
A Cleveland State University, nos Estados Unidos, enfrenta uma onda de protestos após retirar do ar a WCSB 89.3 FM, rádio universitária gerida por estudantes há quase 50 anos e mais voltada ao Rock e música alternativa.
De acordo com uma reportagem da SPIN, a medida veio para substituir a programação por uma transmissão contínua de Jazz operada pela Ideastream Public Media, conglomerado responsável por afiliadas da NPR e da PBS em Cleveland. A decisão, tomada sem aviso prévio, foi colocada em prática no dia 3 de outubro, justamente no feriado nacional para celebrar as rádios universitárias.
Fundada em 1970, a WCSB sempre funcionou como um espaço aberto para experimentação sonora, reunindo Rock, Punk, Metal, Jazz, música experimental e produções locais. A estação também era um laboratório prático para estudantes interessados em comunicação, música e produção cultural, além de manter um dos maiores acervos físicos de música da região, com centenas de milhares de discos, CDs e fitas.
A mudança ocorreu após a universidade firmar um acordo de oito anos com a Ideastream, transferindo o controle da frequência. A administração da CSU justificou a parceria como uma oportunidade educacional para os alunos, citando estágios e colaborações futuras. No entanto, documentos e comunicados divulgados posteriormente indicam que não há garantias claras de participação efetiva dos estudantes na nova programação.
Protestos após fim de rádio voltada ao Rock
A reação foi imediata. Estudantes, ex-programadores, ex-alunos e membros da comunidade passaram a protestar no campus e em reuniões públicas. O movimento ganhou força sob a liderança de Alison Bomgardner, última gerente-geral estudantil da WCSB, que ajudou a organizar o coletivo XCSB. O grupo passou a atuar como uma extensão simbólica e política da rádio, promovendo manifestações, ocupando espaços institucionais e mantendo viva a discussão sobre o papel da emissora.
A controvérsia extrapolou a universidade. O Conselho Municipal de Cleveland pediu que a decisão fosse revertida, enquanto reuniões do conselho de financiamento cultural da região foram marcadas por críticas à Ideastream e pedidos para que recursos públicos fossem reavaliados. Para os manifestantes, o caso não é isolado, mas parte de um movimento mais amplo de universidades que encerram rádios estudantis e as incorporam a redes maiores, em nome de cortes de custos e “otimização”.
Complicado…
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