Marilyn Manson fará turnê com Five Finger Death Punch e Slaughter to Prevail, nomes igualmente controversos
Fotos de Ivan Moody e Marilyn Manson via Wikimedia Commons; foto de Alex Terrible via Spotify

Afastado dos palcos desde 2020, quando começaram a surgir as primeiras denúncias de que ele teria abusado sexualmente de diversas mulheres, incluindo sua ex-companheira Evan Rachel Wood, o polêmico Marilyn Manson já tem data para voltar à estrada.

Como te contamos aqui, o roqueiro estará em turnê pela América do Norte entre Agosto e Setembro deste ano e terá a abertura das bandas Five Finger Death Punch e Slaughter to Prevail – ambas igualmente questionáveis por seus envolvimentos em casos no mínimo nebulosos.

Neste editorial, você pode conferir mais detalhes sobre essa turnê que pode, literalmente, virar caso de polícia a qualquer momento.

Marilyn Manson e a turnê mais controversa de 2024

Vocalista do Five Finger Death Punch foi acusado de violência doméstica

No caso do Five Finger Death Punch, a polêmica se centraliza na figura do vocalista Ivan Moody, acusado de violência doméstica em 2015 por sua ex-esposa, Holly Smith.

A versão que chegou ao público diz que tudo começou quando ela descobriu mensagens trocadas pelo marido com várias mulheres no celular dele. Holly, então, foi dormir e acordou com Moody segurando-a e aplicando um golpe de Jiu-Jitsu.

Ela ainda afirmou que o cantor a socou repetidamente e tentou sufocá-la com um cobertor. As autoridades foram chamadas na época e Moody foi preso, mas as acusações foram retiradas posteriormente — Smith, no entanto, pediu uma ordem de restrição contra o cantor e eventualmente também se divorciou dele, anexando evidências de “violência doméstica contínua”.

Tão assustador quanto isso é o fato da irmã de Ivan, Sandra Dykes, e a própria mãe do vocalista terem emitido ordens de restrição contra ele devido ao seu “histórico de violência contra mulheres”. O cantor se defende, acusando as duas (e também sua própria filha) de tentarem roubar seu dinheiro.

Para fechar com chave de ouro, um outro ponto importante: em 2020, no auge das mortes por COVID-19 nos Estados Unidos, o Five Finger Death Punch lançou o clipe de “Living the Dream”, que critica o uso de máscaras e associa o item de proteção ao comunismo.

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Slaughter to Prevail tem acusações de nazismo

Já o tatuado Alex Terrible, vocalista do Slaughter to Prevail, pode ser familiar para algumas pessoas por ter viralizado no ano passado com um vídeo em que aparece lutando contra um urso gigante.

Nas imagens que você confere a seguir, o músico russo (cujo nome verdadeiro é Aleksandr Shikolai) chama o animal para o confronto no meio de uma floresta e se atraca com o bicho. Esta, aliás, não foi a primeira vez que Terrible enfrentou um urso. Há dois anos, ele lutou com outro animal para a cena de um clipe e foi bastante criticado nas redes.

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O vocalista Alex Terrible, da banda de rock Slaughter to Prevail, impressionou os internautas ao compartilhar um vídeo surreal em que aparece lutando com um urso gigante. O cantor chega a chama o animal, que está no meio de uma floresta, para a briga, e a luta agarrada começa. O vídeo encerra antes mesmo de mostrar quem ganhou a disputa, mas algumas pessoas desconfiaram nos comentários de que tudo não passou de uma armação. No entanto, esta não é a primeira vez que o russo enfrenta um urso. Há dois anos, ele lutou com outro animal para a cena de um clipe e foi amplamente criticado nas redes #PortalR7

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Acontece que as polêmicas envolvendo Alex vão muito além dessa situação, que por si só já seria controversa. Um perfil do vocalista feito pela Revolver ajuda a entender um pouco sobre sua situação, que envolve acusações de nazismo — bastante fundamentadas, já que ele tinha uma tatuagem do Sol Negro, símbolo usado por grupos de extrema-direita.

Na conversa com o portal, Shikolai se justificou e até contrariou uma decisão de seu empresário ao escolher ele próprio falar sobre o tema antes mesmo de ser perguntado:

Eu acredito que as pessoas precisam saber disso porque eu nunca [quero] esconder. Não quero mentir pra mim mesmo, para começo de conversa, e não quero mentir para [o público]. Quando era jovem, cometi muitos erros. Fiz várias merdas burras. Hoje, talvez eu ainda cometa erros. Mas por ter 30 anos de idade, eu tenho que ser a porra de um adulto e assumir responsabilidades.

A explicação de Alex é simples: ao abandonar o vício em drogas, ele encontrou novos amigos que tinham hábitos mais saudáveis, como esportes e leitura. No entanto, estas pessoas eram de extrema-direita, e o vocalista resolveu mostrar sua “lealdade” ao grupo fazendo a tatuagem. Na mesma conversa, ele trouxe ainda mais esclarecimentos:

Eu não era nazista e não compartilhava as visões políticas deles. Eu só gostava que eles curtiam esportes, eram mais espertos [do que os amigos anteriores] e claramente tinham objetivos na vida.

O discurso do cantor, no entanto, esbarra em alguns outros problemas. Em anos recentes, Alex Terrible se mostrou muito mais alinhado aos ideias de extrema-direita, incluindo o compartilhamento de teorias sobre crianças estarem sofrendo “lavagem cerebral” para fazerem transições de gênero.

Quando confrontado sobre sua atual posição política, o russo escolheu a saída mais fácil: “não sou um cara político, sou um músico”.

Assim fica difícil superar a desconfiança, e a associação destes três nomes certamente transforma a turnê recém-anunciada em um verdadeiro show de horrores.

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