A saudosa Rita Lee falou sobre os três últimos anos de sua vida em seu novo livro Outra Autobiografia, lançado nesta segunda-feira, 22 de Maio, dia em que se celebra Santa Rita de Cássia.
Como havia anunciado antes de falecer no dia 8 de Maio aos 75 anos de idade, Lee se abriu no livro sobre sua batalha contra o câncer de pulmão e compartilhou detalhes sobre sua reação ao receber o diagnóstico em 2021.
Em um trecho da obra, Rita confessou que, após descobrir que estava com câncer, ficou com medo de sofrer como sua mãe Romilda Jones, que também foi vítima da doença. Pensando nisso, a artista revelou aos leitores que cogitou a eutanásia para “morrer com dignidade” e evitar sentir ainda mais dor:
Disse a ele [médico] que minha vida tinha sido maravilhosa e que por mim tomava o ‘chazinho da meia-noite’ para ir desta para melhor. Que me deixassem fazer uma passagem digna, sem dor, rápida e consciente.
Queria estar atenta para logo recomeçar meu caminho em outra dimensão. Sou totalmente favorável à eutanásia. Morrer com dignidade é preciso.
Vale lembrar que, no Brasil, há uma luta constante por algumas partes da sociedade pela legalização da eutanásia, prática que ainda é considerada crime na vasta maioria dos casos.
Rita Lee e batalha contra o câncer
Apesar de ter cogitado se despedir através do procedimento, a cantora destacou que o apoio e carinho de seu marido Roberto de Carvalho e dos três filhos, Beto, João e Antônio, a fez repensar e mudar de ideia:
Contei [ao chefe da área de oncologia do hospital] do trauma que ficou em mim por ter visto o sofrimento da minha mãe fazendo esses dois procedimentos quando teve câncer. O amor dos boys Carvalho/Lee me fez optar por aceitar fazer o tratamento, porque, se fosse por mim, adeus mundo cruel na boa.
Cerca de um ano depois de receber o diagnóstico, Rita Lee finalizou os tratamentos de imunoterapia e radioterapia e ficou curada do câncer de pulmão.
Porém, em Fevereiro deste ano, a artista foi internada às pressas em um hospital em São Paulo e faleceu neste mês de Maio, deixando um buraco na música brasileira que jamais será preenchido.
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