Chico Science
Reprodução/Instagram

02 de Fevereiro de 1997 foi um domingo extremamente triste para a música brasileira.

Recebemos todos, a partir de Recife, a notícia de que o incrível Chico Science havia se envolvido em um acidente de trânsito e falecido, cedo demais, aos 30 anos de idade.

De acordo com relatos locais, o músico estava dirigindo sozinho o Fiat Uno de sua irmã, por volta de 18h30, fazendo a rota entre Recife e Olinda.

Em determinado ponto do trajeto, seu veículo teria sido fechado por outro e acabou colidindo contra um poste, em choque que causou danos sérios a Chico Science, socorrido por um policial que passava no local em um ônibus.

Mesmo sendo levado às pressas para um hospital, o artista não resistiu aos ferimentos e morreu antes mesmo de sua chegada para socorro.

Francisco de Assis França, o Chico Science

No início dos Anos 80, Chico Science participava de grupos de dança e Hip Hop, sendo extremamente influenciado por lendas do Funk, Blues e Soul, como Grandmaster Flash e James Brown, carregando traços desses nomes durante a carreira toda.

Ao misturar essas influências com ritmos nordestinos como o maracatu no início dos Anos 90, Chico Science trouxe inspirações como as do bloco afro Lamento Negro, de Peixinhos, subúrbio de Olinda, para a sua rotina e para os trabalhos onde envolvia outros artistas.

Foi assim que nasceu a Nação Zumbi, a partir do encontro do bloco com a banda de Pós-Punk Loustal, tornando-se um dos mais importantes nomes da história da música brasileira com quem Chico Science lançou dois discos.

Mangue Beat

Chico Science e o surgimento do manguebeat

Ao lado de nomes como Fred 04, do Mundo Livre S/A, Chico Science & Nação Zumbi levaram o chamado Mangue Beat para outras regiões do Brasil e a aceitação foi imensa.

Considerados como revolucionários por público e crítica, os músicos apresentaram uma identidade sonora original a partir da fusão de diversos estilos diferentes, todos muito percussivos.

Com shows explosivos e discos repletos de grandes canções, músico e banda rapidamente popularizaram um gênero que eles mesmos criaram, pintando o país com as cores de um dos mais importantes movimentos musicais brasileiros a cruzarem a fronteira do underground para o mainstream.

Discografia

O fatídico 02/02 nos tirou a chance de ouvir mais de Chico Science, já que ele só teve tempo para lançar dois álbuns com a Nação Zumbi, que seguiu em frente após a tragédia.

Em 1994, a estreia veio com Da Lama Ao Caos e canções geniais como a faixa título, “A Cidade”, “A Praieira” e “Samba Makossa”.

Já em 1996, o segundo disco se concretizou na forma de Afrociberdelia, que não apenas trouxe faixas autorais incríveis como “Manguetown” e “Macô”, como também uma versão inesquecível de “Maracatu Atômico”, composta por Jorge Mautner e Nelson Jacobina.

Nos Anos 90, quando vivíamos o auge da MTV, os clipes de Chico Science & Nação Zumbi também fizeram história por conta das suas linguagens fortes e impactantes, sempre carregadas de muita cor e performances inesquecíveis de artistas que davam tudo de si quando em cena.

Homenagens

Lembrando Chico Science

À época, a perda de Chico foi extremamente sentida pela comunidade musical brasileira e fãs que enxergavam no cara um dos principais expoentes do que se consolidaria como a nova geração do país.

Hoje, 25 anos depois, colegas de banda como Lúcio Maia fizeram questão de compartilhar momentos com Chico Science como esse logo abaixo em Amsterdam, e o perfil oficial da Nação Zumbi no Instagram postou uma foto do lendário músico com a seguinte legenda:

O eterno Dr. Charles Zambohead ❤️ 25 anos de saudade !

Faz muita falta, mestre!

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