Quando deixou o Arctic Monkeys em 2006, logo após o lançamento avassalador do álbum Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not, Andy Nicholson tinha apenas 19 anos. Agora, ele relembra esse episódio “devastador” em sua vida.
Em entrevista à BBC Sheffield, o músico revisitou os bastidores de sua saída da banda, da troca por Nick O’Malley à difícil adaptação a uma vida completamente diferente da que imaginava.
Andy integrou o Arctic Monkeys desde seu início em 2002, sendo peça importante na primeira fase do grupo de Sheffield. No entanto, problemas pessoais fizeram com que ele tirasse um período curto de afastamento durante a intensa rotina de turnês da época. Foi nesse intervalo que O’Malley entrou como substituto temporário, e nunca mais saiu.
Eu estava lidando com alguns problemas familiares na época. Tirei um tempinho de folga. Chamamos o Nick para me cobrir. E então a banda voltou e disse que queria manter o Nick na [formação], o que naquele momento foi devastador para mim, sendo um garoto de 19 anos, e esses outros garotos de 19 tomando decisões enormes que afetavam vidas, muitas vidas.
Demorou muito para superar, mas tudo acontece por um motivo… Agora eu lido com isso de forma positiva. Somos todos amigos. Está tudo bem agora. E o universo entrega o que precisamos.
O músico contou que a forma como parte da mídia britânica o tratou na época só intensificou o impacto emocional da saída. “Eu era um cara maior naquela época, então eles só se referiam a mim como ‘o gordo’ ou qualquer outra coisa que diziam”, relatou.
Andy Nicholson no Arctic Monkeys
Nicholson também rebateu a narrativa de que ele teria perdido o interesse em permanecer no grupo. “Disseram que eu não queria mais aquilo e não queria estar lá – e isso não é verdade. Eu ainda estaria lá se estivesse lá, mas, como eu disse, o universo tinha outros planos para mim,” o músico afirmou.
Vendo os ex-colegas crescerem rapidamente enquanto ele lidava com várias incertezas, Andy descreve os primeiros meses após a ruptura como um choque profundo.
Eu fui de ter os próximos dois anos da minha vida todos planejados… a não saber nem o que eu ia fazer no dia seguinte. […] Você não sabe onde está. Você nem é adulto aos 19. Você não está mentalmente equipado para lidar com a situação em que me encontrei.
O processo de compreender o que havia acontecido foi lento e exigiu anos.
Demorou muito tempo, 10, 15 anos para realmente conseguir digerir plenamente e entender o que tinha acontecido… sem nem perceber que havia um problema dentro de mim até que eu comecei a enfrentar isso quando precisei enfrentar.
Hoje, Nicholson enxerga sua trajetória com gratidão e maturidade. “Agora eu não mudaria nada… porque a vida que eu tenho hoje é uma vida linda.”
Confira a entrevista abaixo.
