Poder da educação: ícone do Metal sueco revela por que país tem tantas bandas

Johannes Eckerström, vocalista do Avatar, deu uma longa explicação sobre o motivo da Suécia exportar tantos talentos do Metal para o mundo.

Avatar, banda sueca que vai abrir shows do Iron Maiden no Brasil
Foto: Kristen Drum

Em entrevista à rádio 105.7 The Point, o vocalista Johannes Eckerström, do Avatar, comentou um fenômeno curioso que acontece na Suécia.

Com 10,49 milhões de habitantes, de acordo com os dados mais recentes, a população do país europeu é menor que a da cidade de São Paulo (12,3 milhões de habitantes) mas, por outro lado, possui mais artistas do Rock e Metal que a maioria das outras nações do mundo.

Na conversa, Eckerström começou a explicar o que acontece por lá, ressaltando que tudo faz parte de uma iniciativa após a Segunda Guerra Mundial (via Igor Miranda):

Tenho uma resposta longa e séria para isso. Na Suécia, após a Segunda Guerra Mundial, foi implantado esse tipo de… acho que é difícil encontrar um equivalente para o que seria em um sistema americano, mas uma espécie de programa pós-escola onde todos os municípios abriram escolas de música. Não fazia parte do currículo convencional, era apenas um lugar onde você poderia ir e aprender a tocar um instrumento. E isso era super subsidiado e disponível basicamente para todos. Você podia pegar emprestado um instrumento de graça e, no segundo ano, se persistir, comprar. Inicialmente, eram apenas 20 minutos por semana com um professor de música, tocando ‘Mary Had A Little Lamb’ em um violino ou algo assim. Caso se interessasse, poderia continuar com a educação. Mas começava apenas como uma coisa divertida para as crianças fazerem depois da escola, como jogar na liga infantil ou algo assim, mas para música. E isso está prontamente e amplamente disponível até hoje, o que significa que muitas crianças suecas podem experimentar.

Na sequência, o cantor revelou que o próprio Avatar se beneficiou diretamente do projeto que incentivava a educação musical nas escolas:

Quase todo mundo no Avatar, antes de nos conhecermos, porque crescemos relativamente próximos um do outro… bem, na mesma cidade, em partes diferentes dela, mas fomos para a mesma escola. Então, um de nós tocava clarinete, outro a flauta, mais um o trombone nas mesmas orquestras infantis, realizando interpretações horríveis de ‘Meet The Flintstones’. Mas é onde você começa a se envolver musicalmente quando adolescente, as subculturas, tudo isso. Tivemos uma vantagem em fazer música juntos e também automaticamente fazer amizade com outras pessoas que também gostam de música. Então, através daquela gangue de ‘Meet The Flintstones’, quando você tinha 10 anos, meio que leva à adolescência, de repente, todos deixam crescer o cabelo, usam camisetas do Metallica e do Iron Maiden e formam bandas.

Está explicado?

Vocalista do Avatar e a concentração de bandas de Metal na Suécia

No papo, Johannes ainda destacou que muitos artistas na Suécia se inspiram no sucesso de nomes mais antigos da cena e, por isso, se sentem motivados a seguir os mesmos passos:

Outra grande parte disso, eu acho, é que quando um país tem uma versão de uma história de sucesso, ele fica marcado dessa forma. É um puro caso de pré-conceito. Se você pode dizer que esta é uma nova banda de metal da Suécia, você sente algum tipo de confiança e curiosidade sobre isso… Então, estamos acostumados. É um sistema de autoalimentação.

Vale lembrar que, recentemente, o Avatar liberou algumas faixas inéditas e você pode escutar “On The Other Side Of Tonight” logo abaixo!

LEIA TAMBÉM: Metallica tem o único disco de Metal na lista de 100 melhores da Apple Music; saiba qual