David Gilmour na América do Sul

Apesar de David Gilmour não ter feito parte da formação original do Pink Floyd, sua entrada na banda em 1967, dois anos após sua criação, foi fundamental para o grupo se tornar uma verdadeira sensação do Rock Progressivo.

Guiado anteriormente pelas guitarras e sugestões criativas de Syd Barrett, o grupo britânico começou seus trabalhos explorando uma sonoridade bastante parecida com a de outras bandas britânicas da década de 1960.

Porém, nos últimos anos de Barrett como integrante do grupo, a banda foi se direcionando para o Rock Psicodélico e passou a se desenvolver, cada vez mais, para o Rock Progressivo, marcando a história da música com o disco The Dark Side of the Moon, lançado em 1973.

A obra teve forte influência do estilo de guitarra de David Gilmour, que foi estabelecido através de uma constante integração sonora de suas referências — muitas vezes compostas por representantes do Folk e do Blues.

As maiores influências de David Gilmour, do Pink Floyd

Em 1985, o guitarrista listou algumas de suas maiores influências como guitarrista, dizendo (via Far Out):

Eu era um fã de blues, mas era um fã de música. Para mim, foi LeadBelly através de BB King e mais tarde Eric Clapton, Roy Buchanan, Jeff Beck, Eddie Van Halen e qualquer um que você queira mencionar.

Abaixo, você pode conferir algumas dessas bandas e artistas que influenciaram o estilo de Gilmour e declarações feitas pelo músico sobre os astros que marcaram sua vida.

Os 8 artistas que mudaram a vida de David Gilmour

The Beach Boys

David Gilmour demonstrou grande parte de sua admiração pelos Beach Boys ao introduzir o líder da banda, Brian Wilson, no Hall da Fama da Música do Reino Unido em 2006:

A primeira banda que formei quando era jovem foi com algumas almas da minha cidade natal que pensavam como eu. Queríamos cantar em harmonia. Então a harmonia que queríamos cantar era a harmonia dos Beach Boys. Além disso, esse amor por cantar em harmonia permanece comigo até hoje. O homem que é a principal inspiração para esse amor é o homem que homenageamos aqui esta noite, Brian Wilson.

Mesmo naqueles primeiros dias dos Beach Boys, músicas como ‘In My Room’ e ‘Don’t Worry Baby’ davam indícios de que Brian Wilson pintava com uma paleta muito mais colorida do que a oferecida pelo Surf Music que ele era tão adepto.

The Beatles

Outra banda que também foi uma das fortes inspirações do guitarrista foi, claro, os Beatles. Inspirado pelo Rock Psicodélico do catálogo do Fab Four, o Pink Floyd conseguiu criar sua própria versão do estilo musical, tanto com Syd Barrett como com Gilmour nas guitarras. Em 2015, David disse ao Mojo:

Eu realmente gostaria de ter estado nos Beatles; [eles] me ensinaram a tocar violão; eu aprendi tudo. As partes do baixo, o solo, a base, tudo. Eles foram fantásticos.

Anteriormente, em 2006, o músico revelou ao programa Tracks of My Years da Rádio 2, da BBC, que uma de suas músicas favoritas era dos Beatles:

Eu era um fã absolutamente louco dos Beatles. ‘You’ve Got To Hide Your Love Away’ é, eu acho, o primeiro momento de John Lennon sendo influenciado por Bob Dylan. Está muito na veia de Bob Dylan. Portanto, é apenas um exemplo entre centenas de coisas que eu poderia escolher. Qualquer coisa dos Beatles, na verdade. Canção fantástica.

Hank Marvin

O estilo pioneiro de Hank Marvin tocar guitarra elétrica fez com que o músico, que era guitarrista principal da banda de apoio de Cliff Richard, a The Shadows, se tornasse uma grande referência para várias lendas da guitarra subsequentemente. Em entrevista ao Music Radar em 2006, Gilmour revelou:

A maneira como toco melodias está ligada a coisas como Hank Marvin e The Shadows. Aquele estilo de tocar guitarra onde as pessoas podem reconhecer uma melodia mais encorpada.

Em 1981, o artista chegou a listar Marvin como uma de suas principais influências declarando que “ele foi o primeiro grande herói da guitarra elétrica para nós, britânicos”. Gilmour apontou ainda que teve a sorte de ver Hank tocando ao vivo em diversas ocasiões e o definiu como um dos melhores que já viu.

