
jumorelo não apenas entra na cena do indie rock e da música alternativa brasileira: ela a energiza com uma perspectiva lírica e sonora singular. Nascida em Santo André (SP), mas com a alma musical influenciada por Minas Gerais, a artista apresentou recentemente um cartão de visitas completo: seu EP de estreia, me chame como quiser.
Longe de ser apenas uma coleção de canções, o projeto de 6 faixas é um mergulho corajoso na intimidade, onde Julia utiliza a fusão de guitarras indie, texturas experimentais e a pulsação do indie psicodélico para mapear a complexidade do coração. Sob a tutela do coletivo Ante_ontem, a artista encontrou o equilíbrio perfeito entre a delicadeza melódica da MPB (herança de referências como Cássia Eller e Tulipa Ruiz) e uma sonoridade contemporânea e arrojada.
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O violão que sobrou, virou voz
A história de jumorelo é marcada por um acaso que se transformou em vocação: o violão originalmente destinado à sua irmã canhota – e que acabou ficando inutilizado devido a um detalhe técnico de inversão de cordas – foi o instrumento que a conectou de forma decisiva com a música. A partir desse reencontro, e impulsionada por uma performance da banda Jovem Dionísio, a artista decidiu profissionalizar a sua paixão.
O resultado? Um EP que se propõe a ser mais que entretenimento, e sim, um exercício de catarse. me chame como quiser se concentra em narrativas sobre relacionamentos que se transformaram ao longo do tempo. A artista consegue tecer vivências estritamente pessoais em tecidos universais, abordando o desejo, o amor, o afeto e o autoconhecimento com uma profundidade rara.
Sua autenticidade já havia sido sentida nos singles que antecederam o EP. Julia explorou o vazio e a falta de reciprocidade em “você não sabe”, e depois, em colaboração com pedro lanches, transformou o fim de um ciclo nas marcas permanentes de “tatuagens escondidas”. A experimentação ousada atingiu o auge com a faixa “algo me trouxe aqui”, de ritmo sensual e instrumental intimista que brinca com a química cerebral.
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Da intimidade à consagração técnica
As outras 3 faixas (“resposta”, “tralha” e “não vai voltar”) mesclam versatilidade e excelência musical. O tratamento de som do EP é de altíssimo nível, destacando o cuidado de Julia em sua estreia.
A sonoridade amadurecida foi finalizada por profissionais experientes: a mixagem ficou a cargo de Thiago Baggio, e a masterização foi assinada por Maurício Gargel.
me chame como quiser é, em essência, um convite para o ouvinte se apropriar das histórias e se encontrar nas cicatrizes musicais de jumorelo. Com sua capacidade de equilibrar sensibilidade lírica e uma produção forte, a artista está pronta para ser um dos nomes mais relevantes da nova safra do pop alternativo brasileiro.
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