Melhores discos do Charlie Brown Jr.

Sem dúvidas uma das maiores e mais influentes bandas do Brasil, o Charlie Brown Jr. está eternizado na história com seu catálogo incrível, que contém hits gigantescos, inovações musicais e, acima de tudo, muita música boa.

Aproveitando que a saudade dos novos lançamentos do grupo dos saudosos Chorão e Champignon bateu forte, nós aqui do TMDQA! resolvemos ranquear todos os álbuns de estúdio lançados pela banda durante sua trajetória do pior ao melhor.

É claro que “pior”, aqui, é uma mera figura de linguagem — todos os discos do CBJR estão entre nossos preferidos e o correto seria dizer que o ranking vai do “menos melhor” ao “mais melhor”. Como (por enquanto) estamos evitando assassinar o português em nossas manchetes, segue o baile!

Você pode conferir a nossa lista logo abaixo. Aproveita e conta pra gente no Instagram e no Twitter: concorda? Mudaria algo?

10. Bocas Ordinárias (2002)

Já vamos começar com polêmica? Como falamos acima, chamar qualquer disco do CBJR de ruim é maluquice, e isso fica mais do que provado por termos que colocar Bocas Ordinárias na última posição.

Um pouco mais voltado à sonoridade pesada, como vemos por exemplo em “My Mini Ramp”, o trabalho se descaracteriza um pouco do restante da discografia do grupo — o que não é demérito nenhum, mas destoa do restante do catálogo. Apesar disso, gerou dois dos maiores sucessos da banda: “Papo Reto (Prazer É Sexo o Resto É Negócio)” e “Só Por Uma Noite”.

Foi aqui, também, que o Charlie Brown gravou sua primeira cover em estúdio: uma versão de “Baader-Meinhof Blues”, da Legião Urbana.

9. Imunidade Musical (2005)

A lista segue com mais um grande exemplo de por que é impossível classificar qualquer disco do CBJR como ruim. Apesar de ser um pouco “enrolado”, com um total de 22 faixas, Imunidade Musical também tem grandes momentos de destaque e só peca pela dificuldade de achá-los em meio a tantas músicas.

Isso, claro, falando hipoteticamente se alguém fosse ouvir o álbum às cegas, sem saber quais são os singles e grandes sucessos. Afinal de contas, é aqui que estão hits como “Lutar Pelo Que É Meu”, “Ela Vai Voltar (Todos os Defeitos de Uma Mulher Perfeita)”, “Senhor do Tempo” e “Dias de Luta, Dias de Glória”.

Além disso, quem procurar bem ainda encontra outros grandes momentos no disco, incluindo a cover da icônica “Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores”, de Geraldo Vandré, e outras como “Aquela Paz” e “No Passo a Passo”.

8. Camisa 10 Joga Bola Até na Chuva (2009)

Um dos trabalhos mais subestimados do Charlie Brown, Camisa 10 Joga Bola Até na Chuva muito provavelmente acabaria em último lugar na lista de muita gente. Por aqui, resolvemos valorizar a última obra lançada por Chorão em vida, que logo de cara abriga mais alguns grandes hits do grupo como “Só os Loucos Sabem”, “Me Encontra” e “Dona do Meu Pensamento”.

Acontece que, para além destas faixas, temos um dos discos mais interessantes da banda. “Puro Sangue”, por exemplo, exibe todo o talento de Heitor Gomes no baixo; ao mesmo tempo, “O Dom, a Inteligência e a Voz” é um dos ápices criativos do grupo. Isso porque a faixa foi originalmente escrita para ser gravada por Cássia Eller, que faleceu 15 dias após a composição, e acabou totalmente reimaginada pelo CBJR, sendo uma das canções mais especiais da banda.

Outros dois bons destaques ficam por conta de “Só Existe o Agora”, que une muito bem os elementos de Pop, Rock e Funk/Groove que marcam a pegada tão única dos caras, e “Só pra Vadiar”, que explora outras sonoridades mais próximas ao Ska/Reggae.

7. La Família 013 (2013)

Apesar de ser esquecido por muitos, La Família 013 é um grande disco. Enquanto retomou alguns elementos clássicos do Charlie Brown Jr., revivendo aquela vibe bem Malhação, o primeiro e até hoje único disco de estúdio lançado após os falecimentos de Chorão e Champignon exibe algumas das letras mais maduras da banda e, claro, ficou eternizado na história como uma lembrança dos turbulentos últimos dias de vida do vocalista.

“Um Dia a Gente Se Encontra”, assim como o último single lançado pelo cantor em vida, “Meu Novo Mundo”, acabaram marcadas como algumas das faixas mais emocionantes da banda, não apenas por todo o contexto que as envolve mas pela própria qualidade delas. Além de ambas, “Rock Star” é outro baita destaque, tendo ganhado um clipe inspirado em roteiro deixado por Champignon antes de sua passagem.

Subestimado!

