
Veja o resumo da notícia!
- A turnê do álbum 'FIM DO MUNDO' consolida a carreira da banda menores atos, com shows por diversas cidades brasileiras e grande receptividade do público.
- O álbum 'FIM DO MUNDO' é eleito o Melhor Disco de Rock Alternativo de 2025, resgatando a memória do primeiro álbum e marcando um ciclo importante.
- A banda explora novas sonoridades, incorporando elementos eletrônicos e amadurecendo a produção musical com referências diversas.
- Colaborações com outros artistas e a superação de desafios internos fortalecem a banda, pavimentando o caminho para o futuro e novos projetos.
Depois de circular o país com a turnê de FIM DO MUNDO, seu terceiro álbum de estúdio, o menores atos chega ao fim de 2025 vivendo uma das fases mais sólidas da carreira.
O disco, que guiou toda a agenda do ano e foi lançado em Janeiro pela Deck, mergulhou o trio carioca em um processo de reinvenção que se refletiu no palco e nos bastidores. A resposta do público confirmou o impacto desse novo momento e, por isso, preparou o caminho para o reconhecimento que viria em seguida.
Eleito Melhor Disco de Rock Alternativo de 2025 pelo Prêmio TMDQA!, FIM DO MUNDO consolidou o alcance do grupo e reforçou o vínculo afetivo entre a banda e seus ouvintes. O prêmio também reabriu uma memória forte: há 11 anos, Animalia, primeiro disco da banda, estreava no TMDQA! e apontava o futuro que começava a se desenhar. Voltar a esse lugar, agora com outro peso, emociona o guitarrista, vocalista e compositor Cyro Sampaio e resume o quanto esse ciclo carrega história.

A turnê de FIM DO MUNDO ainda terá dois capítulos importantes neste ano. No dia 19/12, o Hangar 110, em São Paulo, recebe um show especial com abertura das bandas boasorte e jonabug. Dois dias depois, no Experience Music, no Rio de Janeiro, o trio fecha o ano com uma noite que promete clima de celebração no palco que também recebe Troá e Melton Sello.
Antes desses encontros, Cyro conversou com o Tenho Mais Discos Que Amigos! sobre estrada, trajetória, processo criativo e os atos que conduzem o momento atual da banda.
Entre cidades, distâncias e o abraço do público
A turnê de FIM DO MUNDO passou por tantas cidades que o trio ainda tenta assimilar tudo o que viveu. Mesmo assim, algumas regiões ficaram para depois. Cyro cita a região Norte, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo como destinos que a banda espera alcançar em breve. Mesmo assim, o saldo foi marcante.
“Parece que quanto mais longe de casa, mais carinho a gente recebe”, conta. A reação ao repertório novo surpreendeu. FIM DO MUNDO entrou rápido no afeto dos fãs e se misturou ao repertório clássico sem esforço.
A cada show, a banda via plateias inteiras cantando as faixas recentes como se fossem antigas. “Conseguimos apresentar bastante do disco novo no show, sem deixar de tocar as mais clássicas, claro, mas foi muito bonito ver todo mundo cantando todas com a gente, independente da quantidade de público, sempre com muita emoção”, lembra Cyro.
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Essa resposta estabilizou a energia do grupo. A estrada costuma testar limites e exige flexibilidade, no entanto, no caso do trio, o processo acabou reforçando vínculos. “Eu e o Celso [Lehnemann] já estamos juntos nessa há muito tempo. Temos uma dinâmica boa. Funciona bem”, conta Cyro.
A dura saída do baterista Ricardo Mello (Bola), em Agosto de 2023, abriu espaço para novas conexões e para a entrada de novos nomes. Gu Marquardt gravou as baterias de FIM DO MUNDO e, depois, André Abreu assumiu os palcos. Com o tempo, a banda encontrou uma nova química e, desse modo, estabilizou a fase atual. “Apesar da sequência pesada de shows, ainda estamos em lua de mel e tem sido uma experiência muito agradável, sem grandes desgastes e com muita parceria”, resume Cyro.
