10 bandas com mais de 20 anos que ainda têm todos os integrantes originais

Ter uma banda envolve ter relacionamentos sérios com várias pessoas ao mesmo tempo. Dividir o tempo em estúdio, na estrada, em quartos de hotel e em tantos outros lugares com as mesmas pessoas constantemente pode ser cansativo, e não é à toa que vemos inúmeras bandas trocando integrantes o tempo todo.

A surpresa fica por conta de vermos grupos que, com décadas de tempo de atividade, continuam firmes e fortes com suas formações originais. Seja através da manutenção de uma amizade fora do trabalho ou simplesmente da construção de uma relação de trabalho mais forte, deixando a amizade de lado, o fato é que muitas bandas conseguiram fazer funcionar algo que parece impossível.

Pensando só em grupos com mais de 20 anos de carreira, temos diversos exemplos de bandas que sobreviveram esse tempo todo apenas com suas formações originais. Isso, aliás, sem contar com algumas que ficam fora por detalhes.

É o caso do U2, que tem os mesmo quatro integrantes desde 1976 mas, ao mesmo tempo, não conta com o guitarrista fundador Dik Evans, irmão de The Edge que deixou o grupo em 1978 e fundou o Virgin Prunes.

O Skank, por outro lado, também manteve sua formação original intacta, mas encerrou suas atividades recentemente. Outro exemplo brasileiro é Os Paralamas do Sucesso, com a mesma formação desde 1982, quando João Barone assumiu a bateria após a breve passagem de Vital Dias.

Ainda assim, não faltam exemplos e você pode conhecer 10 bandas que ainda têm todos os integrantes originais após mais de 20 anos de carreira logo abaixo!

Blur

Apesar de alguns hiatos no meio do caminho e diversas mudanças no seu formato de turnê, com músicos entrando e saindo o tempo todo, a essência do Blur é a mesma desde 1988: Damon Albarn no vocal, além de teclados e guitarra; Graham Coxon na guitarra, vocais e saxofone; Alex James no baixo e backing vocals e Dave Rowntree na bateria, percussão e backing vocals.

Em tempo, Coxon chegou a ficar dois anos fora do grupo entre 2002 e 2004, mas nunca foi efetivamente substituído na formação e, mais de 20 anos após a formação do Blur, segue como membro ativo.

Coldplay

Uma daquelas bandas que parece ficar cada vez mais popular, o Coldplay segue lotando estádios ao redor do mundo mesmo após mais de 25 anos de formação. O grupo foi criado em 1997 e consistia inicialmente de Chris Martin, Jonny Buckland e Guy Berryman, mas foi completado em 1998 pela entrada do baterista Will Champion — até então, eles simplesmente gravavam demos sem bateria.

Outro fato curioso é que a longevidade se estende também, ao menos parcialmente, ao empresário da banda. Phil Harvey cuidou do grupo de 1998 a 2002, depois se tornou diretor criativo em 2006 e retornou ao posto de empresário em 2022.

Jota Quest

Tem banda brasileira nessa lista, é claro, e começamos com o tão longevo Jota Quest. Formado em 1993, o projeto mineiro foi ideia do baixista PJ e do baterista Paulinho Fonseca, que recrutaram imediatamente o guitarrista Marco Túlio Lara e o tecladista Márcio Buzelin.

A formação foi fechada depois que Rogério Flausino venceu uma seleção com mais de 18 candidatos para assumir os vocais, e a banda veio a lançar seu disco de estreia em 1996 e continuar firme e forte até hoje, tanto ao vivo quanto com produção em estúdio.

Muse

Ter uma banda com menos integrantes pode ser uma boa ideia para garantir que ninguém vai sair e, no caso do Muse, a receita funcionou muito bem. O grupo britânico foi formado em 1994 e desde então é representado pelo mesmo trio: Matt Bellamy, Chris Wolstenholme e Dominic Howard.

Um detalhe bem legal aqui é observar o quanto o Muse tem traços tão característicos de cada um dos músicos, o que faz com que a gente tenha muita dificuldade em imaginar a banda sem qualquer um deles. Já pensou?

