Guitarristas do Red Hot Chili Peppers (Jack Sherman, Hillel Slovak, John Frusciante, Dave Navarro e Josh Klinghoffer)
Fotos via Wikimedia Commons

Com uma das trajetórias mais incríveis da música, o Red Hot Chili Peppers deve muito de seu sucesso aos guitarristas sensacionais que acompanharam Anthony Kiedis Flea durante boa parte dos anos.

Antes mesmo da entrada definitiva de Chad Smith na bateria, o RHCP trocou de guitarrista algumas vezes. No total, só em estúdio, foram cinco nomes gravando discos inteiros com a banda: Jack ShermanHillel SlovakJohn Frusciante, Dave Navarro e Josh Klinghoffer.

Entre os fãs, sempre haverá discussão sobre qual deles foi (ou é) o melhor e qual teve mais importância, mas todos tiveram contribuições significativas dentro dessa carreira. Abaixo, o TMDQA! destacou uma música gravada por cada um destes para explicar um pouco mais sobre suas caminhadas dentro e fora do RHCP.

Jack Sherman – “True Men Don’t Kill Coyotes”

Jack Sherman com o Red Hot Chili Peppers

Guitarrista menos longevo a gravar algum material com a banda, Jack Sherman tem uma situação peculiar. Apesar de ter sido o responsável pelas seis acordas no álbum de estreia autointitulado, Jack não foi o primeiro guitarrista do grupo e só esteve por lá entre 1983 e 1984.

Ele chegou a compor algumas faixas para o sucessor Freaky Styley (1985), mas, dentro de sua reduzida contribuição em estúdio, “True Men Don’t Kill Coyotes” é a faixa que mais se destaca ao exibir a pegada diferente de Sherman, que se aproximava mais de gêneros como Post-Punk e New Wave — e até por isso não deu tão certo com o RHCP.

Em tempo, Jack Sherman teve uma carreira bem interessante, trabalhando com nomes como Bob Dylan e até voltando para gravar alguns backing vocals com os Peppers no disco Mother’s Milk, incluindo no sucesso “Higher Ground”.

Infelizmente, Sherman faleceu em 2020, vítima de um ataque cardíaco.

Hillel Slovak – “Me and My Friends”

Red Hot Chili Peppers com Hillel Slovak

Guitarrista fundador do Red Hot Chili Peppers e considerado por muitos o principal responsável pela existência e pela identidade da banda, Hillel Slovak teve muitos problemas, que os levaram até mesmo a ficar de fora do primeiro álbum de estúdio.

O guitarrista voltou para gravar Freaky Styley The Uplift Mofo Party Plan (1987), ajudando o Red Hot a definir sua sonoridade tão lendária de Funk Rock com linhas de guitarra que fugiam do tradicional ao incorporar influências que iam de Jimi Hendrix ao Reggae.

Um dos pontos altos dessa fase é “Me and My Friends”, presente no álbum de 1987, mas a contribuição de Slovak se estende até após a sua morte, já que ele foi a inspiração para músicas como “Otherside” e “This Is the Place”. O músico faleceu em 1988, com apenas 26 anos, vítima de uma overdose de heroína.

John Frusciante – “Under the Bridge”

John Frusciante, do Red Hot Chili Peppers, em 2002
Foto de John Frusciante via Shutterstock

Sucessor de Slovak, John Frusciante é o guitarrista que certamente vem à mente quando falamos de Red Hot Chili Peppers. A entrada do músico também marcou a formação mais conhecida da banda, com a chegada de Chad Smith para a bateria, substituindo o fundador Jack Irons após sua segunda passagem — Cliff Martinez ocupou o posto entre 1983 e 1986, enquanto Irons estava fora, e D.H. Peligro chegou a passar brevemente pela posição.

De maneira similar, Frusciante foi a segunda escolha para o lugar de Slovak, tendo entrado para o grupo após uma experiência frustrada com DeWayne McKnight na guitarra, algo que durou apenas um mês. John, até então um grande fã da banda e admirador do trabalho de Hillel, agarrou a oportunidade assim que recebeu o convite e viria a ter toda a identificação do público.

Entre seus inúmeros hits com o RHCP, no entanto, é difícil pensar em um que represente mais John Frusciante do que “Under the Bridge”. A faixa, inclusive, parece realmente só funcionar da maneira certa quando tocada por ele, graças a toda essa identificação que também ajudou a impulsionar o hit, que se tornou o mais ouvido da banda no streaming.

Dave Navarro – “Coffee Shop”

Red Hot Chili Peppers com o guitarrista Dave Navarro
Foto: Reprodução / Instagram

A fama nunca foi um atrativo para John Frusciante, que sofria não apenas com o conceito em si mas com as consequências que a atenção têm em sua vida. Por isso, depois de todo o sucesso que veio com os discos Mother’s Milk (1989) e Blood Sugar Sex Magik (1991), o músico deixou o grupo e colocou o RHCP mais uma vez na posição de escolher outro guitarrista.

Desta vez, a aposta que deu certo foi a de um nome já consagrado: Dave Navarro, uma lenda da cena alternativa por seu trabalho com o Jane’s Addiction. Apesar de um possível conflito de identidades, Dave conseguiu se encaixar bem com os Peppers e “Coffee Shop” é um ótimo exemplo de como Navarro soube incorporar uma pegada mais Funk ao seu estilo mais roqueiro, destoando de seus trabalhos com o Jane’s Addiction e adicionando uma nova faceta aos Peppers.

É claro que o retorno de Frusciante foi um presente para muitos fãs e a tensão com Dave Navarro estava prestes a fazer o RHCP explodir, mas o tom tão diferente — mais pesado e psicodélico — de One Hot Minute, disco de 1995 que acabou sendo o único com Dave, deixa um grande ponto de interrogação sobre o que viria a seguir em um cenário diferente.

Josh Klinghoffer – “Goodbye Angels”

Josh Klinghoffer
Foto via Wikimedia Commons

Como muitos já sabem, John Frusciante voltou ao Red Hot Chili Peppers em 1998 e acabou “salvando” o grupo, que estava prestes a encerrar a carreira em meio a tantas frustrações. Recuperado de seus vícios e mostrando um novo estilo de vida, o músico gravou os álbuns mais lembrados dos Chili Peppers: Californication (1999), By the Way (2002) e  Stadium Arcadium (2006).

Com toda a banda exausta, surgiu um hiato que acabou se tornando mais longo para Frusciante. Quando o Red Hot se reuniu, em 2009, Josh Klinghoffer já havia assumido o posto de John, que passou a se dedicar a outras vertentes sonoras mais próximas da música eletrônica e experimental.

Antes do retorno de Frusciante em 2019, Klinghoffer chegou a gravar dois discos de inéditas com os Peppers. I’m with You (2011) e The Getaway (2016) dividiram opiniões entre os fãs, mas mostraram um novo lado da banda, com faixas como “Goodbye Angels” demonstrando o auge da sinergia entre os músicos na época.

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