu acredito. E uma das minhas músicas favoritas dos Beatles.

Até o próprio Macca declarou mais pra frente que essa foi a única música pela qual John o elogiou pessoalmente!

“Why Don’t We Do It in the Road?”

Os Beatles começaram a demonstrar alguns momentos de tensão na época em que o décimo álbum de estúdio do grupo homônimo foi lançado em 1968. A faixa “Why Don’t We Do It in the Road?” chegou a ser gravada exclusivamente por Paul McCartney em uma sala separada.

Lennon ficou bastante incomodado com a atitude do companheiro de banda, mas ainda assim fez breves elogios sobre a música ao explicar a situação:

Ele até gravou sozinho em outra sala. Era assim que as coisas estavam naquela época. Nós entramos e ele fez o disco inteiro. Ele tocando bateria. Ele tocando piano. Ele cantando. Mas ele não conseguia — não conseguia — ou talvez não pudesse romper com os Beatles.

Eu não sei o que foi. Eu gostei da música. Mesmo assim, não posso falar por George, mas eu sempre ficava magoado quando Paul fazia alguma coisa sem nos envolver. Mas era assim que as coisas eram naquela época.

“Oh! Darling”

Apesar do disco Abbey Road ter marcado o penúltimo lançamento dos Beatles e ter sido compartilhado com os fãs pouco tempo antes da separação da banda, os integrantes provaram através do álbum que ainda sabiam muito bem o que estavam fazendo enquanto grupo.

Ao falar sobre a quarta faixa do disco, “Oh! Darling”, John Lennon fez um elogio indireto, digamos assim. Ele revelou até uma certa inveja ao comentar sua admiração em relação à composição de Paul, que ele declarou mais pra frente que “deveria” ter sido sua:

‘Oh! Darling’ foi uma das grandes composições de Paul que ele não cantava muito bem. Sempre pensei que poderia ter feito melhor – era mais o meu estilo do que o dele. Ele escreveu, então dane-se, ele que vai cantar. […] Eu deveria ter escrito essa música. Soa como algo que eu escreveria.

“For No One”

Entre as faixas peculiares que integram o disco Revolver está “For No One”. A canção de 1966, que possui uma sonoridade mais experimental, talvez tenha chamado a atenção de Lennon justamente pela inclusão desses diferentes elementos. Seu elogio em relação à composição de Paul foi curto, mas ao mesmo tempo delicado:

Uma das minhas favoritas dele – um belo trabalho.

Vale lembrar que, em 1975, Caetano Veloso, lendário artista brasileiro, regravou “For No One” em seu disco Qualquer Coisa!

“Fixing a Hole”

Outra música que também recebeu um elogio breve de John Lennon foi “Fixing a Hole”, que integrou o aclamado disco Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, o oitavo álbum de estúdio do lendário grupo britânico que é marcado principalmente pela sonoridade do rock psicodélico.

Sobre a composição de Macca, John declarou: “Essa é do Paul, novamente escrevendo uma boa letra”.

“Band on the Run” (Wings)

É raro encontrar os comentários de Lennon sobre obras de Paul McCartney que não integraram os repertórios dos Beatles, mas o terceiro disco do Wings, Band on the Run, teve este privilégio.

John apontou que a faixa título do álbum lançado em 1973 foi “uma ótima música” e ainda enalteceu o grupo de seu ex-companheiro, elogiando Band on the Run como “um ótimo álbum”.

“Coming Up”

Outro elogio bastante especial foi feito pouco antes da trágica morte de John Lennon. O músico destacou sua admiração por “Coming Up”, faixa de abertura do segundo álbum totalmente solo de Paul, McCartney II, lançado em Maio de 1980.

Naquele momento, aparentemente Paul e John tinham reatado sua amizade e, segundo Macca, Lennon não só definiu a música como “um bom trabalho” como ela também teria incentivado John a retornar ao estúdio para gravar materiais inéditos.

Sobre a faixa, Lennon tinha declarado:

Achei ‘Coming Up’ ótima e gosto mais da versão esquisita que ele fez em seu celeiro do que daquela ao vivo em Glasgow. Se eu estivesse com ele, eu teria dito ‘é essa’ também.

E eu pensei que a gravadora teve coragem de mudar isso contra ele, e eu sei o que eles querem dizer, eles querem ouvir o cara de verdade cantando, mas eu gosto do cara esquisito.

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