Roger Waters (Pink Floyd) tocando violão
Foto de Roger Waters via Shutterstock

A gente sabe que Roger Waters não tem papas na língua e fala o que acha que precisa falar sempre que se faz necessário. Acontece que o ex-baixista do Pink Floyd acredita que foi colocado em uma “lista de morte” depois de se manifestar sobre o conflito armado na Ucrânia.

Como apontou a Loudersound em Agosto, Waters apareceu na CNN e acusou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de ser um “criminoso de guerra” por não encorajar o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a negociar com a Rússia para pôr fim ao conflito.

“Esta guerra é basicamente sobre a ação e reação da OTAN empurrando até a fronteira russa. O que eles prometeram que não fariam quando [Mikhail] Gorbachev negociou a retirada da URSS do toda a Europa Oriental,” disse Roger na época ao jornalista Michael Smerconish.

Na sequência da conversa, o músico afirmou ter sido incluído na tal lista (supostamente sancionada pelo governo ucraniano) como um “Inimigo da Ucrânia”, sendo que ela aparece no site da Myrotvorets (em tradução livre, algo como “Pacificador”).

Como aponta o Louder Sound, o endereço eletrônico tem conteúdos muito pesados como fotos gráficas de soldados russos mortos e apresenta o que seriam 187 mil nomes de pessoas que fizeram críticas ao governo ucraniano e estariam “em perigo”, divulgando seus endereços residenciais, números de telefone e detalhes de contato.

O site de esquerda do Reino Unido The Canary, inclusive, já havia identificado o nome de Waters na lista em um artigo publicado em Maio, afirmando que o músico estava no banco de dados por ser acusado de “propaganda anti-ucraniana”.

Vários sites relataram que quando alguém neste banco de dados morre, citando o caso do jornalista italiano Andrea Rocchelli, morto a tiros em 2014, a palavra ucraniana ЛИКВИДИРОВАН [“LIQUIDADO”, em português] fica estampada em sua foto.

Tenso!

Roger Waters em “lista de morte” do governo da Ucrânia

Em nova entrevista à Rolling Stone, o lendário artista disse que pelo menos algumas das notícias da linha de frente na Ucrânia são “propaganda ocidental”:

Não se esqueça, estou em uma lista de assassinatos que é apoiada pelo governo ucraniano. Estou na porra da lista e eles mataram pessoas recentemente. Havia aquela jovem Dugina [Darya Dugina, 29 anos, morta em Agosto por um carro-bomba nos arredores de Moscou] que eu acho que eles estavam tentando bombardear o pai dela. Eles estavam tentando bombardear o sogro dela [seu pai Aleksandr, um comentarista/filósofo político de direita] e eles a mataram. Mas quando eles matam você, eles escrevem liquidado na sua foto. Bem, eu sou uma daquelas fotos de merda. Não fique com a ideia de que a notícia que você está recebendo é real. É uma guerra desnecessária. E essas pessoas não deveriam estar morrendo. E a Rússia não deveria ter sido encorajada a invadir a Ucrânia depois de tentar por 20 anos evitá-la sugerindo medidas diplomáticas aos governos ocidentais.

Lamentável.

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