Dave Grohl e Happy Chichester
Fotos: Reprodução/YouTube e Ed Spinelli (via Classic Rock)

Você provavelmente nunca nem ouviu falar de Happy Chichester, mas o músico de Ohio é um dos maiores heróis de Dave Grohl na música.

Em uma nova carta publicada pela revista Classic Rock, o líder dos Foo Fighters contou suas experiências com o músico que fez parte do Royal Crescent Mob e como ele foi tão influente para sua carreira a ponto de quase ganhar uma vaga nos Foos em 1999.

Em entrevista com a publicação, Happy comentou esse episódio:

Dave me ligou e perguntou sobre tocar no Woodstock. Eu estava doido para ajudar e me envolver. Ele tinha um estúdio na sua casa, e me perguntou se eu gostaria de ir visitar. Ele me mandou um CD com o material e eu estava pronto para ir, mas eu não ouvi mais nada e aí eu acho que algumas coisas tinham mudado.

O Dave é uma pessoa com um coração tão bom. Eu acho que o que ele ouviu foi que eu ainda estava terminando o segundo álbum do Howlin’ Maggie. E provavelmente o Dave não queria ser um destruidor de lares, tipo, entrar e canibalizar a banda. Então ele deixou pra trás e eu continuei trabalhando naquele álbum.

Não [tenho arrependimentos], na verdade. Sabe, eu não sei se eu teria encaixado muito bem com o Foo Fighters. Alguém como Chris Shiflett é simplesmente um baita guitarristas, e eu não me considero um músico tão bom assim. Mas é meio que incrível que o Dave Grohl me chamou para entrar no Foo Fighters.

Você pode ler a matéria na íntegra em inglês, incluindo a entrevista com Happy, por aqui. Abaixo, confira a carta completa de Dave com nossa tradução.

Dave Grohl falando sobre Happy Chichester

Lá em 1990, eu trabalhei na Tower Records em Washington, DC. Talvez tenha sido antes disso. Em 1987, eu namorava uma garota que tinha um disco do Royal Crescent Mob.

O Royal Crescent Mob era de Ohio. O álbum era esse tipo de álbum meio Rockfunk divertido e acelerado. Bem leve e divertido. Ela realmente curtia, nós o ouvíamos o tempo todo: ‘Omerta’. Enquanto eu trabalhava na Tower Records, o próximo disco deles foi lançado, se chamava ‘Spin the World’.

Eu comprei o álbum depois do trabalho um dia, levei pra casa, e havia uma dupla de músicas naquele disco que são duas das mais belas canções que já ouvi na minha vida. Uma se chama ‘Going to the Hospital’ e a outra se chama ‘Corporation Enema’.

As melodias e a voz… então o Harold, todo mundo o chama de Happy. Happy era o baixista, mas o Happy é um músico fenomenal em todos os sentidos — ele toca bateria, ele toca baixo, ele toca piano, ele canta, ele toca guitarra.

Eu fui vê-los tocar no 9.30 Club em Washington D.C., e quando ele subiu e cantou essas músicas, eu não estou brincando: foi quase como ouvir Stevie Wonder em uma casa de shows pequena. Explodiu minha mente pra caralho. Na época, na cena Punk Rock, isso era simplesmente muito além de quaisquer outros músicos em qualquer outra banda. Mas aquelas duas músicas naquele disco, eu juro, são duas das músicas mais bonitas que eu já ouvi na minha vida inteira.

Então o Royal Crescent Mob acaba, ele começa outra banda chamada Howlin’ Maggie, onde ele toca guitarra e canta. Eles tinham outra música chamada ‘Alcohol’, que saiu talvez em 1995. Fenomenal pra caralho, outra canção incrível. Sua voz é tão cheia de alma e bonita pra caralho. Nós nos conhecíamos naquela época, e eu não tinha ouvido nada dele em um bom tempo, e aí nos conectamos nos últimos anos.

Uma de suas músicas mais novas, que se chama ‘A Man Needs an Airplane’, só ouça essa música e me diga que ele não é… é tipo, poderia ser o Gerry Rafferty… só há algo no seu senso de melodia que é avançado.

Ele quase entrou no Foo Fighters em 1999 quando estávamos procurando por um guitarrista. Nós fomos chamados para tocar naquele desastroso Woodstock de 1999, e nós tínhamos acabado de fazer nosso terceiro disco e o Chris Shiflett ainda não tinha entrado na banda. Eu fiquei tipo, ‘Foda-se, eu vou ligar pro Happy. Ele é mais do que capaz de tocar qualquer uma dessas músicas.’ Mas não funcionou.

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