Jimi Hendrix

Outra música citada por Gilmour em 2006 como uma de suas favoritas, durante sua participação no programa Tracks of My Years da BBC Radio 2, foi “The Wind Cries Mary” de Jimi Hendrix. O artista falou sobre a primeira vez que ouviu o lendário e saudoso guitarrista:

Jimi Hendrix, fantástico. Fui a uma boate em South Kensington em 1966, e um garoto subiu no palco com Brian Auger e o Trinity, segurou o violão ao contrário e começou a tocar. Eu e todo o lugar ficamos de queixo caído.

Fui no dia seguinte às lojas de discos e disse ‘Você tem alguma coisa desse cara, Jimi Hendrix?’ e eles disseram ‘Bem, nós temos um James Hendrix’. Ele ainda não tinha feito nada. Então me tornei um fã ávido esperando por seu primeiro lançamento. Além disso, essa é uma de suas lindas baladas que eu adoro.

Eric Clapton

Como grande fã de Blues, quem também não poderia estar de fora dos artistas que marcaram a vida de David Gilmour é Eric Clapton. O talentoso artista fez história tanto quando se aventurou na psicodelia com o Cream como com o blues-rock ao integrar o grupo Derek and the Dominos e através de sua carreira solo.

Em entrevista à revista Relix em 2015, Gilmour explicou que os álbuns de John Mayall & The Bluesbreakers com Eric Clapton e Peter Green foram fortes referências para suas obras:

Todos aqueles caras eram incríveis e passei um tempo tentando aprender como tocar seus licks perfeitamente. Eu sugeriria que qualquer jovem artista tentasse sentar e fazer isso. Você acabará sabendo tocar muito bem o material deles, mas, eventualmente, encontrará seu próprio estilo a partir disso. Ele te força a sair da cópia.

B.B. King

Um dos destaques do Blues da guitarra elétrica foi o lendário B.B. King, que também não passou despercebido pela formação de Gilmour. Em uma entrevista ao The Guardian em 2006, o guitarrista do Pink Floyd citou o astro como uma importante referência:

Ele é um cara adorável. Seus primeiros trabalhos eram estupendos e ele simplesmente continuou. Eu o conheci em Nova York. Ele veio até mim e disse: ‘Ei, garoto, você tem certeza de que não nasceu no Mississippi?’ Desde então, toquei com ele algumas vezes, em uma sessão do Later With Jools Holland e em um de seus álbuns. Quando está no camarim, ele passa o tempo todo escrevendo letras. Existem alguns guitarristas que são instantaneamente reconhecíveis, e depois há todo o resto.

Bob Dylan

Gilmour também não deixou de revelar sua admiração por Bob Dylan, tanto em seus primeiros anos como cantor Folk mais voltado para o acústico como após sua transição para o elétrico em meados da década de 1960. Ao The Guardian, em 2006, ele declarou:

Eu nunca fui uma das pessoas que pensava que Dylan era um monstro por ter seguido pelo caminho elétrico. Gostei da mudança. Mas devo mencionar o poder do jovem Dylan como cantor de protesto no formato acústico – algo que ele sempre negou.

Desculpe, Bob, você era um cantor de protesto. Só pegar seu violão e tocar para uma multidão é como uma flecha. Suas palavras saem e a música [também]. Mas as pessoas subestimam suas reais habilidades musicais. As melodias e as palavras disparam como uma flecha. Eu acho que ele era inacreditável. E ainda é.

Lead Belly

Ao destacar suas músicas preferidas no programa Tracks of My Years da BBC Radio 2 em 2006, David Gilmour também fez questão de incluir “The Rock Island Line” de LeadBelly. O guitarrista explicou a influência incomparável do artista de Folk e Blues em sua trajetória e sua admiração pelo instrumento de 12 cordas:

LeadBelly, eu o amava quando era muito jovem, adorava seu violão de 12 cordas. Sempre gostei das 12 cordas. A história dele… Ele estava na prisão, ele foi libertado da prisão sob a acusação de [tentativa] de homicídio porque era um ótimo cantor.

Mas para mim, ‘Rock Island Line’ foi uma das primeiras coisas que aprendi. Também é uma das coisas que você pode aprender um acorde, colocar os dedos naquela guitarra em uma posição e não se mover a partir daí, você pode tocar a música inteira e cantar essa música antiga para si mesmo. Então é algo ótimo, faz parte da minha infância.

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