Judas Priest no Rio de Janeiro
Rob Halford. Foto: Glaucon Fernandes/Eleven

O festival Solid Rock percorreu algumas capitais brasileiras com grandes atrações da edição de 2018. Recentemente a turnê passou pelas cidades de São Paulo, Curitiba e Belo Horizonte, dando uma passadinha também por Buenos Aires, na Argentina.

No último dia 11, o Rio de Janeiro também sediou a turnê. O festival foi até o KM de Vantagens Hall, casa de eventos na zona oeste da cidade. O evento ficou cheio, e não por acaso. Contava com três grandes grupos de rock: Black Star Riders, Alice In Chains e Judas Priest.

A escalação fez com que nenhum tipo de fã de rock colocasse defeito no evento. Subiram ao palco bandas que representavam, respectivamente, o hard rock, o grunge e o heavy metal.

Estivemos lá, e vamos contar para vocês como que foi:

 

Black Star Riders: a nova – e incrível – versão do Thin Lizzy

Formada no final de 2012, a banda de hard rock Black Star Riders faz sua primeira aparição no Brasil graças ao Solid Rock. O grupo, composto de ex-integrantes do grupo Thin Lizzy, leva adiante o legado de quase 50 anos de música.

Com o lançamento do álbum Heavy Fire em 2017, a banda veio para cá com repertório autoral de três álbuns de estúdio. A riqueza do repertório ficou clara ao ver que o álbum novo só ficou representado na setlist através de duas músicas: a faixa-título e a pulsante “When The Night Comes In“.

Por ser sua primeira vez no Rio, o grupo optou por mostrar um pouco de sua trajetória. Abrindo com “Bloodshot” e terminando com “Bound For Glory“, ambas faixas da estreia All Hell Breaks Loose, o álbum foi o principal foco da setlist, emplacando metade das músicas da apresentação. Já o segundo álbum, The Killer Instinct, foi representado somente através da faixa título.

Black Star Riders no Rio de Janeiro
Foto: Glaucon Fernandes/Eleven

Como é comum nas apresentações do Black Star Riders, tivemos covers de Thin Lizzy também. “Jailbreak” e “The Boys Are Back in Town” foram inseridas ao longo do repertório e logo foram reconhecidas pelos fãs.

Mesmo com uma cara de show de abertura e uma duração menor do que as outras apresentações da noite, a banda passou confiança a um público que majoritariamente a desconhecia. Muito disso se deve ao carisma e atitude do vocalista/guitarrista Ricky Warwick.

O show também fez parte da série de últimas apresentações do guitarrista Damon Johnson, que vai deixar a banda no final de 2018.

 

Alice In Chains apresenta, timidamente, seu novo álbum Rainier Fog

Aquecido após uma energética apresentação do Black Star Riders, o público se mostrou pronto para receber o Alice In Chains, uma das bandas pioneiras do movimento grunge.

Subindo ao palco pouco depois das 20h10, o grupo abriu fazendo todo mundo pular com “Check My Brain“, com a ajuda de um espetáculo de luzes. Em uma apresentação impecável, o grupo viajou entre os quase 30 anos do Alice In Chains, tocando músicas de todos os álbuns lançados.

Alice In Chains no Rio de Janeiro
Foto: Alessandra Tolc

O mais recente lançamento, Rainier Fog, foi apresentado pela primeira vez ao público carioca. Mas o grupo optou por fazer uma apresentação mais geral. Isso resultou em uma setlist com apenas duas canções do novo álbum. “Never Fade” foi apresentada logo no início do show após a explosiva abertura e “Again“, do álbum homônimo de 1995. “Tamo junto”, brincou o guitarrista Jerry Cantrell quando o grupo se dirigiu pela primeira vez ao público, antes de falar sobre o novo lançamento.

A outra canção que representou Rainier Fog foi “The One You Know“. Por conta de seu peso e relevância no novo trabalho (foi o primeiro single lançado), ganhou destaque como uma das últimas da setlist, posicionada entre os maiores sucessos do grupo.

As mais famosas e emblemáticas do Alice In Chains ficaram para o final, o que fez com que o público ficasse cada vez mais entusiasmado e envolvido com a apresentação. Os pagantes cantaram quase em uníssono o maior hit da banda, “Man In The Box“, mas também acompanharam bem o vocalista William DuVall durante as performances de “Would?” e “Rooster“. A última foi responsável pelo fim definitivo da apresentação, e deixou um gostinho de “quero mais”.

Foi a última apresentação da banda em 2018. “Muito obrigado por terem vindo”, agradeceu DuVall ao microfone enquanto apresentava a formação do grupo, com Sean Kinney na bateria e Mike Inez no baixo.

 

Judas Priest explode o KM Hall com chuva de sucessos

Como se as duas bandas anteriores já não fossem suficientes para levar à loucura o público presente, o ponto alto da noite ficou com o Judas Priest.

