Filho de Elis Regina considera comercial da Volkswagen
Imagem: Reprodução

O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) decidiu arquivar o processo ético que foi aberto contra a campanha publicitária de uma marca de automóveis que usou inteligência artificial para reproduzir a imagem da cantora Elis Regina.

O vídeo em questão simula um dueto do clássico “Como Nossos Pais” entre Elis, que faleceu há 41 anos, e sua filha Maria Rita. Para recriar a imagem da cantora, o comercial usou uma técnica conhecida como deepfake, que faz montagens realistas com rostos de pessoas.

A ação foi iniciada no início do mês passado, motivada por uma denúncia feita pelo advogado Gabriel de Britto. O profissional argumentou que Elis não poderia reivindicar o uso da própria imagem (via Igor Miranda).

Após a decisão do julgamento, o Conar se manifestou através de uma nota oficial enviada à imprensa:

O colegiado considerou, por unanimidade, improcedente o questionamento de desrespeito à figura da artista, uma vez que o uso da sua imagem foi feito mediante consentimento dos herdeiros e observando que Elis aparece fazendo algo que fazia em vida.

Vale lembrar que o órgão também serve para evitar que o consumidor seja lesado e, nesse sentido, também não foram encontradas irregularidades na propaganda.

Conar, propaganda de Elis Regina e o uso de “deepfake”

Como falamos anteriormente aqui, ainda não existe no Brasil um regulamento definido sobre o uso da IA, o que tornou a análise do Conar um verdadeiro desafio.

Em relação ao uso da técnica conhecida como deepfake, o conselho destacou a ausência de uma regulamentação específica, mas deixou claro que considerou diversas recomendações de boas práticas existentes sobre a questão:

A transparência é um princípio ético fundamental e, no caso específico, foi respeitada, reputando que o uso da ferramenta estava evidente na peça publicitária.

Para a criação da campanha, uma atriz dublê foi usada para representar Elis dirigindo um veículo e o rosto da cantora foi inserido por meio de uma tecnologia de reconhecimento facial. A edição recorre a uma tecnologia de redes neurais artificiais, que une o rosto da dublê à imagem da artista, cuja voz original é reproduzida no áudio.

Você pode assistir ao vídeo da propaganda no player abaixo.

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