Roberto Alvim, ex Secretário de Cultura
Foto por Clara Angeleas

Nos últimos dias ficamos todos estarrecidos com um vídeo bizarro publicado pelo agora ex Secretário de Cultura do governo Jair Bolsonaro.

Através dos canais oficiais do governo federal, Roberto Alvim divulgou uma publicação que tinha várias ligações com o regime nazista de Adolf Hitler, imitando principalmente a estética de discursos de Goebbels, Ministro da Propaganda do ditador alemão.

Além disso, como pano de fundo Alvim colocou uma obra de Wagner, um dos compositores favoritos de Hitler, e ainda usou um parágrafo praticamente idêntico a uma declaração de Goebbels para falar do que gostaria que se tornasse a arte brasileira.

“Ação Satânica”

Pois bem, disso tudo você já sabe, já que o assunto foi um dos mais comentados nos últimos dias, mas agora uma mensagem enviada por Bruno pelo WhatsApp está circulando e, nela, o cara diz que errou mas que suspeita de uma “ação satânica”.

Na mensagem, ele aparentemente desmente informações anteriores de que teria escrito 90% do texto e o resto veio de assessores, que teriam colocado a parte similar ao texto de Goebbels, e também fala que “perdeu tudo por causa de um erro terrível”.

O texto, cheio de erros de Português (via Revista Fórum) é o seguinte:

Eu, Roberto Alvim, afirmo a quem interessar possa: eu escrevi o texto do meu discurso no vídeo, a partir de várias fontes e ideias, que me chegaram de muitos lugares. meus assessores Denia Magalhães, Alessandro Loiola e Alexandre Leuzinger não tem NADA a ver com a escritura. eu afirmo que não sabia que aquela frase tinha uma origem nazista, porque a frase em si não tinha nenhum traço de nazismo, por isso não percebi nada errado ali… mas errei terrivelmente ao não pesquisar com cuidado a origem e a associações de algumas frases e ideias. e assumo a responsabilidade por meu erro.

perdi tudo por causa desse erro terrível. a ópera Lohengrin foi postada por minha mulher pouco tenpo antes no facebook, por puro acaso. acho a ópera linda, e a coloquei por se tratar da ópera escrita após a conversão de Wagner ao cristianismo. o que quero dizer é que não houve NENHUMA má-intenção da minha parte. peço perdão a toda a comunidade judaica, por quem tenho profundo respeito e amor. dei a meu filho no fim do ano passado uma camiseta de ISRAEL, que ele usou ao meu lado em minha mensagem de Natal em redes sociais.

afirmo com todas as minhas forcas que tenho total repúdio pelo nazismo, assim como por quaisquer outros regimes genocidas.
como cristão, jamais me associaria com assassinos. foi tudo uma série terrível de eventos e coincidências que levaram a essa catástrofe… estou orando sem parar, e começo a desconfiar não de uma ação humana, mas de uma ação satânica em toda essa horrível história.

estou agora cuidando da minha família. essa é minha prioridade nesse momento: minha esposa e meu filho pequeno, que estão destroçados. perdão a todos que decepcionei e feri. nunca tive essa intenção. tudo o que fiz tinha como objetivo promover uma arte e uma cultura dignas e belas no Brasil. fiquem com Deus.

O Diabo no Governo Federal

Essa não é a primeira vez que o Diabo aparece nas declarações de um integrante do governo liderado pelo presidente Jair Bolsonaro.

Em 2019, o novo indicado para o posto de presidente da Funarte disse que o Rock inspirava “satanismo, aborto e drogas” em um vídeo.

Tendo sua banda citada na declaração, o baixista do Angra fez um post indignado à época.

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