A banda, formada em 1969, se mostrou em forma, talvez melhor do que nunca. O público, em êxtase, esperava ansiosamente o início da apresentação diante de um pano que cobria todo o palco, contendo trechos de algumas músicas do Judas Priest. Pontualmente às 22h, “War Pigs“, do Black Sabbath, começou a tocar ao fundo. Era a deixa para que o público se preparasse para uma incrível entrada.

A cortina caiu e os membros entraram no palco, já conciliando a alta expectativa do público com a faixa- título do elogiado novo álbum do grupo, “Firepower“. O mais recente lançamento, por sinal, foi o mais representado no repertório. “Lighting Strike“, “No Surrender” e “Rising From Ruins” foram inseridas ao longo da setlist sem fazer o andamento do show cair. A performance da última contou ainda com o vocalista Rob Halford segurando um sabre de luz à la Star Wars.

Não houve sequer um momento em que a apresentação se dispersou. Mesmo as faixas mais simples e menos populares tiveram a atenção total do entusiasmado público. Muito disso pode ser justificado pelo incrível carisma dos integrantes. Não apenas de Rob: Andy Sneap (guitarra), Ian Hill (baixo) e Scott Travis (bateria) aparentavam estar confortáveis. Mas o destaque mesmo ficou para o show à parte dado pelo guitarrista Richie Faulkner.

Richie Faulkner (Judas Priest) no RJ
Richie Faulkner. Foto: Pedro Henrique Pinheiro

Não parando quieto em nenhum momento, Faulkner não deixou o público em paz. Sempre brincando e jogando palhetas para os fãs (ele precisou solicitar mais à produção), o guitarrista mostrou a característica “atitude rock n’ roll” aos fãs da banda. Isso sem falar em seus solos. Não tem como não falar de uma apresentação do Judas sem ao menos citar o talento de Richie.

Assim como aconteceu em São Paulo, a banda homenageou Ayrton Senna durante a faixa “Freewheel Burning“. Foram exibidas diversas fotos do piloto no telão enquanto a banda executava a música. Uma curiosidade é que o endereço do evento também é uma homenagem a ele: a Avenida Ayrton Senna.

A apresentação viajou entre os maiores sucessos do grupo sem deixar o novo álbum de lado (cujas ótimas músicas podem muito bem vir a se tornarem clássicos em breve). Teve até cover: o Judas Priest tocou sua versão (bem) mais pesada de “The Green Manalishi (With The Two Prong Crown)“, do Fleetwood Mac.

Os mais de 100 minutos de show tiveram direito até a bis. Os músicos deixaram o palco após a performance do hit “Painkiller“, mas logo retornaram. Na volta, a banda tocou “Electric Eye“, o sucesso “Breaking The Law” e encerrou com “Living After Midnight“.

Colocando a boa forma dos músicos e a qualidade da apresentação à parte, muito da boa impressão do show se deu graças à produção do palco, que contou com um incrível cenário (em homenagem ao novo álbum), uma moto em pleno palco e sabres de luz.

Rob prometeu que o Judas Priest volta logo ao Brasil, e torçamos para que ele cumpra com a palavra. Também aceitamos mais vindas do Alice in Chains (até para conhecermos melhor o Rainier Fog ao vivo) e do Black Star Riders.

Confira abaixo algumas fotos das apresentações, tal como as setlists:

Setlist Black Star Riders no KM de Vantagens Hall
1. “Bloodshot”
2. “All Hell Breaks Loose”
3. “Jailbreak” (cover de Thin Lizzy)
4. “The Killer Instinct”
5. “Heavy Fire”
6. “Before The War”
7. “When The Night Comes In”
8. “The Boys Are Back In Town” (cover de Thin Lizzy)
9. “Kingdom Of The Lost”
10. “Bound For Glory”

Setlist Alice In Chains no KM de Vantagens Hall
1. “Check My Brain”
2. “Again”
3. “Never Fade”
4. “Them Bones”
5. “Dam That River”
6. “Hollow”
7. “Nutshell”
8. “No Excuses”
9. “We Die Young”
10. “Stone”
11. “It Ain’t Like That”
12. “Man In The Box”
13. “The One You Know”
14. “Would?”
15. “Rooster”

Setlist Judas Priest no KM de Vantagens Hall
1. “War Pigs” (introdução, tocada ao fundo)
2. “Firepower”
3. “Running Wild”
4. “Grinder”
5. “Sinner”
6. “The Ripper”
7. “Lightining Strike”
8. “Desert Plains”
9. “No Surrender”
10. “Turbo Lover”
11. “The Green Manalishi (With The Two Prong Crown)” (cover do Fleetwood Mac)
12. “Night Comes Down”
13. “Rising From Ruins”
14. “Freewheel Burning”
15. “You’ve Got Another Thing Comin’”
16. “Hell Bent For Leather”
17. “Painkiller”
18. “Electric Eye”
19. “Breaking The Law”
20. “Living After Midnight”

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