Ciclo que volta ao ponto de partida
Quando o TMDQA! anunciou FIM DO MUNDO como Melhor Disco de Rock Alternativo de 2025, Cyro sentiu um impacto que misturou tempo, memória e afeto. O reconhecimento confirmou a intuição de que o álbum tinha conquistado o lugar que a banda desejava em termos de produção, sonoridade e alcance. No entanto, trouxe também uma camada simbólica difícil de traduzir.
Foi uma grande realização pra gente, de verdade! […] Ter esse reconhecimento do TMDQA! nos pega num lugar ainda mais afetivo porque tem 11 anos que vocês ouviram o Animalia e enxergaram todo um caminho pela frente pra nós. Esse prêmio é uma assinatura embaixo da resenha que vocês publicaram em 2014. Que bom estarmos aqui emocionando e emocionados novamente, 11 anos depois.”
A sensação ecoa a própria trajetória do grupo. O crescimento foi orgânico e contínuo. Parte nasceu no pequeno circuito underground do Rio de Janeiro, entre casas como a Audio Rebel e a saudosa Planet Music. Parte cresceu quando o público passou a cantar alto demais para o sucesso do menores atos ser ignorado.
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Por consequência, essa construção criou uma base sólida que sustenta o trio até hoje. Cada conquista é uma consequência natural de anos de estrada, dúvidas e persistência. E essa percepção reforça o peso emocional do momento.
Por isso, Cyro reflete sobre o que diria para si mesmo lá no início, quando ainda buscava entender aonde a banda poderia chegar. “Acho que eu diria: Como é que eu posso me arrepender se eu não tinha outra opção? Eu sou o que me trouxe até aqui”, citando trechos das faixas “tudo no mesmo lugar” (de FIM DO MUNDO) e “O Que Te Trouxe Até Aqui” (de Lapso, segundo álbum do trio, de 2018).
Som em expansão e o processo que moldou o disco
FIM DO MUNDO traz o menores atos mais seguro, curioso e inquieto. A sonoridade amplia o que o trio já explorava, mas mantém elementos que remetem ao início. Cyro percebe no disco um diálogo entre a intensidade de Animalia e o cuidado de quem viveu e amadureceu por uma década.
A gente tinha na nossa cabeça alguns elementos que queria usar e, com a história do disco já ‘criada’, foi um trabalho grande, música por música, pra gente conseguir chegar onde a gente imaginava. Certamente, foi o disco em que mais trabalhamos na produção, colocando nós mesmos a mão na massa e, literalmente, cozinhando canção por canção. Acho que é um disco que respeita muito o nosso legado, mas, na minha opinião, nos leva a outro patamar.”
A abertura para elementos eletrônicos surgiu de forma natural. Cyro começou a experimentar com uma drum machine e percebeu que a estética do disco pedia esse tipo de urgência. A banda buscou referências em nomes como Nine Inch Nails e Radiohead, montando camadas que ajudaram a criar a atmosfera tensa do álbum.
“Acho que a vontade de explorar esses elementos já vinha crescendo faz tempo, mas o projeto todo desse álbum acabou levando a gente pra esse lugar também. Afinal, é o FIM DO MUNDO, precisava dessa urgência, desse contexto, dessa tensão sonora”, revela.
O álbum se organiza em três passagens que dialogam entre si: VAZIO, EM DEMOLIÇÃO e DEPOIS DO SOL E DA CHUVA. O conceito, sugerido pelo diretor executivo do projeto, Mateus Simões, ajudou a amarrar a narrativa. “Foi como montar um quebra-cabeça”, lembra Cyro.
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As colaborações com Rodrigo Suricato e Ale Sater reforçaram a densidade do álbum. Ambas nasceram de conexões afetivas e da confiança musical que o trio construiu ao longo dos anos. Ale Sater, por exemplo, já era um amigo próximo. Cyro ouviu sua própria faixa e sentiu que “gravidade” combinava com a voz de Sater. O resultado superou o esperado. “Ficou dez vezes melhor do que eu imaginava”, confessa.
