Conar abre processo ético para investigar propaganda que recriou Elis Regina através de Inteligência Artificial
Reprodução

A propaganda que utiliza a imagem de Elis Regina através de recursos de Inteligência Artificial segue dando o que falar. Após uma série de discussões geradas na última semana, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) abriu um processo ético para avaliar o comercial.

De acordo com a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, o órgão decidiu abrir a representação depois de ter recebido queixas de consumidores que “questionam se é ético ou não o uso de Inteligência Artificial (IA) para trazer pessoa falecida de volta à vida como realizado na campanha”.

O vídeo em questão, disponível ao final da matéria, simula um dueto do clássico “Como Nossos Pais” entre Elis Regina, que faleceu há 41 anos, e sua filha, Maria Rita. Para recriar a imagem da cantora, o comercial usou uma técnica conhecida como deepfake, que faz montagens realistas com rostos de pessoas.

Conar instaura processo ético contra propaganda com Elis Regina

O portal aponta que, através do processo, o Conar pretende analisar se os herdeiros podem autorizar o uso de imagem de uma pessoa que já faleceu para uma peça criada por meio de IA em cenas das quais ela não chegou a participar em nenhum momento de sua vida, uma vez que se trata, na verdade, de cenas ficcionais.

O caso será investigado a partir do código que regulamenta a propaganda no país, levando em consideração os “princípios de respeitabilidade, no caso o respeito à personalidade e existência da artista, e veracidade”.

O conselho, responsável pela regulamentação da atividade das agências de publicidade, também vai avaliar o fato de o comercial não ter alertado os espectadores de que a Inteligência Artificial foi usada para produzir a cena, já que isso pode ter feito com que pessoas mais jovens, que não chegaram a conhecer a artista, acreditassem que se tratava de uma pessoa real.

Por conta disso, acredita-se que a publicidade pode ter gerado confusão entre ficção e realidade. O Conar fará uma análise para identificar se a campanha ultrapassou os limites éticos que as peças de propaganda devem seguir.

O conselho indica ainda que o caso deve ser julgado em até 45 dias. Por enquanto, não existe no Brasil um regulamento definido sobre o uso da IA, o que torna a análise do Conar um verdadeiro desafio. Vamos aguardar!

Opinião do filho de Elis Regina

Em meio às inúmeras polêmicas geradas após o lançamento da campanha, o produtor e filho de Elis Regina, João Marcello Bôscoli, disse em entrevista ao jornal O Globo que considera “extremamente positiva” a utilização de novas tecnologias para trazer à tona a obra de sua mãe.

Bôscoli também indicou que não descarta a possibilidade de usar o deepfake para levar uma Elis Regina em 3D para os palcos. Saiba mais detalhes aqui.

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