JK Rowling diz que ignorou conselhos de pessoas próximas ao falar sobre pessoas trans

Pensando na repercussão, entes queridos de JK Rowling "imploraram" para que ela não compartilhasse suas opiniões sobre pessoas transgêneros. Saiba mais.

JK Rowling, autora de Harry Potter
Foto por Debra Hurford Brown

JK Rowling, autora da famosa série de livros Harry Potter, tem enfrentado uma série de críticas nos últimos anos por conta de suas declarações sobre pessoas trans.

Recentemente, ela revelou que entes queridos tentaram evitar que isso acontecesse, pedindo – aliás, “implorando” – para que ela não compartilhasse suas opiniões polarizadas sobre as mulheres trans.

Em um novo livro de ensaios, The Women Who Wouldn’t Say Wheesht, publicado no The Times (via The Independent), Rowling conta em um trecho que inicialmente conseguiu manter em sigilo seus pensamentos sobre o assunto, mas confessou que se sentiu culpada por “não apoiar outras mulheres”:

[…] porque as pessoas ao meu redor, incluindo algumas que eu amo, imploravam para que eu não falasse.

Então observei do lado de fora como mulheres com tudo a perder se reuniram, na Escócia e em todo o Reino Unido, para defender os seus direitos. Minha culpa por não estar com eles estava comigo diariamente, como uma dor crônica.

O livro mencionado é uma coleção de mais de 30 ensaios e fotografias de mulheres na Escócia que afirmam estar “na linha de frente da batalha pelos direitos das mulheres”.

JK Rowling e comentários trasnfóbicos

A obra apresenta opiniões de mulheres que não apoiam os planos de reforma de gênero do governo escocês, assim como Rowling, que há pouco tempo argumentou que as propostas infringem a segurança das mulheres.

Como te falamos em abril, a Escócia aprovou uma nova lei contra crimes de ódio, que busca penalizar comportamentos ameaçadores ou agressivos que visam “incitar ódio” relacionado a características pessoais que alguém tenha ou aparente ter — incluindo idade, deficiência, religião, orientação sexual, identidade transgênero ou pessoas intersexo.

Depois de ter compartilhado sua visão sobre a nova lei, JK Rowling, que mora em Edimburgo, capital da Escócia, ainda desafiou a polícia ao dizer que se seus comentários sobre pessoas trans “forem qualificados como uma ofensa de acordo com a nova lei”, ela estava ansiosa para ser presa.

Você pode ler mais detalhes aqui.

Autora de Harry Potter fala sobre o tema desde 2019

A primeira vez em que JK Rowling expôs publicamente seu posicionamento sobre as mulheres trans foi em dezembro de 2019, quando fez um tweet em apoio à pesquisadora Maya Forstater, demitida após criticar a identidade de gênero.

Além de ser chamada de transfóbica, Rowling também foi nomeada por muitos de seus fãs como TERF, termo usado para definir uma feminista radical que exclui mulheres trans de seu discurso.

Por conta disso, vale ressaltar, diversos fãs da franquia Harry Potter têm boicotado tudo que envolve a série – outros, no entanto, preferem separar as coisas e seguem consumindo a famosa saga sempre que possível. De que lado você está?