6 – A luta contra a AIDS

Cazuza

Depois de um primeiro susto, em 1985, quando Cazuza permaneceu por 15 dias num hospital com uma infecção e fez o teste para ver se tinha HIV, que deu negativo, a suspeita se tornaria triste realidade em 1987. O cantor foi internado com pneumonia, fez o exame novamente e dessa vez o resultado foi positivo. O cantor finalizou a turnê do disco Só se for a Dois e foi com os pais para Boston, para tentar um tratamento inicial contra a doença. Depois de meses em tratamento com AZT, remédio pesado usado no tratamento contra a AIDS, ele voltou ao Brasil para começar a produção e gravação do álbum Ideologia, com os clássicos “Ideologia”, que deu nome ao trabalho,  “Brasil” e “Faz Parte Do Meu Show”.

 

7 – Produção em larga escala

Cazuza e amigos

Desde que descobriu sua doença, Cazuza decidiu que não podia parar. Começou a compor, gravar, escrever, cantar e permanecer todo o tempo que podia em estúdio, produzindo conteúdo. Ele queria deixar sua marca, fazer história, sem lembrado. Sabia que não tinha muito tempo para viver e queria viver tudo ao máximo. O cantor também tentou de tudo para viver o máximo possível, tinha uma sede de vida que era insaciável e fez tudo o que podia ser feito, desde tomar remédios em fase de teste a tratamentos menos recomendados.O Tempo Não Para, seu maior sucesso comercial, foi desta época, assim como Burguesiade 1989, que foi gravado com o cantor em uma cadeira de rodas e com a voz mais fraca, mas foi um marco da carreira do cantor.

 

8 – Assumir a doença e conscientizar pessoas

Cazuza-Revista-Veja

Decidido a assumir ser soropositivo e a criar consciência a respeito da doença, o cantor cedeu entrevistas a diversos veículos de comunicação a partir do final de 1988, começando por Marília Gabriela. Na ocasião, ele usou a seguinte frase para convencer seus pais de que aquilo era o melhor a fazer: Eu canto uma música que diz: “Brasil, mostra a tua cara!”. Tenho que mostrar a minha porque assim não estaria sendo coerente comigo, com as coisas que canto e em que acredito e muito menos coerente com o meu público. A entrevista que mais marcaria as declarações do cantor a respeito da doença seria a publicada como capa da Revista Veja de 26 de abril de 1989. A foto usada era uma sentença de morte por si só e a manchete “Cazuza. Uma vítima da AIDS agoniza em praça pública” reforçava esse ponto. Depois de ler a matéria, Cazuza só se disse chateado com a dúvida imposta a seu trabalho pelos jornalistas. O último parágrafo da matéria dizia: “Cazuza não é um gênio da música. É até discutível se sua obra irá perdurar, de tão colada que está no momento presente. Não vale, igualmente, o argumento de que sua obra tende a ser pequena devido à força do destino: quando morreu de tuberculose em 1937, Noel Rosa tinha 26 anos, cinco a menos que Cazuza, e deixou compostas nada menos que 213 músicas, dezenas delas obras-primas que entraram pela eternidade afora. Cazuza não é Noel, não é um gênio. É um grande artista, um homem cheio de qualidades e defeitos que tem a grandeza de alardeá-los em praça pública para chegar a algum tipo de verdade”. O tempo (que não para, Cazuza!) veio mostrar o quão errados esses caras estavam quando escreveram isso.

http://www.youtube.com/watch?v=kWSahr_NqUI

 

9 – Um dos maiores compositores da música brasileira

Cazuza-Lobão

Quando perdeu sua última batalha pela vida em 7 de julho de 1990, Cazuza  tinha 32 anos, 9 anos de carreira, 126 músicas gravadas, 78 inéditas e 34 compostas para outros intérpretes. Esse legado, que ele queria tanto deixar, o transformou posteriormente em um dos compositores mais aclamados da música brasileira, tanto por sua dedicação ao rock como por sua conversa  com outros estilos, tendo composto do blues ao pop e se aventurado em regravações que foram desde Os Paralamas do Sucesso até Cartola, por quem tinha grande admiração não só pela voz e pela história, mas também por terem o nome em comum (Agenor!). Entre os artistas que gravaram ou apresentaram músicas de Cazuza ou ainda em sua homenagem estão Ney Matogrosso, Cássia Éller, Renato Russo, Barão Vermelho, Leoni, Lobão, Kid Abelha e Sandra de Sá, entre outros. O cantor também recebeu como homenagem o filme Cazuza – O Tempo Não Paralançado em 2004, que tem o ator Daniel de Oliveira vivendo o papel principal.

http://www.youtube.com/watch?v=pRntuhzWW5k

 

10 – Sociedade Viva Cazuza

Cazuza e família

Criada por João e Lucinha Araújo em 1990, a Sociedade Viva Cazuza foi uma homenagem dos pais ao cantor e tem como objetivo oferecer assistência a crianças e adolescentes carentes e portadores do vírus da AIDS, além de assistência social a pacientes adultos em tratamento. A sociedade também divulga informações sobre a doença e faz esclarecimento de dúvidas para leigos. Atualmente, a Viva Cazuza ainda conta com um Projeto de Adesão ao Tratamento, que atende aproximadamente 140 pacientes por mês que estão em tratamento na rede pública de saúde do Rio de Janeiro.

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