6. Tamo Aí na Atividade (2004)

Último álbum lançado com a formação clássica do Charlie Brown Jr., Tamo Aí na Atividade rendeu algumas músicas bastante emblemáticas. A maior delas, claro, é a faixa-título — talvez o último auge dessa escalação da banda, com sua pegada mais lenta e próxima ao Reggae nos versos sendo substituída pela força do Hardcore no refrão com uma maestria que só esses caras sabiam fazer.

A sequência “Di-Sk8 Eu Vim” e “Di-Sk8 Eu Vou” é outro bom momento da obra, fazendo uso dos scratches e valorizando a cultura dos DJs, sempre tão presente no contexto do CBJR, além de ser um dos pontos altos da associação eterna de Chorão ao skate.

Por fim, é impossível não destacar “Champanhe e Água Benta”, faixa que fez bastante sucesso e contribuiu muito para a qualidade do trabalho, assim como outras canções mais subestimadas como “Todos Iguais” e “Longe de Você”.

5. Ritmo, Ritual e Responsa (2007)

Ambicioso, Ritmo, Ritual e Responsa mostra que a banda aprendeu com Imunidade Musical e prova que é possível trazer uma grande quantia de faixas entregando propósito a cada uma delas.

Servindo como trilha sonora do filme O Magnata, o trabalho é um dos mais exploradores da carreira do Charlie Brown e passa por inúmeros gêneros, indo a extremos de ambos os lados em “Sem Medo da Escuridão” e “Vida de Magnata”: enquanto a primeira é uma parceria com MV Bill que traz elementos do Funk, a segunda traz colaboração com João Gordo e soa como um Punk cru. O que une ambas é a identidade única do CBJR.

Essa identidade também perpassa o restante do disco, até mesmo quando ele vai à música eletrônica, surfando na onda do Psytrance tão popular da época em “Nua, Linda e Inigualável”. A temática dessa faixa e de outras da obra, que pode parecer rasa e foi bastante criticada à época, na verdade se vê relevante dentro do contexto do filme estrelado por Paulo Vilhena.

Em meio a tudo isso, claro, o álbum também gerou mais hits. Primeiro, logo de cara, com o single “Não Viva em Vão”; depois, em grau ainda maior, com a famosa “Pontes Indestrutíveis” e por fim com outras como “Uma Criança com Seu Olhar” e “Be Myself”, além de “O Universo a Nosso Favor”, parceria com o Forfun que alegrou muitos fãs na época e alegra até hoje.

4. 100% Charlie Brown Jr. – Abalando a Sua Fábrica (2001)

Entramos naquela reta final onde é praticamente impossível elencar os trabalhos — mas estamos aqui pra isso, né? Em 100% Charlie Brown Jr – Abalando a Sua Fábrica, a banda teve possivelmente o último grande momento generalizado de sua formação clássica.

Como em todas as próximas posições da lista, o álbum é uma união perfeita de grandes hits radiofônicos com faixas que não tiveram tanto sucesso comercial mas se tornaram muito queridas pelos fãs. Aqui, os exemplos dos primeiros casos são músicas como “Lugar ao Sol” e “Quebra-Mar”, enquanto “Sino Dourado” e “Hoje Eu Acordei Feliz” podem ilustrar o segundo caso.

Além de canções subestimadas e por vezes injustamente deixadas de lado, como “Tudo Pro Alto” e “T.F.D.P.”, o disco ainda tem um dos pontos altos no quesito composição em toda a discografia dos caras: a belíssima “Como Tudo Deve Ser”, um hino comandado por Champignon que certamente já levou muita gente às lágrimas — como tudo deve ser.

3. Nadando com os Tubarões (2000)

Já estabelecido no cenário nacional depois do sucesso de seus primeiros trabalhos, o Charlie Brown Jr. tinha toda a possibilidade de seguir fazendo “mais do mesmo” e surfar na onda de seu sucesso. No entanto, seguiu um caminho contrário com Nadando com os Tubarões, explorando novas sonoridades e soando mais pesado do que nunca até então.

Logo de cara somos recebidos como “Rubão, O Dono do Mundo”, que flerta bastante com o Skate Punk em sua vertente mais pesada. Depois, faixas como “O Penetra” e “Talvez a Metade do Caminho” voltam a seguir esse caminho do peso de um jeito pra lá de único, enquanto “Tudo Mudar” chegou para ser o grande hit radiofônico do trabalho, sem perder qualquer vestígio de sinceridade, assim como a eterna parceria com Negra Li em “Não É Sério”.

Durante seus 41 minutos de execução, Nadando com os Tubarões é uma sequência de pedradas que sempre te surpreende. “Transar no Escuro”, por exemplo, é daquelas que te faz pular da cadeira com empolgação logo nos primeiros segundos quando você ouve pela primeira vez, servindo como uma boa ilustração do sentimento de boa parte dessa obra tão icônica.

