M. Shadows, do Avenged Sevenfold
Foto de M. Shadows via Shutterstock

Para muita gente, o mundo das NFTs já veio e já foi. Não é o caso de M. Shadows, vocalista do Avenged Sevenfold, que em entrevista recente revelou ter ficado “obcecado” com a tecnologia, que agora vem sendo usada pela sua própria banda.

O grupo anunciou há pouco o Deathbats Club, um serviço baseado nas NFTs que vai oferecer diversas experiências únicas aos fãs — isso inclui desde ingressos gratuitos a shows até aulas de golfe, noites de poker com os músicos e muito mais.

O lançamento inicial foi gratuito e presenteou 101 fãs sortudos com as NFTs, mas no final deste mês de Novembro serão disponibilizadas mais 10 mil tokens através do site avengedsevenfold.io. Falando em nova entrevista (via Blabbermouth), M. Shadows explicou como se envolveu com esse mundo e como isso acabou chegando na banda:

Eu comprei cripto[moedas] cedo. Eu era obcecado com o espaço. Mas era um investimento. Não havia nenhuma conexão entre banda e arte; era puramente um investimento. Parecia ser o lugar para onde a internet estava indo, eu meio que vejo isso. Mas foi super legal. E aí eu descobri o CryptoPunks no final do ano passado e eu comecei a prestar atenção nele. E aí um dia eu decidi, ‘Eu tenho todo esse Ethereum, quero gastá-lo em algo.’ E eu fiquei, tipo, ‘Esses CryptoPunks parecem interessantes.’ E passando um tempo no Discord [aplicativo de conversas] e vendo a comunidade de lá, eu fiquei, tipo, ‘Isso é meio que uma relíquia.’

Quando olhamos para trás, parece meio que uma relíquia na Web 3; a primeira coisa a estar no blockchain de Ethereum foram os contratos inteligentes. E podemos debater isso. Obviamente, as pessoas falam de Curio Cards e tudo mais. Mas o Punks me interessou. Eu comprei um, eu fui pra casa, eu fiquei super assustado, tipo, ‘Por que eu gastei todo esse dinheiro nessa coisa?’. E aí eu olhava para aquilo todo dia, e eu ficava, tipo, ‘Cara, eu meio que amo essa coisa. É incrível.’ Então eu comecei a comprar CryptoPunks. E aí o Bored Apes foi lançado. Os Bored Apes — eu cunhei alguns destes. E eu vi a utilidade com a Web 3 onde eles estavam travando parte do site e você tinha acesso através disso e você pode comprar os merchs apenas se tiver o token e a comunidade estava só crescendo e crescendo e era a empolgação. E eu fiquei, tipo, cara, isso é o que todo artista que tem uma comunidade ou qualquer tipo de base de fãs deveria estar fazendo.

Porque os Bored Apes foram capazes de tirar isso do nada. Eles só fizeram um Ape e criaram uma comunidade, e foi, tipo, ‘Vamos te dar utilidade.’ Ok, mas no que isso é baseado? Bom, simplesmente uma comunidade. Se você tem uma banda ou um artista, você pode basear nessa comunidade e transformá-la em token e dar tanto a essas pessoas. Então foi assim que eu entrei nisso. As rodinhas começaram a girar e eu comecei a falar, ‘Isso parece que vai ser algo.’ Então eu fiquei obcecado. E quando você está obcecado com algo, isso encontra o caminho para o seu trabalho, para a sua arte.

Avenged Sevenfold e NFTs

Em seguida, Shadows falou sobre como surgiu a decisão de fazer algo a respeito disso com o A7X. Ele explicou que sabia que os fãs teriam dificuldade em “ouvir essas palavras que são quase como um gatilho”, se referindo a termos como “criptomoedas, blockchain e NFT”.

O cantor ainda conta que os fãs poderão ter experiências exclusivas pelo resto da vida e que o drop será único, inclusive com os 10 mil sortudos tendo a oportunidade de participar de futuros lançamentos do Avenged Sevenfold:

Nós sabíamos que se queríamos fazer algo assim, nós precisávamos ser respeitosos com as comunidades de NFT que já foram construídas e com a forma como elas funcionam. E eu e o Brian [Haner, mais conhecido como Synyster Gates] temos passado tanto tempo nesses Discords que nós realmente queríamos meio que pegar esse modelo e incorporá-lo a nós.

Então nós fomos à banda e dissemos, ‘Caras, nós realmente achamos que podemos oferecer muito mais à comunidade tendo nossos próprios tokens.’ E nós passamos de exemplo em exemplo, desde promoções semanais até coisas sendo lançadas no Metaverso. Porque nós estávamos construindo um Sandbox por cerca de um ano. O Sandbox, para quem não sabe, é um Metaverso onde estamos construindo centrais sociais ou construindo jogos.

Então ficamos, tipo, ‘E se só as pessoas que têm tokens puderem jogar os jogos? Ou e se nós pudermos dar a eles avatars e inclui-los nos jogos se você tiver o token?’. Então tudo começou a se encaixar. E nós dissemos, ‘E se nós começarmos a fracionar a música no futuro e estamos permitindo que as pessoas tenham uma participação dos lançamentos?’. E nós só continuamos pensando sobre isso e dizendo, ‘Bom, nada dessas coisas é possível sem um blockchain.’ Então a primeira coisa que precisamos fazer foi criar uma coleção, pensar sobre isso — realmente pensar sobre essa coisa.

Então nós passamos seis meses idealizando essa coisa, construindo os contratos nós mesmos, tendo certeza de que não haveria uma terceira parte envolvida. Todo o ponto dessa coisa é que seja uma conexão direta, não, ‘Ah, a gente fez essa empresa construir pra gente, e nós fizemos isso, e eu vou perguntar a eles se podemos fazer isso.’ A gente pode fazer o que quiser — é a nossa conexão.

Então nós começamos a ficar batendo papo no Discord, educando os fãs. Vários deles tiveram uma reação negativa a isso, o que nós esperávamos. E aí lentamente só continuamos reiterando de que não era um golpe, nós realmente estamos aqui, nós vamos construir essa comunidade, e está começando a acontecer. Agora chegamos a Novembro de 2021 e estamos prontos para o ‘drop’ do nosso lançamento de 10 mil [tokens], que vão ser os 10 mil que vão nos sustentar pelo resto da nossa carreira. Esses vão ser os 10 mil que você pode conseguir e é só o que vai ter.

E aí, o que achou dessa ideia?

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