Nenhum de Nós

Voltando ao Brasil, vamos direto ao Rio Grande do Sul para falar sobre o Nenhum de Nós, que também tem uma história curiosa. Ele foi formado a partir da saída de Carlos Stein do Engenheiros do Hawaii, depois de ter feito apenas dois shows com a banda que havia ajudado a fundar; Stein, então, recrutou os amigos de longa data Sady Homrich e Thedy Corrêa e os três seguem juntos até hoje.

A curiosidade também se estende ao fato de que, com o tempo, o Nenhum de Nós passou a ser um quinteto. Hoje em dia, além do trio original, também fazem parte da banda o guitarrista Veco Marques (desde 1990) e, nos teclados e no acordeon, entrou João Vicenti em 1996.

Racionais MC’s

Formado em 1988, o Racionais MC’s tem em sua essência um grande pedaço de cada um dos seus integrantes originais. Mesmo com os projetos solo de cada um, é impensável enxergar o nome Racionais MC’s sendo usado por outras pessoas que não sejam exclusivamente os mesmos quatro que o usam há tanto tempo: Mano Brown, Ice Blue, Edi Rock e KL Jay.

Vale lembrar que, apesar do último disco ter saído em 2014, os Racionais seguem ativos com diversos shows pelo país e a possibilidade de um novo álbum é bem iminente, conforme falas recentes de Mano Brown. Tomara que venham muito mais anos!

Radiohead

Formado em 1985 sob o nome On a Friday, o Radiohead tem a mesma formação desde antes de sua mudança de nome. Os irmãos Jonny e Colin Greenwood tocam há mais de 35 anos com Ed O’Brien, Philip Selway e Thom Yorke, e a banda segue ativa apesar dos integrantes estarem se dedicando mais a projetos paralelos recentemente, como o The Smile.

Assim como no caso do Coldplay, o Radiohead também estende sua lealdade à equipe que os acompanha. O grupo trabalha com o produtor Nigel Godrich desde 1994, como muitos sabem, mas eles também contam com o mesmo artista de capas, Stanley Donwood, desde aquele ano — ou seja, logo após a estreia com Pablo Honey, em 1993.

Rage Against the Machine

Cheio de idas e vindas e projetos paralelos de seus integrantes, o Rage Against the Machine também manteve sua resiliência e, desde sua formação em 1991, preferiu entrar em hiatos do que substituir qualquer integrante.

Reunido em 2019 após um período afastado, o grupo segue contando com Zack de la Rocha nos vocais, Tom Morello na guitarra, Tim Commerford no baixo e Brad Wilk na bateria.

Rammstein

Quando ainda atendia pelo nome Tempelprayers, o Rammstein montou a formação que viria a se tornar definitiva para sua carreira, durando já quase 30 anos. Fundado inicialmente por Richard Kruspe (guitarra), Christoph Schneider (bateria) e Oliver Riedel (baixo), o grupo logo se completou com a entrada de Till Lindemann nos vocais, Paul Landers na guitarra e Christian “Flake” Lorenz nos teclados.

O caso da banda alemã é ainda mais impressionante, já que sempre esteve cercada por controvérsias mas se mantém igual até o momento. Além disso, é impressionante que os seis integrantes estejam firmes e fortes até hoje, hein?

The Strokes

Apesar das “escapadas” e projetos solo de vários de seus integrantes, o The Strokes é outro grupo formado há bastante tempo que nunca trocou de membros. Formada em 1998, a banda consiste desde então em Julian Casablancas (vocal), Nikolai Fraiture (baixo), Albert Hammond Jr. (guitarra), Fabrizio Moretti (bateria) e Nick Valensi (guitarra).

Talvez o segredo esteja justamente nas tantas empreitadas que os músicos seguiram fora da banda. Só para citar alguns, Julian já lançou discos solo e com o The Voidz; Fraiture teve os projetos Nickel Eye e Summer Moon; Hammond Jr. tem uma sólida carreira solo, inclusive com álbum lançado em 2023; Moretti se juntou com Rodrigo Amarante para formar o Little Joy e Valensi tem a banda CRX, além de já ter trabalhado com nomes como Regina Spektor e Sia.