2. Transpiração Contínua Prolongada (1997)

Se a tarefa já estava difícil antes de chegarmos aos dois primeiros lugares, agora é coisa de maluco. É bem provável que a divisão seja quase 50-50 entre quem prefere qual dos dois primeiros discos da banda, mas por aqui escolhemos deixar o segundo lugar com o importantíssimo Transpiração Contínua Prolongada.

Tão influente na música brasileira, o trabalho de estreia do Charlie Brown levou os caras ao topo logo de início graças a sucessos como “Proibida Pra Mim (Grazon)”, “O Côro Vai Comê” e “Tudo Que Ela Gosta de Escutar” — todas canções que, se forem colocadas pra tocar em uma festa ou coisa do tipo, muito provavelmente serão entoadas em coro pela vasta maioria dos presentes.

Como se não bastasse isso, ainda há exemplos da característica mistura de humor e enorme musicalidade do grupo, como em “Gimme o Anel” e “Sheik”, e possivelmente o registro mais emocionante de toda a discografia em “Quinta-Feira”. A vibe mais séria e emotiva também marca presença em “Aquela Paz”, outra faixa muito querida pelos fãs.

Por fim, não dá pra deixar de lado a própria música “Charlie Brown Jr.”, que tinha tudo para ser adotada como um hino dos caras. O posto acabou ficando com “O Côro Vai Comê” — os caras do Charlie Brown invadiram a cidade! — mas a canção é muito boa e pode se encaixar entre as subestimadas.

1. Preço Curto, Prazo Longo (1999)

No topo, então, está Preço Curto, Prazo Longo. Não é incomum vermos o sucessor de um grande sucesso musical sendo ainda melhor, mas o Charlie Brown Jr. elevou isso a outro nível com o trabalho de 1999. Afinal de contas, superar o que eles haviam feito em Transpiração Contínua Prolongada não era fácil, mas os caras conseguiram se manter no topo — ou até se elevar ainda mais.

Logo de cara, o álbum abre com “Confisco”, faixa recentemente eternizada no jogo Tony Hawk’s Pro Skater 1+2 algo que já diz, por si só, o quão importante ela é para a discografia do CBJR. Depois, vem possivelmente o maior hit em “Zóio de Lula”, que virou fraseado popular, e ainda há espaço para “Te Levar Daqui”, “O Preço” e tantas outras músicas incríveis.

Prova da importância dessa obra é o recente uso de “Não Deixe o Mar Te Engolir” em uma propaganda durante as Olimpíadas, transformando uma canção constantemente subestimada em uma das novas queridinhas dos fãs e exemplificando algo que é tão forte no catálogo de uma das maiores bandas do país: a longevidade.

Não importa quanto tempo passe, quantas gerações se cruzem, o Charlie Brown Jr. seguirá vivo em forma de memória graças a uma coleção de trabalhos impecáveis, que marcaram época e seguem tendo importância na vida de tantos de nós anos depois do triste fim de um dos últimos grandes ídolos da música nacional.

Mas, antes da gente finalizar…

Menção honrosa: Acústico MTV (2003)

Geralmente, restringimos esses rankings aqui no TMDQA! para falarmos apenas de discos de estúdio. Dessa vez, no entanto, era simplesmente impossível não mencionar o Acústico MTV lançado pelo Charlie Brown Jr. em 2003, para muitos a melhor gravação da história da banda e um dos maiores discos do país.

Naquela ocasião, os astros se alinharam perfeitamente: a banda vivia talvez sua melhor fase, surfando na onda de grandes sucessos que já haviam criado um catálogo invejável, e a MTV ainda tinha uma importância gigantesca no cenário nacional. Some a isso a energia inigualável de Chorão ao vivo, a performance impecável dos músicos e a escolha certeira de participações e o resultado é algo que nunca vai se repetir na história da música nacional.

Desde a forte abertura com “Quebra-Mar”, somos levados por uma viagem ao lado de Chorão. Sem dúvidas, muitos fãs já decoraram as falas que interpolam as canções, e a compilação de 20 faixas serve como uma coleção definitiva ao incluir grandes hits, como “Zóio de Lula”, “Só Por uma Noite”, “Não É Sério” e “O Côro Vai Comê”, novas músicas, as ótimas “Vícios e Virtudes” e “Não Uso Sapato”, e parcerias incríveis com Marcelo D2, RZO e Marcelo Nova, respectivamente em “Samba Makossa” (versão do clássico de Chico Science & Nação Zumbi), “A Banca (Ratatá É Bicho Solto)” e “Hoje” (cover do Camisa de Vênus).

Pra fechar com chave de ouro, também embeleza e traz ainda mais emoção a alguns dos clássicos da pegada mais lenta, como “Quinta-Feira” e “Como Tudo Deve Ser” — essa última, aliás, introduzida por uma sessão de beat box que é tão a cara do CBJR. Uma verdadeira obra-prima!

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