Conquistas, maturidade e continuidade
Entre os destaques do ano da banda estão os cinquenta shows e as trinta e sete cidades visitadas. Cyro lembra que o trio sempre preferiu construir tudo aos poucos. Por isso, a maior conquista que FIM DO MUNDO trouxe foi a possibilidade de seguir.
“A nossa história sempre foi muito pé no chão, degrau por degrau. Nossas conquistas são muito do dia a dia mesmo, tentando sempre ocupar novos espaços, chegar em mais ouvidos. Esse álbum nos permitiu continuar. Continuar por mais um ano, por mais uma turnê”, diz Cyro.
Isso resume o espírito dessa fase. Existe gratidão pelo caminho percorrido e uma sensação de firmeza sobre o que ainda pode vir. Em clima leve, Cyro até brinca: “A gente já se imaginou até ganhando Grammy”, mas a piada carrega a confiança de quem sabe a força que o disco ganhou na estrada.
O futuro mantém essa lógica e, por isso, a banda prefere expandir o universo do disco ao invés de mudar de rumo. Um formato acústico já está no horizonte, mas o foco é seguir criando com liberdade e ocupando novos espaços.
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Essa visão nasceu das lições dos últimos anos. As trocas, os ajustes e as incertezas deixaram claro o tamanho do que o menores atos representa para quem os acompanha. “Criamos algo maior do que nós individualmente”, afirma Cyro.
Eu sinto que o menores atos e as músicas que criamos ocupam um espaço cativo no coração de quem nos acompanha e é uma grande responsabilidade da nossa parte o que a gente faz com isso. Fico feliz por termos seguido em frente e o objetivo é sempre enfrentar mesmo os obstáculos, com convicções e dúvidas, mas sempre entregando o máximo de nós, enquanto o amor pelo que a gente faz for o principal combustível.”
Da mesma forma, a evolução lírica também acompanha esse sentimento. Cyro se vê mais honesto, mais claro e mais maduro em FIM DO MUNDO. “O contexto do disco era mais direto. A escrita precisava acompanhar isso”, diz. O resultado abriu caminhos que ainda estão sendo descobertos e revelam um trio que, mesmo depois de 11 anos, ainda se reinventa.
menores atos em duas noites especiais em SP e no RJ
Os compromissos de 2025 terminam com duas noites celebrativas. No lendário Hangar 110, em São Paulo, no dia 19/12, o trio divide o palco com boasorte e jonabug em um set diferente dos outros que apresentou ao longo do ano. No Experience Music, em terras cariocas, o trio divide a noite de 22/12 com Troá e Melton Sello. Cyro aproveita para avisar: “As bandas de abertura são um evento à parte. Vale demais conferir!”
Os ingressos para o show de São Paulo podem ser adquiridos aqui, com preços entre R$60,00 a R$90,00. Já para o show do Rio de Janeiro, que está no terceiro e último lote, os bilhetes estão disponíveis nesta bilheteria pelo valor de R$60,00.
O repertório trará músicas que estavam fora dos palcos e algumas participações especiais. Gabriel Zander (Zander, Noção de Nada, Deluxe Trio) já está confirmado em São Paulo, e outras presenças serão anunciadas nos próximos dias. “É pra ninguém se arrepender”, diz Cyro. As noites terão merch exclusivo e simbolizam o encerramento da etapa mais intensa da turnê em 2025.
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As duas apresentações que encerram 2025 destacam a força que FIM DO MUNDO ganhou desde o lançamento. Os palcos de São Paulo e do Rio confirmam a fase sólida que o trio vive e fecham um ano decisivo, marcado por reconhecimento, reinvenção e um diálogo ainda mais forte com o público.
Agora, com a agenda do ano concluída, o menores atos mira os próximos passos. O disco continua vivo e abrindo novas portas, enquanto o trio mantém o compromisso de crescer, experimentar e chegar a novos lugares. A história avança e, por consequência, 2026 começa com terreno fértil depois do FIM DO MUNDO.
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